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“IA” no pretérito imperfeito do indicativo de humanidade



Estamos vivendo um momento extraordinário da breve jornada do Homo sapiens no planeta Terra e como resultado, encaramos as consequências do que está sendo chamado de antropoceno, impactos pelas ações indiscriminadas do ser humano na natureza. Na busca pelo conforto e segurança, realizamos desenvolvimentos tecnológicos que acabam por diminuir o esforço físico e mental para realização de tarefas até mesmo simples do cotidiano. Tal fato nos deixa acomodados nas mais diversas dimensões da vida humana. 

Ambos os processos estão conectados, no segundo caso, permitem a intensificação da nossa produtividade, acelerando o processo e criando uma dependência do “trabalho não vivo”. O exemplo mais recente é a chegada da Inteligência Artificial (IA). É sabido que o impacto da chamada quinta Revolução Industrial será transformadora e duradoura, seus efeitos podem ser comparados com a revolução científica ocorrida na transição do mundo moderno para o contemporâneo. Estamos observando novos questionamentos que tensionam princípios filosóficos, dogmas religiosos e redefinem as interações sociais entre humanos e agora com não-humanos. 

Acalorados debates sobre vida e morte, inteligência e consciência, além da capacidade humana autoral, invenção e criação, estão sendo discutidos a partir de novas premissas e atributos que anteriormente nunca estiveram postos.

Surpreende observar a velocidade do desenvolvimento tecnológico e como cada vez mais suscita dúvidas sobre o que é realidade (real) e o que é trabalho não vivo (artificial). Na última semana, o lançamento de uma atualização da IA Flow(1), Veo 3 do Google, ferramenta para geração de vídeo, tensiona a linha entre o real e o artificial. A recente atualização para produção de vídeos por meio da inteligência artificial são estarrecedoras e fantásticas. 

A chamada realidade aumentada está confundindo as pessoas que assistem aos vídeos e aceitam com naturalidade, se emocionam com a expressividade dos personagens artificiais e acabam até mesmo por questionar como que determinado vídeo não é real. Estamos partindo do princípio de que a realidade está dada e duvidamos que aquilo que observamos seja algo não-real. Os incríveis avanços tecnológicos no campo da produção de imagens estão permitindo que artificial (“irreal”) seja aceito como realidade (“real”).

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http://pensaraeducacao.com.br/ia-no-preterito-imperfeito-do-indicativo-de-humanidade/


https://www.instagram.com/p/DKcVqGvNpUz/?igsh=MXYzaGI2bHZpb2U4Nw==

A polêmica da camisa vermelha da seleção brasileira: futebol e ideologia em estado puro

 


Acompanhar postagens e memes que recebemos cotidianamente por meio de sites ou redes sociais nos coloca em contato com um intenso e exponencial universo discursivo que expõe as múltiplas, difusas e diferentes vozes da sociedade contemporânea. Quando o assunto é o futebol, então, temos uma exacerbação das paixões e dos afetos. Isso porque, nesse caso, está envolvida a dimensão das relações clubísticas, hoje em dia muito mais intensas se comparadas com a que a torcida brasileira teve (e tem) com a seleção brasileira de futebol masculino.

Aqui, abrimos um parêntese mais que necessário: as transformações dos tempos nos fazem usar a complementação “masculino” para especificarmos a qual futebol estamos nos referindo na frase acima. Isso revela a necessidade de separar o que consideramos quanto às seleções brasileiras de futebol: a masculina, cada vez mais perdendo relevância e interesse, e a feminina, cada vez mais gerando atenção e mobilizando novos afetos para quem outrora não sabia da existência e da qualidade do futebol feminino brasileiro. Fechamos nosso parêntese e seguimos com a discussão pretendida: refletir sobre a atual polêmica, no Brasil, quanto às possíveis novas cores do uniforme da seleção brasileira.

Desde nossos tempos de escola, somos ensinados sobre o significado das cores da bandeira brasileira, seja nas aulas de Educação Moral e Cívica (EMOCI) ou Organização Social e Política Brasileira (OSPB) – inserções curriculares decorrentes das ideias militares nos espaços educativos – ou em qualquer outro componente curricular. É comum aprendermos que a cor verde corresponde às grandes extensões territoriais de matas 1, que o losango na cor amarela representa as riquezas naturais 2, o círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro no momento da Proclamação da República, e o branco – na faixa em que temos o lema positivista “Ordem e Progresso” – representa a paz e a união entre os estados brasileiros.

