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O aumento de casos de racismo no Brasil - Projeto Fala Preto

 


Projeto Fala Preto 

O aumento de casos de racismo no Brasil

Hoje teremos a honra de receber nosso amigo Daniel Conceição, onde iremos discutir sobre a importância de tratarmos da questão do racismo, antes velado e que hoje encontra terreno fértil para ser cultivado.

Doutor em Educação, Mestre em Educação e Cientista Social pela UFSC. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/CED/UFSC.


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https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=862460911416362






Processos educativos em Os Trapalhões

 


No ano de 1988, a escola de samba Unidos do Cabuçu do Rio de Janeiro/RJ, criou um samba enredo em homenagem aos Trapalhões. A letra dizia que “Didi, Dedê, Mussum e Zacarias, seu mundo é encanto e magia.”

Em minha infância na década de 1980 e adolescência nos anos 1990 foram embaladas por essa melodia humorística. Os domingos a noite ou em posteriores inserções na programação semanal da principal rede de televisão do país, as brincadeiras e piadas que envolviam o quarteto eram produzidas e reproduzidas à exaustão. Os principais bordões dos personagens deixavam as telas da televisão e invadiam as conversas nos diversos espaços públicos e privados.

Cada personagem era estereotipado, Dedê representava o homem branco que aproveitava o privilégio da branquitude, um galã, mas por ser o oposto da virilidade masculina sua sexualidade ficava sob suspeita, motivo de muitas piadas da trupe. Didi era paradoxal, um homem nordestino que representava milhões de brasileiros humildes que sacrificavam suas vidas em busca da tão sonhada mobilidade social, porém, também era exemplo da malandragem cultuada pela capacidade de improvisar, evitar o trabalho e no final sempre se dar bem.

Zacarias era um homem do interior, emotivo, medroso, desajeitado, inseguro e de fala estridente, devido a sua aparência muitas piadas lhe eram direcionadas. Mussum, o homem negro estereotipado com características de força física, beberão, mulherengo, apaixonado por futebol e samba, além de ser avesso ao trabalho.

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http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/processos-educativos-em-os-trapalhoes/





Uma escolha paradoxal

 


Os estudantes, pós-isolamento social, estão enfrentando dificuldades pela quebra de linearidade no processo de socialização que experimentaram. As regras de sociabilidade aprendidas são frágeis, e a ausência de uma maior vivência coletiva impediu o desenvolvimento de empatia.

O isolamento social apenas agravou uma situação em que a individualização da sociedade e o uso excessivo dos dispositivos móveis impactam na maneira de se relacionar com o outro. Soma-se à meritocracia, que intensifica a competição; a necessidade de comparação constante com os outros; o agorismo das respostas rápidas e curtas; o desejo de recompensa imediata; e o sentimento de ter sempre uma satisfação plena.

Esse novo cenário social que as juventudes estão enfrentando resulta no aumento do número de síndromes emocionais (depressão, estresse e ansiedade), além de descaracterizar a maneira de viver coletivamente, afetando sua forma e conteúdo (SIMMEL, 1983). Uma consequência é o tempo que os professores estão dedicando em suas aulas para dar orientações sobre regras de convívio e resolução de conflitos. O ensino do conteúdo programático que deveria gerar aprendizado e, por fim, resultar na autonomia do sujeito. Está sendo perdido pelas longas intervenções para reprimendas, orientações, conselhos e mesmo punições.

Muitos estudantes não percebem que os passeios fora da escola, jogos, dinâmicas e atividades em grupo (mesmo em duplas) estão sendo reduzidos em razão do alvoroço, desrespeito, desorganização e preguiça em atender a proposta do professor. Uma sugestão elaborada como capaz de mitigar essa realidade é aplicar no Ensino Fundamental e o Médio uma prática muito comum e necessária na Educação Infantil, a semana de adaptação. Parece deslocada essa sugestão, mas, no retorno das aulas, a primeira semana deveria servir para articulação dos profissionais no desenvolvimento de atividades que despertem e enfatizem as regras de sociabilidade para uma melhor coletividade.

