Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Doutor em Educação.
Orientador: Prof. Alexandre Fernandez Vaz, Dr.
RESUMO
A pesquisa pretendeu compreender a contradição inerente à condição do estudante-trabalhador – mais especificamente, o jovem trabalhador em regime de contrato especial com base na Lei 10.097/2000, conhecida como a Lei da Aprendizagem. As contradições intrínsecas ao objeto se apresentam como uma problemática que deve ser identificada e analisada, pois, se por um lado, a autonomia adquirida pelo jovem em seu meio social amplia seu campo de possibilidades e a reorganização de seu projeto de vida, por outro, sua entrada antecipada no mundo adulto acelera a reprodução do novo modelo capitalista, que tem como base não mais a produção e, sim, o consumo. Os dados foram produzidos a partir das discussões presentes no Fórum de Aprendizagem Catarinense e da aplicação de 669 questionários preenchidos por jovens aprendizes vinculados a entidades qualificadoras na grande Florianópolis que aceitaram participar da pesquisa (num total de 11 entidades). Como resultado, podemos dizer que a Lei cumpre com seus propósitos, seja com relação à possibilidade de oportunizar aos jovens uma experiência profissional, incentivar a escolarização, gerar renda e garantir condições de trabalho adequadas, seja, ainda, antecipando a adultização, incluindo-os na sociedade de consumo e formando-os para o novo cenário do mundo do trabalho. Independente disso, as contradições presentes nesse processo indicam que a Lei possui importância como dispositivo capaz de movimentar as relações e tensionar as relações entre juventude, formação profissional e trabalho.
Palavras-chave: Escolarização; Formação; Jovem Aprendiz; Qualificação; Trabalho.
DISPONÍVEL EM:
https://drive.google.com/file/d/1VbgjFQ1BgsG2fPSsWF94_jmSsJaXCW2Y/view?usp=sharing