É sempre de bom-tom desconfiar do senso comum: nossa bandeira não tem essas cores por essa simbologia tão óbvia. Vamos aproveitar, então, a polêmica envolvendo a cor vermelha no nosso uniforme da seleção de futebol para discutir sobre nossas cores e suas simbologias. Assim, em meio a mais uma polêmica, fruto de questões ideológicas bastante intensas no Brasil atual, podemos fazer disso algo pedagógico: aprender sobre nossos símbolos, nossa história e nosso momento atual!

Diferentemente do que aprendemos, as cores da bandeira brasileira são referências à monarquia e às poderosas famílias dos primeiros governantes brasileiros, e não a questões relacionadas à natureza ou às nossas riquezas naturais. Numa rápida pesquisa na internet 3, aprendemos que a versão oficial da bandeira foi adotada em 15 de novembro de 1889, após a chamada “Proclamação da República”. Nela, o verde representa a Dinastia Bragança (à qual Dom Pedro I pertencia) e o amarelo representa a Dinastia Habsburgo (da Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I). Lembremos, também, imersos no doentio universo ideológico que tomou conta e bestializou boa parte do Brasil, que o nome do nosso país se deve ao grande número de árvores denominadas “pau-brasil”, em que a palavra “brasil” (com “b” minúsculo) significa “vermelho como brasa”.


CONTINUAR LENDO EM: https://www.inctfutebol.com.br/post/a-pol%C3%AAmica-da-camisa-vermelha-da-sele%C3%A7%C3%A3o-brasileira-futebol-e-ideologia-em-estado-puro

 


Ao ponderar sobre o mundo e as muitas disputas nas mais diversas áreas e dimensões da vida humana, é perceptível que algo vai mal. Viver se tornou desprezível pelo fato de suportar a aberração de ter que afirmar a todo instante que sou sobrevivente.  Morrer ou deixar viver não passa mais por uma questão ética, ou moral, é somente mais um estágio da futilidade das relações. A vida pode valer menos que uma frustração amorosa, financeira, de autoestima ou de ignorância.

Todo desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento da técnica, que proporcionam maior conforto e até aumentam nossa longevidade, não conseguem mudar nossa relação com o planeta e com outros seres humanos. As desigualdades são ampliadas e encaradas como justas. A precarização da vida, materializada na moradia, alimentação e trabalho, não comove mais. As desgraças de uma sociedade falida atordoam, ainda chocam, mas não provocam repulsa, pois o sentimento de sobrevivência é um alento que diz, continuamente, ainda bem que não foi comigo.  

Observo uma intensificação da individualização que devasta relações familiares, vicinais, educacionais e mesmo empresariais. A necessidade de ser o melhor cria um hiato entre mim e o outro, gerando uma competição incessante e que estamos convencidos de estar correta. É imperativo perceber a fragmentação das relações e os jogos de interesse pela busca desenfreada por direitos, privilégios e vantagens pessoais.

O progresso e o desenvolvimento constante são a mola mestra de um modelo que não observa incongruências, ao estabelecer objetivos que devem ser superados infinitamente. Uma conta que não fecha e que precisamos discutir amplamente com base em um cenário catastrófico que se avizinha. 

Uma hegemonia planetária que constrói relações reconhecidas como pertencentes à sociedade do cansaço, sociedade do consumo, sociedade do espetáculo etc., nomes que apontam para uma relação que gera cada vez mais desgastes no tecido social. Os remendos são ainda piores, efetuados com ideologias mais devastadoras com base no racismo, autoritarismo e neoliberalismo. A extrema-direita representa essa ideologia, com ideais que defendem o conserto da humanidade por meio de imposição, uma relação autoritária de fora para dentro e que aprofunda injustiças e desigualdades sociais e ecológicas. 

CONTINUE LENDO EM:

http://pensaraeducacao.com.br/nunca-foi-tao-importante-ser-decolonial/



MESA 2 - FUTEBOL E FORMAÇÃO - VII EDUCAÇÃO DOS CORPOS, CULTURA, HISTÓRIA



Você já parou para refletir sobre o papel do corpo e do esporte em nossa sociedade? Desde 2008, o Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea traz à tona discussões instigantes sobre esses temas, e este ano não será diferente! Neste evento, mergulharemos na crítica da cultura e na historicidade dos fenômenos que impactam nossos corpos, com uma atenção especial ao esporte, explorando temas como formação, gênero e estética. 

