No Brasil, em meio às mudanças e adequações que o futebol sofre em razão da pandemia do COVID-19, um jogador tem recebido destaque e diferentemente das carreiras meteóricas, essa é cheia de desafios e decisões que, em geral, não são apresentadas com clareza no noticiário esportivo. Uma carreira que desabrocha e amadurece, não mais com 20 poucos anos, mas na casa dos 30 e com data de término definida.
Enquanto escrevo, os debates esportivos estão falando desse jogador, um grande quebra-galho e árduo atleta – com perdão do péssimo trocadilho. O profissional em questão é Thiago Galhardo, jogador do Sport Club Internacional, artilheiro do campeonato brasileiro da Série A em 2020, até o momento.
Galhardo, assim ele é conhecido pelos torcedores, tem uma carreira distinta daquela que o imaginário popular espera. O mito de origem sobre a família paupérrima que se dedica para entrar e permanecer nas categorias de base de um grande clube de futebol, não se sustenta sequer em aparência. Thiago é representante de um grupo social pertencente às classes populares, com limitações de acesso e que vivencia a desigualdade social presente no país, mas a narrativa de que o esporte é a única opção de sucesso na vida não é evidente, pois uma dupla carreira sempre fez parte de seu projeto familiar.
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