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Para enfrentar as chagas da sociedade, um Márcio

 





A Escola de Chicago desenvolveu estudos que demonstraram as transformações da vida moderna, especialmente, nos novos aglomerados urbanos. O crescimento geográfico e demográfico das grandes cidades favoreceu o que foi reconhecido nas patologias sociais, aumento de desemprego, criminalidade, bolsões de pobreza etc., problemas que aparecem em consequência da rápida expansão dos novos ordenamentos humanos.

As patologias sociais estão relacionadas a anomalias na estrutura social, no entanto, outras doenças, que identifico como chagas, permanecem expostas como grandes ferimentos e machucados. Machismo, patriarcalismo, homofobia, xenofobia, misoginia, racismo etc., são algumas das chagas que se mantêm abertas no corpo social.

A definição de chagas indica lesões abertas, ferimentos ou feridas. O racismo se apresenta como uma ferida exposta que causa não apenas constrangimento, mas principalmente dor. Seu combate não é fácil, pois, algumas pessoas não estão dispostas a submeter-se ao tratamento de limpeza, desinfecção e constante troca de curativos para que a lesão possa ser curada.

O racismo continuamente é lembrado como algo que deve ser ‘tratado’ em diálogo aberto. Sua discussão ganha espaço a partir da caixa de ressonância midiática, o que promove discussão, mas não garante uma reeducação dos modelos mentais marcadores de esteriótipos e valores culturais. Muitos casos de racismo explícito e que fazem parte do cotidiano não ganham o noticiário, limitando o debate que permanece encrustado na alegação de situações isoladas.


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https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/para-enfrentar-as-chagas-da-sociedade-um-marcio/

As juventudes na mídia durante a pandemia COVID-19: compreender para educar



 

Daniel Machado Da Conceição

Cristiano Mezzaroba

Marcos Rogério dos Santos


Resumo

A pandemia de COVID-19 impôs uma nova ordem, um outro ritmo para a humanidade, alterando a percepção de tempo, de estabilidade, motivando a construção de novos ritmos e formas de olhar e refletir sobre os mais diversos âmbitos de nossas vidas. São inúmeras as questões que o desdobramento da pandemia vai desvelando, mas tem um fator que chama atenção diante desse cenário atual: o comportamento dos jovens. Se por um lado, o senso comum associa os jovens a seres desprovidos de responsabilidade individual e coletiva, por outro, o sistema midiático costuma veicular informações de diferentes ordens sobre a juventude (do senso comum até questões mais críticas e amplas). Sendo assim, acreditamos que seria pertinente, para a prática e reflexão educativa, analisarmos alguns dos discursos que têm associado o fenômeno da pandemia e juventude. A proposta configurou-se como um exercício sociológico e foi construída a partir de recortes jornalísticos escolhidos aleatoriamente em diferentes portais de notícias da internet que ao longo da pandemia e até janeiro de 2021, evidenciam formas plurais de tratar, representar e fazer pensar sobre os jovens brasileiros, auxiliando àqueles que atuam no contexto educativo a compreendê-los melhor.

Palavras-chave

Sociologia da Juventude; Pandemia; Portais de informação; Educação

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COVID-19: o impacto da quarentena sobre o nível de atividade física [1]

Ana Miriam Dos Santos Cardoso

Carolayne Jhenyfer Correia Montes Dos Santos

Jean Carlos Alves Da Costa

Jennifer Benigna Da Silva Santos 


Discentes do Curso de Licenciatura em Educação Física Universidade Federal de Sergipe 


    Atividade física consiste em qualquer tipo de movimento corporal que resulte no gasto de energia acima daquele considerado padrão quando o corpo está em repouso. Já as práticas corporais, são fenômenos que se mostram, prioritariamente, ao nível corporal e que se constituem como manifestações culturais de caráter lúdico, tais como os jogos, as danças, as ginásticas, os esportes, as artes marciais e acrobacias, entre outras práticas que envolvem o corpo em movimento a partir de um contexto sociocultural específico.