 09.04.2025

Mesa 2: Futebol e formação

Coordenação: Lisandra Invernizzi (Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis – SME)

Participantes:

Daniel Machado da Conceição (SME/PMF; NEPESC/UFSC; INCT Futebol)

Izabela Stahelin de Aguiar (Bagagem Fut7/Nova Geração Futsal)

Lucas Barreto Klein (Figueirense Futebol Clube)

DISPONÍVEL EM:






#SôniaLivre, é o Brasil mostrando sua cara

 


Que país magnífico e cheio de incoerências, para alguns, o encantamento com o Brasil passa pelas diversas nuances de uma nação que consolidou suas instituições, mas permite uma governança repleta de personalismo. É necessário destacar que contradições históricas e sociais estão enraizadas na estrutura de poder, uma herança de valores aprendidos de uma sociedade escravocrata. 

Ao refletirmos sobre o país, recordamos a música Brasil, lançada em 1988, na voz do cantor Cazuza (1958-1990). A letra descreve a desigualdade na sociedade brasileira e as relações de poder impostas pela elite econômica. Com um refrão forte, Cazuza faz uma provocação para o Brasil mostrar sua cara.

A partir desse questionamento, começamos a enumerar as maneiras para aprender sobre a cara do Brasil. Entre elas estão: futebol, política partidária, carnaval, educação, literatura, culinária, cinema, música e as relações de trabalho. No rol de possíveis jeitos para observar a face ou as faces do Brasil, variados aspectos poderiam ser citados.

No período colonial e imperial, as relações de trabalho estavam orientadas pela servidão, escravização e o trabalho ‘livre’ quando comparado aos outros dois. Após a Proclamação da República em 1889, um novo país pautado pelo ideal republicano indicava que pelo menos o trabalho livre ou assalariado estabeleceria a forma de organização da relação entre trabalhador e empregador. No entanto, as organizações dos trabalhadores e outros movimentos sociais tiveram que continuamente promover lutas e resistências para a melhora das condições de vida do trabalhador. As convenções e acordos internacionais, durante o século XX, orientaram ou impuseram um ajuste de conduta do país, visando o contínuo aperfeiçoamento da legislação trabalhista e além outras, objetivando garantir e estabelecer direitos e deveres dos cidadãos. 

CONTINUAR LENDO EM:

https://pensaraeducacao.com.br/sonialivre-e-o-brasil-mostrando-sua-cara/


Post no Instagram do PEPB, disponível em:

https://www.instagram.com/p/DH6o0PAPvob/?igsh=MWgwcGNpMWpibzh1dA%3D%3D


Como o tênis se aproxima da paixão pelo futebol no Brasil

 



Em janeiro, enquanto a Copinha (Copa São Paulo de Futebol Júnior) dá início à temporada do futebol no Brasil, no outro lado do mundo um atleta brasileiro, João Fonseca, apresentava seu potencial nas quadras de tênis do Aberto da Austrália.

Faço parte da geração de jovens que acompanhou a carreira dos tenistas Fernando Meligeni, Jaime Oncins e Gustavo Kuerten. Nos anos 1990, eles conseguiram feitos grandiosos ao ganhar espaço no jornalismo esportivo, mesmo tendo futebol masculino, vôlei e basquete estadunidense, como concorrência. Não sou aficionado por tênis, ele nunca fez parte da minha cultura familiar ou escolar. Meu aprendizado acontece frente ao destaque daqueles atletas, principalmente as conquistas de Guga. Posteriormente, vou aprendendo mais sobre a modalidade e a estética do jogo. São novos elementos que permitem ter a paciência para assistir partidas intermináveis, valorizar a técnica e o desempenho atlético dos tenistas. O esforço para repetir movimentos, sempre com alta intensidade, é digno de reconhecimento.

Os avanços tecnológicos, especialmente as câmeras capazes de mostrar o desenvolvimento pleno da biomecânica corporal (músculos e tendões), são algo que impressiona. Em uma partida de tênis os vários e repetidos closes permitem perceber a emoção do atleta, cujo estado emocional oscila entre tensão, frustração, medo, insegurança, euforia, confiança, determinação, dor, cansaço etc. Assim, passei a ser um apreciador da modalidade, talvez também pelos feitos das irmãs Williams (Venus e Serena) e outros atletas negros que permitiram assistir a jogos com corpos mais semelhantes ao meu.

