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A racionalidade da “zica” em meio a racionalização do desempenho

 



As modalidades esportivas exigem dos atletas alto desempenho e a melhora constante dos resultados. Uma racionalização produz os corpos e os equipamentos, visando aprimorar a performance coletiva e individual. No futebol, a evolução tecnológica pode ser identificada em múltiplas ações que envolvem a preparação, execução e recuperação dos atletas, afetando a estética do jogo. No entanto, a racionalidade permite que outros elementos possam impactar no jogo, compondo o encantamento, o pensamento mágico que também justifica bons e maus resultados.

A expressão “zica”, uma gíria que denota azar, falta de sorte e infortúnio, aparece ligada ao baixo desempenho, com resultados inexpressivos ou ineficientes. O esporte como representação do progresso, desenvolvimento da técnica, convive com a racionalização e não exclui a presença das crenças, bruxarias e valores encantados que servem para justificar aquilo que não pode ser contemplado nas estatísticas, o imponderável.

As situações que escapam ao planejamento e à organização meticulosa, necessitam ser superadas através de mandingas, orações, feitiços, rituais e superstições. Expressões de religiosidade que sempre estiveram presentes no futebol, no nome de alguns clubes, mascotes, personalidades religiosas (padre, pastor e/ou pai de santo), espaços nas dependências dos estádios e centros de treinamento com capelas ou altares. Estes últimos, são lugares para penitências, promessas e pagamento das bençãos recebidas, entre elas: recuperação de lesão, melhora no rendimento pessoal ou coletivo, conquista de título e classificação para alguma competição.

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