Seja bem-vindo!

Total de visualizações de página

Vídeo Institucional INCT Estudos de Futebol Brasileiro

 



O Instituto Nacional Ciência e Tecnológica de Estudos de Futebol Brasileiro foi aprovado pela Chamada n° 58/2022, e tem como objetivo principal ser um suporte para uma rede nacional interdisciplinar de pesquisadores, estudiosos e profissionais do futebol brasileiro. O seu Comitê Gestor tem como coordenadora a Profa. Dra. Carmen Rial (UFSC), sendo a Profa. Mariane da Silva Pisani (UFPI) a vice-coordenadora. O Prof. Dr. Luiz Carlos Rigo (UFPEL) e a Profa. Dra. Caroline Soares de Almeida (UFPE) são coordenadores da Coordenação Executiva.

O INCT Estudos de Futebol, possui 4 linhas:

(1) Futebol de mulheres, indígena e LGBTQIA+, coordenação: Wagner Xavier Camargo (UNICAMP) e Caroline Soares de Almeida (UFPE); 

(2) Futebol comunitário e de várzea, coordenação: Mauro Myskiw (UFRGS) e Luis Carlos Rigo (UFPEL), 

(3) Mídias, torcidas e movimentos antirracistas no futebol, coordenação: Antônio Jorge Soares (UFRJ) e Cristiano Mezzaroba (UFES); e, 

(4) Produção e carreiras de futebolistas, coordenação: Silvio Ricardo da Silva (UFOP) e Daniel Machado da Conceição (SME – Florianópolis).

https://www.instagram.com/inctfutebol/




O que representa a Lei da Aprendizagem?

 



A Revolução Industrial transformou a sociedade moderna, impactando principalmente nas relações com o trabalho. Nesse novo cenário social, jovens e crianças trabalhavam em fábricas e indústrias, sem qualquer tipo de proteção, fazendo surgir um tripé de reivindicações pautado na jornada, tempo de escola e condições de trabalho. Sendo incentivo para o debate a respeito desse contingente populacional.

Esse tripé de reivindicações, durante os séculos XIX e XX, orientou discussões sobre o trabalho infantojuvenil, mobilizando o interesse das empresas, famílias e instituições governamentais. À medida que novas áreas do conhecimento se consolidavam, entre elas: pedagogia, psicologia, administração, ergonomia, sociologia e mesmo o direito, com o desenvolvimento das varas da infância, juventude e trabalho etc., acrescentam novas perspectivas e reforçam argumentos.

Os estudos promoveram de maneira contundente impactos que definem uma inversão na hierarquia entre o tempo de trabalho e o de escolarização. Bem como, os efeitos na constituição, formação e desenvolvimento físico corporal infantojuvenil quando exposto a condições insalubres e perigosas no ambiente laboral. As novas informações influenciaram na organização de uma estrutura legal que visa garantir o desenvolvimento físico, emocional e psicológico dos infantes.

Durante a última década do século XX, órgãos internacionais intensificaram a necessidade de elaboração de propostas conjuntas para o cenário que a humanidade estava prestes a enfrentar. No final dos anos 1990, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um desafio, em conjunto com todos os países-membros, que ficou conhecido como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Seu propósito era articular ações que permitissem ter como resultado um mundo melhor para a geração atual e futura.

CONTINUAR LENDO EM:

https://blogabre.com.br/2023/07/24/o-que-representa-a-lei-da-aprendizagem/

Cultura do narcisismo e a degradação do Esporte em Christopher Lasch

 


O segundo encontro do LECÈF recebe os professores Alexandre Vaz e Daniel Machado para uma conversa sobre a obra "Cultura do Narcisismo", do historiador e crítico social estadunidense, Christopher Lasch.

Apresentação: Neilton de Sousa Ferreira Júnior

Alexandre Vaz é Doutor pela Leibniz Universität Hannover, Alemanha; Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde atua no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e lidera o Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea; editor dos Cadernos de Formação RBCE e da Poled - Revista de Políticas Educativas. Pesquisador CNPq 1C.

Daniel Machado é Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Ciências Sociais - Licenciatura e Bacharelado pela UFSC. Articulista na coluna "No outro lado da bola" no Portal Ludopédio. Pesquisador associado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/UFSC), participa do Grupo Esporte e Sociedade. Pesquisador na Associação Brasileira sobre Dupla Carreira (ABDC). Membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT), coordena com o Prof. Dr. Sílvio Ricardo da Silva (UFMG) a linha Produção e Carreira de Futebolistas.




Entre vira-latas e heróis, o racismo no futebol brasileiro

 



Introdução

Nas duas últimas Copas do Mundo de futebol Masculino, 2018 e 2022, o canto “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.” deixou de ser a principal canção que embala a torcida brasileira nos estádios de futebol. O sentimento e a expressão dos torcedores podem ter mudado devido ao processo político e social vivenciado no país recentemente, que talvez tenha influenciado a superação do paradoxo, orgulho e amor, cantados na mesma frase para afirmar pertencimento.

A canção que substituiu e está sendo exaltada pela torcida brasileira nos estádios da Copa do Mundo deixou de falar do povo e passou a reconhecer os protagonistas das conquistas nos   mundiais   de   futebol.   Tal   reconhecimento   merece   destaque   ao   apontar   o   perfil socioeconômico dos torcedores que frequentam a Copa do Mundo, uma classe afortunada, acostumada com os privilégios da branquitude e seu desprezo pelas classes populares. 