Um conjunto de fatores permitiu, em 2025, assistir à partida de tênis e confiar na vitória de um jovem brasileiro. Bom, parece estranho em um espaço sobre futebol estar falando sobre tênis. Explico. Enquanto acompanhava a partida do João Fonseca, percebi a quantidade de brasileiros nas arquibancadas incentivando o atleta do país. É magnífico identificar a maneira dos brasileiros participarem dos jogos, mesmo o tênis sendo uma modalidade aristocrática e cheia de cerimônias. O silêncio durante o jogo é primordial para a concentração dos atletas, que após cada embate são aclamados com palmas e outros gritos de encorajamento.

CONTINUAR LENDO EM: https://ludopedio.org.br/arquibancada/como-o-tenis-se-aproxima-da-paixao-pelo-futebol-no-brasil/

O racismo no futebol e a luta antirracista - Nas quadras CBN Ribeirão preto

 


Disponível em: https://www.cbnribeirao.com.br/podcasts/programas/nas-quatro-linhas/som,0,0,174538,o-racismo-no-futebol-e-a-luta-antirracista.aspx

A caminhada antirracista e a história do futebol brasileiro: um percurso em construção e o lugar da escola

 



Nos últimos anos, passei a atuar no Ensino Fundamental, uma experiência que contribui e muito para minha construção como educador. Agora, como mostram os memes de professores em suas redes sociais, após dar aula para o sexto ano, você faz qualquer coisa na vida. Brincadeirinha, rsrsrsrs – meus estudantes sabem -, eles são muito “quiridux” como costumamos dizer em manezês dialeto de Florianópolis-SC.

Gostaria de apresentar um breve relato de uma experiência que tem se mostrado muito positiva e com possibilidades de novos desdobramentos. Atuar no Ensino Fundamental permitiu realizar um roteiro de palestras e oficinas, uma caminhada antirracista iniciada em 2022 na rede municipal de ensino de Florianópolis-SC e que o futebol serve como chave de acesso para muitas juventudes.

Em 2023, instigado a realizar uma intervenção em uma escola em razão da necessidade de discutir o racismo no espaço escolar, a história do futebol masculino no Brasil e seu desenvolvimento durante o século XX, foi um tema com grande aceitação. O futebol é espaço para tantas discussões e debates clubísticos, foi alçado para o lugar de mediador do letramento racial ao apontar os discursos legitimadores ligados às teorias racistas (pseudociências) que impactaram a exclusão, inserção e permanência de atletas negros na modalidade.

A exposição das fases do desenvolvimento do futebol masculino passa pelo amadorismo, amadorismo marrom e profissionalização, a partir de sua contextualização é possível discutir conceitos como desigualdade social, privilégio, preconceito, discriminação, racismo, racismo biológico (determinismo biológico e geográfico), racismo como conceito social, eurocentrismo, embranquecimento (branqueamento), colorismo, mestiçagem/miscigenação, complexo de vira-latas, racismo recreativo, racismo institucional e racialização, além de enfatizar o racismo ordinário (Da Conceição, 2023).

CONTINUAR LENDO EM: https://ludopedio.org.br/arquibancada/a-caminhada-antirracista-e-a-historia-do-futebol-brasileiro-um-percurso-em-construcao-e-o-lugar-da-escola/

Racismo, esporte e futebol nos periódicos da Educação Física brasileira: um estudo panorâmico-monográfico

 


Resumo

Trata-se de uma pesquisa de abordagem quanti-qualitativa, do tipo análise documental, caracterizada como um estudo panorâmico-monográfico, em que, a partir da identificação de artigos científicos sobre racismo e esporte/futebol em periódicos brasileiros de Educação Física (EF) (de estrato A1 a B5), procurou-se mapear a referida produção sobre a temática no campo da EF. Para isso, utilizou-se os descritores “racismo”, “esporte”, “futebol” e “Educação Física”, seja nos títulos e/ou resumos e/ou palavras-chave, com delimitação temporal de 2004 até 2024, considerando-se o período posterior à Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino das questões históricas e culturais sobre a cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras. Chegou-se ao total de 06 (seis) textos, os quais apresentam-se como um mapeamento que evidencia a pouca atenção dada às questões étnico-raciais no esporte/futebol no contexto da EF brasileira, embora cada dia fica mais evidente a necessidade, emergência e relevância quanto ao campo da EF em pautar essas questões e responsabilizar-se, pedagogicamente, quanto à pauta, diálogo, discussão e estratégias de enfrentamento, pelo esporte e práticas corporais diversas, no combate ao racismo.

Palavras-chave: racismo, esporte, periódicos de Educação Física,


Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/CadernosdoAplicacao/article/view/142522



“O futebol coloca em pauta e dá visibilidade a temas importantes": conversa com Carmen Rial

 


“O futebol coloca em pauta e dá visibilidade a temas importantes para o país - conversa com Carmen Rial".