    O isolamento social gerou um grande impacto para o controle da COVID-19. Um dos impactos do distanciamento social para o controle do coronavírus é a redução do nível de atividade física e o aumento do comportamento sedentário. Embora o sedentarismo seja algo bastante prejudicial para a saúde, é necessário acabar o com o “mito” da necessidade de “praticar atividade física para que a saúde fique boa”, afinal, a atividade física e saúde, embora tenham discursos associados, precisam ser mais contextualizados. O ato de praticar atividade física não significa que você estará gerando uma saúde 100% boa e nem vai garantir que isso melhore a sua saúde, pois, existem os mais diversos determinantes sociais que também influenciam nos modos de ser/estar do indivíduo e sua condição de saúde. 

    Geralmente, as pessoas costumam praticar suas atividades nas academias, mas, como sabemos, todos os lugares tiveram que ser fechados, por conta do isolamento. Então, é recomendado que essas atividades sejam praticadas em ambiente domiciliar. Segundo o Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness, Guilherme Reis, é recomendado que as pessoas pratiquem atividade física pelo menos de dois a três dias por semana. Esses dias, segundo ele, já serão suficientes para que saiam do sedentarismo e para que fortaleçam a imunidade. (Alpha Fitness, 2020).

    Os benefícios da atividade física são inúmeros, mas, é sempre bom deixar claro que ela não vai te deixar imune ao vírus. Pode sim, conforme aponta a literatura científica sobre a temática, melhorar o sistema imunológico, mas não significa que você não vai contrair a doença. Existe um mito que diz que se você tiver um bom condicionamento físico, for uma pessoa bem ativa, você estará com a saúde impecável. O erro está em associar esses benefícios já comprovados em torno da prática corporal inserida no cotidiano dos sujeitos como se isso fosse um fator protetivo a um vírus que o nosso sistema imunológico ainda não teve contato, portanto, desconhecido. A prática de atividade física ajuda sim a melhorar o sistema imunológico, mas, esse não é o único fator que ajuda para melhorar a saúde das pessoas quando pensamos em saúde e sua integralidade entre indivíduo, meio ambiente e sociedade.
 
    Existem muitos determinantes sociais que têm uma grande influência nesse meio. Fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais (a atividade física/prática corporal é um elemento dentro do fator comportamental), têm grande parcela de influência sobre a saúde do indivíduo. Então, mesmo que nossa imunidade esteja “boa”, por conta das atividades física/práticas corporais, podemos sim contrair o vírus, já que existem inúmeros fatores que contribuem tanto no contágio da doença, quanto para que a imunidade esteja em um nível bom.

    Ressalta-se que a ideia que a atividade física apenas diminuiu nessa quarentena é limitada, se olharmos de maneira mais ampla algumas práticas corporais infelizmente foram reduzidas, mas, outras cresceram e ganharam mais espaço, por exemplo, de acordo com o Jornal Digital Folha Vitória (2020) as atividades ao ar livre, como corrida e crossfit tiveram uma queda de 13% a 55% e as queridas corridas em esteiras diminuíram em 67%, a qual não é nenhuma surpresa, pois, todas as atividades deveriam ser feitas em casa para reduzir o contato físico, porém, os “treinos funcionais”, feitos com ajuda de plataformas digitais aumentaram 94%, deixando claro que uma parte significativa da população brasileira continua praticando exercícios, mas de outra forma, com outro foco, o que, também sinaliza, que cuidar da saúde respeitando o contato social e isolando-se também é uma importante forma de buscar saúde.