A escola precisa proporcionar um espaço de conversa aberta, autoavaliação e dinâmicas de grupo, visando proporcionar maior conhecimento sobre o outro e por fim gerar empatia. Todos precisam se envolver ou continuaremos durante o ano letivo com uma resposta pronta que diz: o problema é o professor ou o componente curricular que não agrada à turma.

Atuando como professor de História nos anos finais na rede municipal de educação de Florianópolis, tenho a oportunidade de estar com três turmas de sexto ano. A relação é agradável, em alguns momentos você pensa: o que estou fazendo aqui? Conflitos, picuinhas, ciúmes, inveja, egoísmo, palavrões, xingamentos e muita maldade entre os estudantes. Em outros, a satisfação de ensinar e perceber o aprendizado acontecer é algo extraordinário. Sem contar os abraços, frases de carinho, desenhos dos estudantes retratando o professor e os sorrisos. Ah, os sorrisos! Não é apenas o reconhecimento, é aquilo que afeta a autoestima de qualquer profissional, a realização pessoal.

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CBN MARINGÁ/PR - ENTREVISTA | DANIEL MACHADO (05/10/2022) #NOARNACBN

 


CBN Maringá

Entrevista com Daniel Machado da Conceição, coordenador educacional do Instituto Abre

Tema: Estágio e jovem aprendiz.

DISPONÍVEL EM:






Questões raciais: reflexões no campo educacional e esportivo

 


Ao iniciar essa conversa, quero dizer que estou realizando nos últimos anos a minha própria desconstrução, tenho procurado aprender e compreender sobre minha identidade e ancestralidade. Um processo que passa pelo reconhecimento e valorização, um exercício que se faz constante, só o debate pode desvelar as práticas naturalizadas e como gosto de dizer remover os constrangimentos.

Quando falo constrangimento, recordo da fala de um colega professor que fez o convite para que com outros dois colegas (uma professora e um professor também negros) participássemos de uma conversa sobre racismo. Realizamos uma reunião de preparação/organização e logo no início o organizador, disse: – professores, estou constrangido, não sei como falar com vocês! A preocupação dele era genuína, ele queria proporcionar um ambiente agradável, uma conversa prazerosa, mas naquele instante percebeu estar desconfortável. O constrangimento estava silenciando-o, logo, conseguiu perceber e estender essa situação para a sala de aula, identificou que quando realizava debates sobre o tema racismo, o constrangimento promove um silêncio que impede aprofundar inúmeras questões.

Abrir a conversa com este relato faz refletir a respeito da formação dos professores, ponderando, a partir do título, sobre o campo educacional e Educação Física. Não quero me alongar a respeito do papel da escola, acredito que compreendemos sua função na sociedade moderna.

A escola não está fora da sociedade, portanto os valores culturais podem ser observados durante os processos sociais de interação dos indivíduos. Questões como racismo, gênero, diferenças corporais e de inclusão (capacitismo), são vivenciadas de maneira brutal e violenta na escola e na disciplina/componente curricular Educação Física. Estas questões são importantes, pois, podem ser observadas por ações como: palavras, comportamentos, invisibilidades, risadas etc.

A conversa sobre questões raciais não deve estar restrita apenas a escuta da população negra. Um esforço de luta contra o racismo não basta, como alardeado por Ângela Davis precisamos ser antirracistas, nesse caso é um movimento de desconstrução pessoal, pois, antecipo, transformo, faço meu ensimesmamento visando rever posturas que não devem continuar se repetindo.

O preconceito é um empecilho, pois, a partir de pré-noções, pré-conceitos ou opiniões, tomamos decisões e julgamos o outro de maneira desfavorável. Com base em estigmas, marcadores que identificamos na aparência do outro, os estereótipos, agimos com maior ou menor sociabilidade. Oracy Nogueira nos ajuda entender que no Brasil a cor da pele e os traços corporais negroides, são definidores do preconceito de marca.

