BOLETIM A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL EM TEMPOS DE CRISE | N. 16
No Boletim 16, Daniel Machado da Conceição (UFSC) faz um paralelo entre a manifestação do racismo na sociedade brasileira e a propagação de um vírus, evidenciando como o racismo estabelece modelos mentais capazes de orientar ações da pessoa que o manifesta e impactar efetivamente a pessoa e/ou o grupo social vitimada(o), inclusive determinando suas condições de vida (e de morte) na sociedade.
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A pandemia que enfrentamos tem trazido muitas reflexões que sugerem questionar a sociedade e o modo de vida que escolhemos seguir. Estamos confrontando valores que são paradoxais, entre eles, manter uma vida desenvolvimentista ou optar pela reclusão. Na sociedade em que a divisão social do trabalho definiu as relações orientadas na solidariedade, no atual momento, o sentido de dependência do outro está mais relacionado ao distanciamento, ao afastamento como verdadeiro símbolo de coletividade.
O momento estimula a pensar sobre as mazelas dessa sociedade, pois algumas se mostram muito presentes; são como outras pandemias que continuam a contaminar e disseminar muitas enfermidades sociais. Uma das patologias sociais que segue a contabilizar vítimas tem origem em um vírus que corrói a sociedade diminuindo não sua imunidade, mas sua humanidade. Essa patologia é anterior a sociedade moderna e não se restringe às transformações no espaço urbano e aos novos aglomerados. Um vírus que atravessa a história da humanidade e que sofre mutações de tempos em tempos, adquirindo maior letalidade durante nosso processo civilizatório de mundialização.
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