    Entrando no ramo esportivo, o futebol, por exemplo, foi um dos esportes que logo se “reinventou” para que os jogos voltassem, tendo que aprender a lidar com o “novo normal”. Para garantir um retorno “mais seguro”, as Federações utilizaram protocolos internacionais e regras rígidas de controle epidemiológico. Por exemplo: todos os jogadores devem ser testados antes dos jogos, para saber se está contaminado ou não. Mas, embora tenham essas “medidas de proteção”, muitos jogadores subvertem os cuidados sugeridos e os protocolos, aglomerando-se em festas e outros eventos. Nem todas as medidas de segurança estão sendo postas em prática, o que acaba prejudicando a sociedade ao todo. A volta do futebol foi muito criticada, e até hoje é, pois, voltou em um momento em que muitas pessoas ainda morrem por COVID-19, ou seja, percebemos como esse entretenimento para a população está mascarada por outros objetivos.




    A mídia, como poder simbólico importantíssimo para influenciar a sociedade, não vai divulgar os aspectos contrários sobre esse assunto, óbvio. Afinal, o futebol traz muitos lucros, então, não vamos ver frequentemente o que o futebol acrescenta ou não na pandemia. É evidente que não se tem uma total segurança, mesmo com todos os protocolos de proteção, sendo possível uma contaminação muito rápida entre todos os jogadores que estão em contato dentro de um clube (nos transportes por ônibus, aviões, hospedagens em hotéis etc.). É um risco que eles se propõem a passar.

     Dessa forma, é possível perceber que mesmo pessoas com porte físico “impecável”, estão sim suscetíveis a pegarem a doença como qualquer outra pessoa, pois, como já foi dito, a prática de atividade física ou até mesmo exercício físico regular, não vai livrar ninguém da contaminação, afinal, atividade física não é vacina como se teima em propagar. Não há dúvidas de que a prática corporal cotidiana auxilia no alívio do estresse e na geração de bem-estar, entretanto, devemos ter clareza e consciência que isso não garante proteção à infecção por covid-19. 

    A prática de atividade física/práticas corporais nesse período em que estamos vivendo é recomendada sim, principalmente por questões psicológicas e emocionais, mas, ressalta-se sempre que para ter uma boa imunidade não depende apenas de um único determinante, como algo salvacionista. É necessário mais do que nunca que consideremos a atividade física/prática corporal dentro de um sistema macrossocial, cuja “escolha” e “possibilidade prática” em torno das práticas corporais se configura como uma dimensão individual que acaba sendo priorizada.

    Por fim, devemos também considerar o fator comunicacional, nesse sentido, a mídia tem importante papel neste momento brasileiro e internacional na produção e divulgação de informações, ou seja, deve ser pressionada pela sua responsabilização quanto à dimensão das informações, e não apenas do entretenimento vinculado ao fator do lucro econômico. Quando vemos o que tem ocorrido em torno do futebol profissional no Brasil, consideramos que a mídia deve ser mais consciente, com abordagem mais crítica, porque o discurso da “volta à normalidade” só impacta negativamente os números de contaminação e de mortos, deixando a situação insustentável.

    A pandemia tem nos ensinado a rever certos discursos padronizados, que, na Educação Física, por exemplo, é o da necessidade de fazer atividade física de qualquer forma. Cuidar-se dentro de casa, adaptando-se ao momento, é uma forma poderosa de ter saúde que aparece na forma de preservar a vida.


Referências:
ATIVIDADE física melhora a imunidade e ajuda no combate à COVID-19, aponta especialista. Alpha Fitness. 2020. Disponível em: https://www.redealphafitness.com.br/noticias/2020/03/30/atividade-fisica-melhora-a-imunidade-e-ajuda-no-combate-a-covid-19.html. Acesso: 13 abr. 2021.

REDAÇÃO FOLHA VITÓRIA. Reflexos da Pandemia: pesquisa revela redução de atividade física. 01 out. 2020. Disponível em: https://www.folhavitoria.com.br/saude/noticia/10/2020/reflexos-da-pandemia-pesquisa-revela-reducao-de-atividade-fisica. Acesso em: 13 abr. 2021.



[1] Desde março de 2020 temos experienciado a dura e preocupante realidade da pandemia de covid-19, que, no Brasil, desde que chegou, encontrou, infelizmente, "fértil terreno" para sua disseminação intensificada. Ao campo educacional de modo geral, restou a experimentação com o chamado "modo remoto de ensino".