Resumo: Entrevista realizada com Carmen Rial, Coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Estudos do Futebol Brasileiro, feita por Cristiano Mezzaroba e Daniel Machado da Conceição. Ao longo da entrevista, a pesquisadora aborda o seu envolvimento paralelo a sua trajetória com a temática do futebol, a ideia de criar o INCT, a sua principal característica – que é o seu caráter interdisciplinar e interinstitucional –, e a rede de pesquisadores e pesquisadoras vinculados a ele. Além disso, aborda a produção do conhecimento nas Humanidades a respeito do futebol e a importância desse objeto social a quem se dedica à dimensão investigativa e impactos nas políticas públicas e na educação.


DISPONÍVEL EM: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/n24p351



DOSSIÊ FUTEBOL: PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS E SOCIAIS

 


Organização: Antonio Jorge Gonçalves Soares (UFRJ), Cristiano Mezzaroba (UFS), Silvio Ricardo da Silva (UFMG) e Daniel Machado da Conceição (NEPESC/UFSC)

O futebol é um terreno fértil em expectativas, pertencimentos, identidades, ideologias, interesses (econômicos, políticos, midiáticos), comportamentos, controvérsias, associações e rupturas. Neste dossiê, o INCT – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Estudos de Futebol Brasileiro, convidou pesquisadores e pesquisadoras a abordar o futebol a partir de suas experiências acadêmicas, nos campos das ciências humanas e sociais.

Com este dossiê na revista Ambivalências, buscou fomentar e aglutinar a produção bibliográfica – seja em forma de artigos originais oriundos de pesquisas empíricas ou teóricas, pesquisas documentais, ensaios, resenhas e entrevistas – que abordaram o futebol em suas perspectivas antropológicas, sociológicas ou multidisciplinares, contribuindo para uma melhor compreensão desse fenômeno que mobiliza os mais diversos coletivos.          


ACESSE O DOSSIÊ E COMPARTILHE! 

DISPONÍVEL EM:  https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/issue/view/n24 






Racismo no esporte: mesmo com racismo, tem jogo?

 


Negros e negras vêm conquistando espaços importantes no Brasil e em outros países. Podemos dizer que este é um período de grandes mudanças no contexto sócio-histórico, impactando não apenas a sociedade brasileira. Tais agentes começam a ocupar espaços que antes eram dominados por sujeitos brancos, principalmente, no mercado de trabalho, em profissões de destaque e visibilidade. Uma clara conquista da luta de homens e mulheres pretas que inconformadas com sua condição de apenas sobreviver, transgrediram o destino ao não ocupar apenas o lugar que se esperava que ocupassem.
Essa luta não tem sido simples, tampouco fácil, por se atrever a quebrar as muralhas
ocultas dos simbolismos que impactam a vida de quem tem na cor de sua pele negra uma marca de rejeição e exclusão. Especificamente, quando tratamos de discutir tal situação no país, percebemos que ainda vivemos em uma sociedade que não se considera racista e isso se torna um problema, pois, a princípio, como combateremos algo que parece não existir.

CONTINUAR LENDO EM:  https://viewer.joomag.com/contempor%C3%A2nea-contempor%C3%A2nea-11/0726781001718203660/p10?short=




Nova edição da revista Contemporânea, uma quase revista, organizada pelos Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição e Prof. Dr. Alexandre Fernandez Vaz.



VINICIUS JR. E OS EMBATES DO NOSSO TEMPO: O RACISMO E O ESPORTE

    Antes de completar 24 anos, Vinicius Junior, do Real Madrid e da seleção brasileira, é hoje uma das principais vozes antirracistas que conhecemos. Alvo de seguidas agressões simbólicas por parte principalmente de torcedores adversários, o jogador profissional vem marcando gols não apenas no gramado, mas fora dele, com diversas ações que respondem, de forma contundente, a seus agressores. Igualmente, Vini Jr. vem desestabilizando o ensurdecedor silêncio que grande parte do establishment do futebol exercita frente a práticas racistas na Europa, mas também em muitos outros estádios pelo mundo afora.