No entanto, os privilegiados cantam, dançam e enaltecem, jogadores pretos. O trecho da música diz que: “em 58 foi Pelé; 62 foi o Mané; 70 o Esquadrão; 94 Romário e 2002 Fenômeno.” Atletas pretos e pardos, com protagonismo reconhecido sem considerar ou desconsiderar sua cor, isto é, o racismo ordinário vivenciado no país, parece se fazer presente. Conforme Santos (1984, p. 41), “nosso preconceito racial, zelosamente guardado, vem à tona, quase sempre, num momento de competição. (O futebol é um caso mais típico de ‘momento de competição’).”

O racismo ordinário como adjetivo é assim identificado por fazer parte da ordem do dia, um processo repetitivo, corriqueiro, habitual, regular que está presente em todos os momentos, naturalizado como algo normal e sem questionamentos, pois, como nação, nosso sentimento antirracista está ainda em construção. No sentido figurado, é obsceno, mau-caráter e indecente. O racismo se faz ordinário por meio de práticas legitimadas em narrativas históricas, científicas, sociais, culturais, religiosas e políticas, que continuam a dar conformidade às relações pessoais e interpessoais na sociedade brasileira.

Os heróis de hoje, cantados em alto brado nos estádios de futebol, são representantes da brasilidade que deu certo nos gramados da bola.  Mas, nem sempre foi assim, a trajetória da inserção de pessoas pretas na modalidade exigiu resiliência, insistência e resistência. “O futebol aportou por aqui elitista e racista, cheio de nove-horas e de não me toques, prática proibida para pretos, mulatos e brancos pobres.  

Durou décadas até chegar ao povo e engrandecer-se” (MILAN,  2014, p.  139). Durante o século XX, nas primeiras décadas, os pretos estavam excluídos do futebol, o ideal do amadorismo destaca a prática desinteressada, viver do esporte era sua corrupção.

CONTINUAR LENDO EM:

https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/capturacriptica/article/view/6161



Apresentação Dossiê “Racismos: Corpos, políticas, cidades, poderes e dominações em tempos de ódios” (2023)

 


Organizadores:
Daniel Machado da Conceição
Hélen Rejane Silva Maciel Diogo
Jefferson Virgílio


É com muito prazer que apresentamos o dossiê  com os textos componentes deste número da revista Captura Críptica. O dossiê conta com um total de vinte e três publicações, entre artigos científicos, resenhas, uma entrevista, uma tradução e uma carta, além de uma lista de verbetes que consideramos saudável para fomentar discussões e ações futuras. O dossiê foi organizado principalmente entre um trabalho coletivo de seis mãos, mas não seria possível sem as dezenas de pareceristas, autores e autoras, além da enorme disponibilidade de Leonardo Teixeira, editor-chefe da revista, que sempre ao longo de trocas de mensagens, pedidos de parecer e atualizações sobre os andamentos dos encaminhamentos nos auxiliou para tornar o trabalho concluído. A edição conta ainda com produções do artista Afrokalípticoque nos brinda com algumas de suas artes na capa da edição e ao longo do dossiê.

Antes de apresentar, muito resumidamente, cada um dos materiais que compõem este número, pensamos em introduzir aos leitores e às leitoras sobre a escolha da temática e sobre o título deste dossiê. 

Compreendemos que no cenário nacional, desde muito antes da nossa constituição, e infelizmente, quase cinco décadas após a sua promulgação, em praticamente toda a história das invasões de corpos terceiros no atual território brasileiro o racismo foi incluído como projeto que inviabilize o país como uma nação próspera. 

Quando as primeiras armadas chegaram nas Américas, já tendo legitimidade externa para usurpar territórios - e corpos - terceiros, o racismo aqui se instalou sob os auspícios da igreja católica e das grandes monarquias e economias do globo.  Esta particular forma de contato, destrutivo e explorador, trouxe ao longo de mais de cinco séculos relevantes danos para todo o corpo autóctone que aqui se encontrava e para todos aqueles e aquelas que em algum grau são descendentes naturais destes e que lutam para sobreviver até os dias de hoje. O direito esteve presente em praticamente todos os atos que legitimam os atos de extermínio, de exploração e de roubo que foram realizados em nosso país desde então. 

Um outro conjunto de corpos, pretos, foram levados  à  diáspora pelo mecanismo da exploração comercial de corpos terceiros, popularmente conhecida como escravidão. Ainda que a disciplina histórica alardeie pouco mais de três séculos como o período de existência da escravidão negra em terras brasileiras, sabemos que há registos que se mantém até a atualidade, não curiosamente também projetados contra corpos de pessoas pretas. Na atualidade, inclusive, as novas formas de escravidão podem assumir facetas menos escancaradas, como o célebre quartinho de dormir da empregada, o caseiro do sítio ou mesmo a exploração de menores de idade para o turismo sexual nas regiões norte e nordeste do país. Novamente, o direito esteve presente, legitimando, cada um dos momentos históricos em que diferentes formas de discriminação de corpos negros se manifestaram no território nacional.

Estes dois conjuntos de corpos não estão sozinhos, mesmo na atualidade. Sabemos de situações análogas contra outras populações etnicamente marcadas, como as populações ciganas, o grande conglomerado populacional que o IBGE insiste em chamar de pardos, assim como mais recentemente os imigrantes que buscaram refúgio neste país vindo de países como a Venezuela, o Haiti, entre inúmeros outros países, notadamente dos continentes do sul do mundo: América Latina, Ásia e África. Curiosamente não temos uma grande leva de imigrantes da região norte, com exceção talvez de oriundos da Ucrânia, com conhecidos episódios de racismo, classismo e sexismo provocados por um parlamentar nacional no além-mar.

CONTINUAR LENDO EM:

https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/capturacriptica/article/view/6229