Assim, na disciplina "Saúde, Sociedade e Educação Física" (ministrada pelo Prof. Dr. Cristiano Mezzaroba), ofertada ao curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade Federal de Sergipe, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, procuramos trazer o contexto da saúde coletiva com o da Educação Física, aproveitando o contexto atual para fazer discussões e reflexões pertinentes tanto à formação docente como uma formação cidadã.

Os/as discentes participantes, em pequenos grupos, foram estimulados a escrever ensaios teóricos considerando a experiência social de viver na/com a pandemia, podendo articular às mais variadas temáticas, como valores humanos, a relação saúde x doença, política, mídia, tecnologias, ciência, religião, educação, cultura, esporte, fake news etc.

Dos quatro textos recebidos, dois grupos aceitaram reescrever seus ensaios em versões reduzidas, os quais são publicados agora.

O primeiro deles, "Consequências das 'fake news' na sociedade em tempos de pandemia" - de autoria de Aline Kathleen dos Santos, Clara Suzana Santana, Guilherme Teo dos Santos e Hilquias Meneses Santos Gomes, como explicita no título, tece um panorama dos impactos das fake news na sociedade brasileira, prejudicando o enfrentamento da pandemia.

O segundo texto, de autoria de Ana Miriam dos Santos Cardos, Carolayne Jhenyfer Correia Montes dos Santos, Jean Carlos Alves da Costa e Jennifer Benigna da Silva Santos, tem como título "COVID-19: o impacto da quarentena sobre o nível de atividade física", e procurou analisar as questões em torno das práticas corporais em contexto mais restringido devido aos perigos da contaminação pelo novo vírus àqueles que realizam suas práticas corporais cotidianamente.

Boa leitura e reflexões... o conhecimento salva vidas! Viva o SUS! Viva a UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA!
 

Consequências das ‘fake news’ na sociedade em tempos de pandemia [1]

Aline Kathleen dos Santos

Clara Suzana Santana

Guilherme Teo dos Santos 

Hilquias Meneses Santos Gomes


Discentes do Curso de Licenciatura em Educação Física Universidade Federal de Sergipe




O termo fake news corresponde às notícias falsas publicadas por meios de comunicação como se fossem informações reais com o intuito de prejudicar ou legitimar um ponto de vista de uma pessoa ou grupo. No atual cenário brasileiro mediante à pandemia do novo coronavírus, essa prática tornou-se uma grande adversária da saúde pública dificultando o combate à doença, pois muitas delas, além de serem espalhadas em formato jornalístico, também são veiculadas por figuras de autoridade, como o próprio presidente da República Jair Messias Bolsonaro, acarretando numa maior credibilidade à falsa informação. Mas quais os prejuízos que essa prática traz à população em meio à pandemia?

    Até 2019 sabia-se que dentro da família Coronaviridae existem quatro gêneros: alfacoronavírus, betacoronavírus, gamacoronavírus e deltacoronavírus e seis espécies de Coronavírus com sintomas de gripe comum que infectam os humanos (229E, OC43, NL63 e HKU1, SARS-Cov e MERS-Cov) estas últimas de origem zoonótica, associadas as doenças com síndromes respiratórias possivelmente fatais (Chaves & Bellei, 2020; Zhu et al., 2020).

    Em 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, China, foi descoberto o sétimo elemento dessa família de Coronavírus. Esse novo agente, o SARS-Cov 2, causador da covid-19 com alto grau de contágio, toma em 2020 grande proporção no mundo caracterizando uma pandemia (disseminação mundial de uma nova doença).

    A partir disso, diante de um cenário nebuloso em que a mídia é usada para informar à população sobre a doença, surge outro grave problema. A desinformação através das fake news, tendo a mídia como nosso maior meio de informação, a depender dos usos que se façam dos veículos midiáticos, tão letal quanto a covid-19. Esse conjunto de veículos é importante para a sociedade, no sentido de nos ligar à realidade, procurando garantir a vida da população mundial, mas, por outro lado, há a possibilidade de manipulação em massa, inclusive, usando um fato verdadeiro, mas deturpando a maneira como ele é “contado” ou o momento que ele ressurge, com fins ideológicos.


