A aproximação entre futebol e pesquisas nas Ciências Sociais não é novidade no Brasil. Desde o início, esse esporte mostrou-se um fenômeno urbano bastante significativo pelo seu alto poder de espetacularização - assim, foi aproveitado por diferentes atores na tentativa de se obter vantagens políticas. Em 1938, Gilberto Freyre publicou no Diário de Pernambuco uma análise social e cultural da seleção brasileira que excursionava pela Europa, tendo como destaque o atacante Leônidas da Silva – jogador negro, considerado um dos maiores ídolos do futebol no país. Escrevia Freyre, utilizando as categorias de Spencer: “O estylo mulato, afro-brasileiro de foot-ball é uma forma de dansa dyonisíaca 4”. Essa perspectiva foi retomada pelo autor, anos mais tarde ao prefaciar “O negro no futebol brasileiro”, de Mário Rodrigues Filho (1947), e no texto “O futebol e a dança” (1971). Uma década depois, Maria Isaura de Queiroz (1948), seguindo a mesma linha Freyre, escreve “O futebol e o caráter dionisíaco do brasileiro 5 ”, desta vez, abordando as categorias dionisíaca e apolínea como padrões culturais sob a perspectiva de Ruth Benedict - e, de certa forma, inaugurando a presença do futebol no pensamento social brasileiro pelo viés culturalista. No entanto, a primeira pesquisa sobre futebol defendida em uma pós-graduação, na grande área das Ciências Sociais, no país, foi apresentada apenas em 1977. Trata-se da dissertação de mestrado de Simoni Lahud Guedes, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ), intitulada “O futebol brasileiro: instituição zero”.
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Palavras-chave: Apresentação; dossiê; Ciências Sociais do Esporte.
Autores:
Caroline Soares de Almeida, Daniel Machado da Conceição e Carmen Rial
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https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/30958
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