Uma coisa tenho que concordar com as pessoas, o mundo está muito chato. Está difícil manter amizades, frequentar alguns espaços, comprar mercadorias e serviços sem questionar a índole dos indivíduos e das organizações. As relações não estão apenas líquidas como evaporaram em meio ao avanço de ideologias excludentes, nefastas e mortíferas. Isso acontece porque o fascismo da extrema-direita voltou a ganhar espaço, seus adeptos disseminam ignorância que infecta a sociedade com ódio e rancor.
Um discurso raso que não agrega e apenas excluiu, passou a ocupar o lugar das antigas utopias. Contrário aos sonhos de uma terra prometida, o atrativo do discurso fascista está no fato de ser concreto e direto, isto é, eu sou bom, o outro é mau. Eu sou “bem-nascido” no meu país e o outro é estrangeiro. Eu sou superior, o outro por sua vez é inferior e nem deveria existir.
Os xingamentos e as agressões físicas são manifestações da violência, expressão da chatice que inebria a sociedade. No passado as chamadas piadinhas e brincadeiras eram corriqueiras pelo desconhecimento do que era considerado uma ofensa. Com a maior civilidade e sensibilidade sobre as palavras, tais expressões e comportamentos tornam o mundo chato, pois, continuamos ouvindo adjetivações que indicam a repetição de erros, com o agravante de sabermos suas consequências.
O mundo está chato, porque as pessoas ficaram chatas, sem utopias e sem desejo de participar de uma coletividade. Parece que a frase: jamais fomos modernos; faz muito sentido. Essa chatice significa que perdemos nossos sonhos, dando espaço para exaltação da pessoa MÁ e um CACO. Que mundo maçante em que a ignorância é valorizada, a agressão é comemorada, a ameaça significa coragem, impunidade é dom divino, e, hipocrisia passou a ser moralidade. Realmente, a sociedade está chata!
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