    O número temático que faz a Contemporânea, a nossa quase revista, voltar a ser publicada, se compõe de textos que se dedicam ao racismo no esporte, ou, dito de outra maneira, das relações entre o primeiro e o segundo. Colaboradoras e colaboradores, com exceção de um, são vinculados a universidades federais do Brasil. O primeiro deles, Neilton de Sousa Ferreira Júnior, é de Viçosa, Minas Gerais. Ele abre os trabalhos de maneira instigante, ao reconstruir uma história do esporte olímpico para dizer de seu intrínseco caráter racista. O trabalho seguinte é resultado de uma parceria entre Beatriz de França Alves e Cristiano Mazzaroba, de
Sergipe, e Daniel Machado da Conceição, de Santa Catarina. O trio faz um breve e preciso inventário da presença do racismo no esporte – via, por exemplo, estereótipos corporais direcionados a pessoas negras –, perguntando sobre as possibilidades de sua superação.

    A terceira contribuição faz um pequeno giro para encontrar a interseccionalidade no futebol feminino em suas práticas pós cancelamento da proibição do jogo para as mulheres brasileiras. A contundência do texto é obra de Caroline Soares de Almeida, que retoma questões que vêm dos anos 1980 para pensar sobre algumas das representações sobre mulheres futebolistas, mostrando como raça, classe social, gênero e sexualidade, determinam as formas de a imprensa esportiva, dominada por homens, tratar do jogo delas.

    Um novo giro se encontra no quarto texto deste temático, que não se refere exatamente ao esporte, mas ao jogo de capoeira e suas vicissitudes como história plasmada da sociedade brasileira. Os autores e as autoras localizam formas de racismo nesse existir, assim como apostam em possibilidades, justamente pela crítica radical, de sua superação. O grupo é liderado por Christian Muleka Mwewa, do Mato Grosso do Sul, ladeado por Alex Sander da Silva, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, e por Juliani L. C. Ferreira e Aline Ortega Soloaga, também do estado do Centro-Oeste brasileiro.

Para fechar, Antonio Jorge Gonçalves Soares, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, traz algo novo para o debate, ao observar os primeiros episódios de agressão contra Vini Jr. que foram publicizados, em 2023. O autor recorre ao conceito de casta como operador analítico para a compreensão do aparente paradoxo entre a ascensão social de jogadores negros e a persistência do racismo, o que mostra, entre outros pontos, a impossibilidade de a sociedade liberal cumprir suas promessas de igualdade e meritocracia.

Autoras e autores, muito obrigado. Leitoras e leitores, que desfrutem, pensem, discordem, concordem, critiquem. Sigamos nesse debate que é dos mais importantes para as tentativas de construção de um esporte e de uma sociedade que sejam fontes de menos sofrimento.

Alexandre Fernandez Vaz
Daniel Machado da Conceição
Florianópolis, junho de 2024.




@nepesc.ufsc
 



Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência

 



Dificilmente algum(a) brasileiro(a) não se sentiu tocado diante das enchentes, inundações e grande destruição que acometeu boa parte do território gaúcho a partir de final de abril de 2024 e boa parte de todo o mês de maio. A mídia brasileira mobilizou sua estrutura e seus profissionais e fez uma ampla e, por vezes, saturada cobertura diante daquela situação em que a realidade, impactada pela resposta voraz da natureza às ações humanas, ia se apresentando por meio da chuva que não parava, da destruição que aumentava e assustava, da grande quantidade de pessoas que buscava se salvar e encontrar um abrigo para depois tratar de seguir sua vida.

Como é próprio desses momentos, de forma semelhante ao que vimos recentemente com a pandemia de Covid-19, circulam discursos que enfatizam a tomada de consciência, a solidariedade, a empatia, a união, etc. Não foi diferente com a tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul, principalmente em Porto Alegre e sua região metropolitana. E, num estado em que o futebol é parte da cultura e explicita aspectos de sua historicidade combativa, que contribui para a divisão clubística dos gaúchos na formação daquilo ao qual hoje se tornou banal se referir pelo termo “polarização” (no senso comum da política, por exemplo, embora bastante errôneo, por sinal, como se houvesse uma esquerda, que é quase centro, versus uma direita, que está bem para seu extremo), o azul, representado pelo Grêmio, e o vermelho, representado pelo Internacional, não ficam de fora dos acontecimentos e reflexões.

