Seja bem-vindo!

Total de visualizações de página

A polêmica da camisa vermelha da seleção brasileira: futebol e ideologia em estado puro

 


Acompanhar postagens e memes que recebemos cotidianamente por meio de sites ou redes sociais nos coloca em contato com um intenso e exponencial universo discursivo que expõe as múltiplas, difusas e diferentes vozes da sociedade contemporânea. Quando o assunto é o futebol, então, temos uma exacerbação das paixões e dos afetos. Isso porque, nesse caso, está envolvida a dimensão das relações clubísticas, hoje em dia muito mais intensas se comparadas com a que a torcida brasileira teve (e tem) com a seleção brasileira de futebol masculino.

Aqui, abrimos um parêntese mais que necessário: as transformações dos tempos nos fazem usar a complementação “masculino” para especificarmos a qual futebol estamos nos referindo na frase acima. Isso revela a necessidade de separar o que consideramos quanto às seleções brasileiras de futebol: a masculina, cada vez mais perdendo relevância e interesse, e a feminina, cada vez mais gerando atenção e mobilizando novos afetos para quem outrora não sabia da existência e da qualidade do futebol feminino brasileiro. Fechamos nosso parêntese e seguimos com a discussão pretendida: refletir sobre a atual polêmica, no Brasil, quanto às possíveis novas cores do uniforme da seleção brasileira.

Desde nossos tempos de escola, somos ensinados sobre o significado das cores da bandeira brasileira, seja nas aulas de Educação Moral e Cívica (EMOCI) ou Organização Social e Política Brasileira (OSPB) – inserções curriculares decorrentes das ideias militares nos espaços educativos – ou em qualquer outro componente curricular. É comum aprendermos que a cor verde corresponde às grandes extensões territoriais de matas 1, que o losango na cor amarela representa as riquezas naturais 2, o círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro no momento da Proclamação da República, e o branco – na faixa em que temos o lema positivista “Ordem e Progresso” – representa a paz e a união entre os estados brasileiros.

É sempre de bom-tom desconfiar do senso comum: nossa bandeira não tem essas cores por essa simbologia tão óbvia. Vamos aproveitar, então, a polêmica envolvendo a cor vermelha no nosso uniforme da seleção de futebol para discutir sobre nossas cores e suas simbologias. Assim, em meio a mais uma polêmica, fruto de questões ideológicas bastante intensas no Brasil atual, podemos fazer disso algo pedagógico: aprender sobre nossos símbolos, nossa história e nosso momento atual!

Diferentemente do que aprendemos, as cores da bandeira brasileira são referências à monarquia e às poderosas famílias dos primeiros governantes brasileiros, e não a questões relacionadas à natureza ou às nossas riquezas naturais. Numa rápida pesquisa na internet 3, aprendemos que a versão oficial da bandeira foi adotada em 15 de novembro de 1889, após a chamada “Proclamação da República”. Nela, o verde representa a Dinastia Bragança (à qual Dom Pedro I pertencia) e o amarelo representa a Dinastia Habsburgo (da Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I). Lembremos, também, imersos no doentio universo ideológico que tomou conta e bestializou boa parte do Brasil, que o nome do nosso país se deve ao grande número de árvores denominadas “pau-brasil”, em que a palavra “brasil” (com “b” minúsculo) significa “vermelho como brasa”.


CONTINUAR LENDO EM: https://www.inctfutebol.com.br/post/a-pol%C3%AAmica-da-camisa-vermelha-da-sele%C3%A7%C3%A3o-brasileira-futebol-e-ideologia-em-estado-puro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gratidão pelo comentário.