        
    O fenômeno fake news se tornou algo bastante frequente e de fácil acesso diante da facilidade da propagação de notícias por meio de redes sociais, que estão ao alcance de uma grande parcela da população mundial a partir dos nossos dispositivos móveis, tendo como principais temas a política, economia, esporte, cultura, entre outros. Com a atual pandemia mundial do novo coronavírus, as fake news vieram a se tornar um problema de saúde pública, como na divulgação de eficácia de medicamentos de fácil acesso sem as devidas comprovações científicas no combate à covid-19, vindo a ter um impacto negativo no tratamento de outras doenças, como o medicamento Ivermectina (utilizado no tratamento de infestações por parasitas como oncocercose e estrongiloidíse), quem tem causado problemas hepáticos em usuários no Brasil.

    O medicamento supracitado faz parte do chamado “kit covid” composto por medicamentos sem eficácia contra à doença, como por exemplo a cloroquina (eficaz no tratamento da malária, lupus e artrite reumatóide), mas divulgado (por instâncias governamentais de vários níveis de poder, mas também por instituições médicas, o que é algo que chama atenção) como eficiente ‘tratamento precoce’. O maior incentivador do uso desse “kit” é o presidente Jair Bolsonaro que age como “garoto propaganda” e dissemina ainda mais fake news relacionadas à cura e prevenção da covid-19 e coloca em risco a saúde da população que se arrisca a utilizar tais medicamentos.

    Outro problema agravado foi o movimento antivacina, vindo a ser influenciado também pelo presidente Jair Bolsonaro, que durante a pandemia teve seu discurso voltado em questionar a eficácia das vacinas, em especial a Coronavac, desenvolvida a partir da parceira do Instituto Instituto Butantan com a biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotec, vacina esta aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ideologizando a questão, em conflito de interesses políticos com o então governador de São Paulo, outrora aliado político, e agora, adversário declarado. Tal atitude incentiva as pessoas a não aceitarem serem vacinadas pela insegurança e medo que as notícias falsas criam sobre a vacina e suas possíveis consequências e levam ao negacionismo da ciência.



        
    Para combater as fake news o Ministério da Saúde criou o serviço “Saúde sem Fake News” que funciona por meio do WhatsApp, em que a população pode mandar a informação recebida para o número disponibilizado, e depois de analisada o cidadão receberá como resposta um selo ilustrando se a informação é verdadeira ou falsa, sanando suas dúvidas sobre o conteúdo. Tal serviço ajuda no enfrentamento à problemática, mas é destinado à um público limitado já que nem todos conhecem o serviço e possuem acesso à esse meio de comunicação. Além do mais, embora seja uma iniciativa necessária, cumpre questionar se o Presidente da República não ajudasse a gerar as fake news, já seria de grande valia o serviço público prestado.

    É notório que a questão das fake news traz graves prejuízos à sociedade, pois quem acredita, além de aderir à falsa informação ou recomendação, espalha para outras pessoas de maneira equivocada. Durante a pandemia houve um agravamento desse problema e vemos o retrato disso em nossa atual situação com alto número de infectados e mortos em decorrência da covid-19 todos os dias. Além da falta de vacina existente no país, as fake news nos levaram a essa triste realidade, pois estimulam os cidadãos a ignorar a máscara, álcool em gel, trazem “falsa sensação” de proteção por conta do “kit covid”, entre tantos outros absurdos.


REFERÊNCIAS:

CHAVES, T. S. S.; BELLEI, N. SARS-CoV-2, o novo Coronavírus: uma reflexão sobre a Saúde Única (One Health) e a importância da medicina de viagem na emergência de novos patógenos. Revista de Medicina, v. 99, n. 1, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/167173/159662. Acesso: 3 fev. 2021.