Com toda sua estrutura impactada e comprometida para treinamentos e jogos, as duas equipes, em estratégia inédita, no dia 21 de maio, uniram-se para divulgar uma campanha para ajudar na reconstrução dos lugares atingidos pelas enchentes, com a ação intitulada “Jogando Junto – Pela reconstrução do RS”, mobilizando atletas, dirigentes (o presidente gremista, Alberto Guerra, e o presidente colorado, Alessandro Barcellos), torcedores, empresas e a mídia de forma geral. A junção das duas instituições clubísticas gerou a criação de uma imagem, na cor roxa, resultado da mescla entre o azul gremista e o vermelho colorado. Divulgou-se que as equipes iriam ceder espaços em seus uniformes e também em suas mídias sociais para dar visibilidade a empresas que participassem de ações para a reconstrução do Estado e das pessoas afetadas. Cogitou-se, também, a possibilidade do Grêmio ceder seu centro de treinamento ao Inter, e o Inter, por sua vez, ceder o Estádio Beira Rio para jogos do Grêmio. Segundo dados do Portal Terra, na data da publicação da matéria, a estratégia já havia viabilizado o montante de R$ 28 milhões.

CONTINUAR LENDO EM: https://www.inctfutebol.com.br/post/sobre-valores-esportivos-rivalidades-e-contradi%C3%A7%C3%B5es-a-dupla-grenal-em-evid%C3%AAncia


MEZZAROBA, Cristiano. SANFELICE, Gustavo. CONCEIÇÃO, Daniel. Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência. Bate-pronto, INCTFUTEBOL, Florianópolis, V.1, n.16, 2024.   

Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência

 


Dificilmente algum(a) brasileiro(a) não se sentiu tocado diante das enchentes, inundações e grande destruição que acometeu boa parte do território gaúcho a partir de final de abril de 2024 e boa parte de todo o mês de maio. A mídia brasileira mobilizou sua estrutura e seus profissionais e fez uma ampla e, por vezes, saturada cobertura diante daquela situação em que a realidade, impactada pela resposta voraz da natureza às ações humanas, ia se apresentando por meio da chuva que não parava, da destruição que aumentava e assustava, da grande quantidade de pessoas que buscava se salvar e encontrar um abrigo para depois tratar de seguir sua vida.

Como é próprio desses momentos, de forma semelhante ao que vimos recentemente com a pandemia de Covid-19, circulam discursos que enfatizam a tomada de consciência, a solidariedade, a empatia, a união, etc. Não foi diferente com a tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul, principalmente em Porto Alegre e sua região metropolitana. E, num estado em que o futebol é parte da cultura e explicita aspectos de sua historicidade combativa, que contribui para a divisão clubística dos gaúchos na formação daquilo ao qual hoje se tornou banal se referir pelo termo “polarização” (no senso comum da política, por exemplo, embora bastante errôneo, por sinal, como se houvesse uma esquerda, que é quase centro, versus uma direita, que está bem para seu extremo), o azul, representado pelo Grêmio, e o vermelho, representado pelo Internacional, não ficam de fora dos acontecimentos e reflexões.

CONTINUAR LENDO EM:

https://www.inctfutebol.com.br/post/sobre-valores-esportivos-rivalidades-e-contradi%C3%A7%C3%B5es-a-dupla-grenal-em-evid%C3%AAncia


Formação acadêmica e estudos étnico-raciais: um estudo de caso com os cursos do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a urgência temática

 


ALVES, Beatriz de França; DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado; MEZZAROBA. Cristiano. Formação acadêmica e estudos étnico-raciais: um estudo de caso com os cursos do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a urgência temática. In:_. A urgência da luta antirracista nas Universidades, Institutos Federais e Cefets. Universidade e Sociedade; Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Brasília: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Ano X XXIV - Nº 74 - julho de 2024.

Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo compreender as configurações dos agentes (docentes e discentes) da licenciatura e do bacharelado do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (DEF/UFS) quanto à formação acadêmica e à discussão das relações étnico-raciais. Metodologicamente, caracterizou-se como um estudo de caso, de abordagem qualitativa, em que a princípio realizamos a análise documental dos Projetos Políticos Pedagógicos dos dois cursos do DEF/UFS (não sendo encontrada em nenhum deles menção direta à tematização étnico-racial) e, em seguida, utilizamos formulários online para coletar dados dos agentes da licenciatura e do bacharelado. Conclusivamente, identificamos a ausência do tema nos documentos institucionais. Os respondentes, tanto discentes como docentes, reconhecem a importância da temática, embora essa relação seja mais bem observada na licenciatura do que no bacharelado. Ações que objetivam uma formação acadêmica que colabore com a luta antirracista são pontuais e dependem do interesse docente ou da demanda discente.

Palavras-chave: Formação acadêmica. Estudos étnico-raciais. Racismo. Educação antirracista. Educação Física.