ZHU, N. et al. A Novel Coronavirus from Patients with Pneumonia in China, 2019. The New England Journal of Medicine, v. 382, p. 727-733, feb. 2020. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2001017. Acesso: 3 fev. 2021.



[1] Desde março de 2020 temos experienciado a dura e preocupante realidade da pandemia de covid-19, que, no Brasil, desde que chegou, encontrou, infelizmente, "fértil terreno" para sua disseminação intensificada. Ao campo educacional de modo geral, restou a experimentação com o chamado "modo remoto de ensino".

Assim, na disciplina "Saúde, Sociedade e Educação Física" (ministrada pelo Prof. Dr. Cristiano Mezzaroba), ofertada ao curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade Federal de Sergipe, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, procuramos trazer o contexto da saúde coletiva com o da Educação Física, aproveitando o contexto atual para fazer discussões e reflexões pertinentes tanto à formação docente como uma formação cidadã.

Os/as discentes participantes, em pequenos grupos, foram estimulados a escrever ensaios teóricos considerando a experiência social de viver na/com a pandemia, podendo articular às mais variadas temáticas, como valores humanos, a relação saúde x doença, política, mídia, tecnologias, ciência, religião, educação, cultura, esporte, fake news etc.

Dos quatro textos recebidos, dois grupos aceitaram reescrever seus ensaios em versões reduzidas, os quais são publicados agora.

O primeiro deles, "Consequências das 'fake news' na sociedade em tempos de pandemia" - de autoria de Aline Kathleen dos Santos, Clara Suzana Santana, Guilherme Teo dos Santos e Hilquias Meneses Santos Gomes, como explicita no título, tece um panorama dos impactos das fake news na sociedade brasileira, prejudicando o enfrentamento da pandemia.

O segundo texto, a ser publicado posteriormente, de autoria de Ana Miriam dos Santos Cardos, Carolayne Jhenyfer Correia Montes dos Santos, Jean Carlos Alves da Costa e Jennifer Benigna da Silva Santos, tem como título "COVID-19: o impacto da quarentena sobre o nível de atividade física", e procurou analisar as questões em torno das práticas corporais em contexto mais restringido devido aos perigos da contaminação pelo novo vírus àqueles que realizam suas práticas corporais cotidianamente.

Boa leitura e reflexões... o conhecimento salva vidas! Viva o SUS! Viva a UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA!

 

A Caserna e o negacionismo à brasileira

 



Nos anos 80, músicos como Tim Maia e Cazuza cantavam sobre o Brasil, apresentando as incongruências de uma nação que se constrói em meio a muitos paradoxos. Uma identidade cultural que para Stuart Hall estaria justificada pela pós-modernidade. “O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não-resolvidas” (HALL, 2005, p. 12). Nesse sentido, podemos dizer que o Brasil (Colônia, Império e República) sempre foi “pós-moderno”, embora, nunca tenha levado a sério o que é ser moderno. Um comentário irônico para citar ideias e teorias do Velho Mundo que encontram guarida e são apropriadas de maneiras singulares “na terra que tem palmeiras, onde canta o sabiá”. 

A teoria positivista parece ser uma delas, entretanto, alerto que ela não significa uma mensagem motivacional. O positivismo, para os desavisados, pode até ser confundido com um comportamento vencedor, no entanto, indica uma teoria que valoriza o uso da razão. Seus princípios orientam a sociedade no combate à pandemia da COVID-19, pois exalta a razão e o espírito científico. Logo, um negacionista não pode estar investido de positivismo, é contraditório, no mínimo.

Augusto Comte (1798-1857) foi o idealizador do positivismo. O Iluminismo e a Revolução Industrial proporcionaram transformações cognitivas, sociais e culturais na Europa. Comte observou muitas mudanças na sociedade, identificando um novo modelo social e pretendia que as Ciências Humanas tivessem métodos científicos semelhantes às Ciências Naturais. Sua proposta com base na experimentação buscou uma maior maturidade racional.

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