DISPONÍVEL EM: https://issuu.com/andessn/docs/revista_us-74_digital_2_




A arte sobre o futebol e sua possibilidade para revelação do drama social


Resumo: Nas ciências sociais, a escola inglesa de antropologia desenvolveu estudos que observaram a performance, descrevendo comportamentos e ações que retratam a vida social, um olhar especial para o ritual. Ao destacar o ritual, a dramatização do social passa a ser um conceito importante para analisar os grupos humanos.  No Brasil, o antropólogo Roberto DaMatta com o arcabouço teórico de Victor Turner fez análises sobre eventos diversos que descrevem o drama social. Entre esses eventos estão a parada militar, o carnaval, os festejos religiosos e o futebol. Para discutir a importância do trabalho do antropólogo Roberto DaMatta, a proposta do texto é realizar a análise descritiva de duas obras fílmicas sobre o futebol brasileiro, os filmes: Boleiros I – era uma vez o futebol (1998); e, Boleiros II – vencedores e vencidos (2006), do diretor Ugo Giorgetti. Ao analisar os dois filmes indicados, percebemos a partir de conceitos e categorias elencadas por DaMatta que a dramaturgia, como arte, ao propor reproduzir o social, escancara os dramas de uma sociedade que guarda valores aristocráticos de um passado recente.

Palavras-chave: Boleiros. Drama social. Futebol. Ritual.

DISPONÍVEL EM: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/n23p179


 

Resenha: Em Angola Tem? No Brasil também!

 




DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. Spoiler - Em Angola tem? No Brasil também!  Revista Its Teens, Florianópolis, nº 23, Editora Notícias do Dia, 2024. p. 7.

Disponível em: https://issuu.com/revistaits00/docs/revista_its_teens_-_floripa_-_maio_-_issuu

O que o futebol tem a dizer sobre o aquecimento global?

 




Desde o final de abril temos sido bombardeados por imagens alarmantes das cheias no Rio Grande do Sul. Hoje, o estado se encontra em situação de calamidade, com quase todas as cidades comprometidas. O país inteiro mostra-se solidário a fim de levar auxílio a moradores das regiões atingidas. Pode-se afirmar que se trata de uma tragédia sem precedentes na história do país, não somente pela proporção territorial, mas também pelo colapso das estruturas que sustentam o abastecimento de alimentos, água e energia elétrica, além da segurança pública dos municípios e da rede de transportes viários, portuários e aeroportuários. A situação está longe de se normalizar devido às características hidrográficas e da continuidade de chuvas no estado gaúcho. 

O colapso também atingiu o futebol. Cenas como as vistas na Arena do Grêmio e no Estádio Beira-Rio, que ganhou projeção internacional, assombram porque simboliza a fragilidade que nós, enquanto humanidade, estamos submetidos diante do aquecimento global. Os clubes de futebol no Rio Grande do Sul estão com jogos suspensos, sem datas para realização das partidas, afetando parte dos campeonatos Brasileiro séries A, C e D; Libertadores da América; e, da Sul-Americana. A impossibilidade de manter os jogos em função da falta de espaço para treinar, da dificuldade de mobilidade e da interdição de estádios são fatores que impactam os times gaúchos. 

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O Esporte em Seu Conteúdo Racista: Discursos Legitimadores Sobre a Presença e a Ausência de Pessoas Negras

Resumo:

No ano de 2020, a final feminina do torneio United States Open foi disputada pelas atletas Naomi Osaka (Japão) e Victoria Azarenka (Belarus). Foi uma partida cheia de variações e digna de duas atletas finalistas. Enquanto assistíamos à partida, a fala de um familiar chamou a atenção ao perceber que a atleta japonesa possui a cútis negra. O comentário era que a atleta Osaka seria a esportista mais completa, pois, teria a força física da população negra e a inteligência da asiática.


Em uma única frase o racismo foi externado de maneira naturalizada. Não se trata de julgar a pessoa querida, que apenas reproduziu ideias que se tornaram hegemônicas e que buscam determinar o lugar de indivíduos na sociedade, ideias que, mesmo aparentemente positivas, podem, dentro de um contexto específico, significar uma postura preconceituosa. A partir desse episódio surgiu um questionamento: o quanto tais ideias impactam na formação e carreira esportiva? A raça ou etnia pode orientar as ações na formação de atletas? Isso pode facilitar ou são impeditivos para escolha de determinada modalidade esportiva? Um tema que enfatizamos ser pertinente para compreensão do fenômeno esportivo e as relações que pessoas, atletas, desenvolvem com sua corporalidade e seu potencial voltado para o alto rendimento.





https://cev.org.br/biblioteca/racismo-e-esporte-no-brasil-um-panorama-critico-e-propositivo/


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