Os preconceitos encarados como modelos mentais nos conduzem a uma segunda expressão, discriminação, o ato ou ação de discriminar. O efeito é a separação, segregação e distinção dos indivíduos, atribuindo que alguns são melhores e iguais, outros, piores e diferentes. No contemporâneo, uma nova palavra acompanha nosso cotidiano, a injúria. Nesse caso, destacamos a injustiça, aquilo que é contrário ao direito. Se com base em preconceito realizo atos discriminatórios estou atacando o direito do outro, o principal deles, sua condição de humano.

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/questoes-raciais-reflexoes-no-campo-educacional-e-esportivo/



Ações afirmativas e uma trajetória antes, durante e depois



Quem é o Daniel que escreve essas linhas? Ele é natural de Pelotas/RS, homem preto, morador de Florianópolis há pelo menos 23 anos, casado, com duas filhas e um filho. Realizou atividades profissionais na função de assistente administrativo, almoxarife, auxiliar de depósito, vendedor, motorista entregador. Também foi assistente administrativo na Secretaria Municipal de Saúde e agente de pesquisa na agência do IBGE em Florianópolis/SC. Nos períodos de desemprego, na condição de informalidade trabalhou como pintor, servente de pedreiro, entrevistador de pesquisa de opinião e segurança de eventos.

Em 2008, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou o seu primeiro vestibular com ações afirmativas. O Daniel foi aprovado no curso de Ciências Sociais e a partir da sua inserção no Ensino Superior tornou-se professor, educador, pesquisador, coordenador educacional e consultor. Destacar essa trajetória não é com propósito de vanglória pessoal, nem servir de modelo meritocrático ou crítica pela oportunidade tardia. Talvez o sentimento envolva todas as hipóteses ou nenhuma delas! O primeiro objetivo é afirmar que, por meio da educação, podemos transformar vidas. Quebrar correntes que impedem ou limitam a construção dos projetos pessoais, sejam eles: escolar, carreira e vida. A educação é uma possibilidade de romper com o círculo vicioso da pobreza. Não quero parecer inocente ao realizar essa afirmação, não desconsidero que a escola é excludente, ela seleciona os mais aptos e a inflação dos diplomas provoca redução nos salários.

As transformações que a educação possibilita são reais. Falo de um homem negro, em uma sociedade de estrutura racista que atribui a determinados grupos populacionais posições específicas na divisão social do trabalho. Com a escolarização inicial, o Daniel realizou atividades subalternas sem grande prestígio social, ao avançar para um novo nível estava apto para atividades de média complexidade, logo, com a formação superior lhe é permitido estar em outra sala, acessar outros espaços, conhecimentos e saberes. Que movimento espetacular!

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http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/acoes-afirmativas-e-uma-trajetoria-antes-durante-e-depois/

UMA TRAJETÓRIA FEMININA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: TÁTICA E AGÊNCIA

 


RESUMO

Questões de gênero, heteronormatividades e o machismo estrutural ainda estão arraigadas a comportamentos e atitudes que causam sofrimento ou exigem grande resiliência das mulheres. Se faz necessário ponderar sobre a inserção feminina no Ensino Técnico e Profissionalizante, discutindo desafios, resistências e táticas para efetivação de uma carreira profissional. Partindo de uma entrevista realizada de forma virtual com uma egressa da Escola Técnica Federal de Santa Catarina, da década de 1980, apresentamos sua trajetória de estudante, e pretendemos responder com esse trabalho: como a realização da formação Técnico em Mecânica para uma mulher significa uma ruptura do destino esperado? Sua trajetória é relevante para discutir os valores de feminilidade durante sua infância e juventude, os quais em certa medida são questionados ao escolher o curso de formação Técnico em Mecânica.

Palavras-chave: Agência. Educação técnico profissional. Mulheres. Tática.


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https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/6356

https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/6356/2395





Entre mascotes e totens, apenas uma marca

 



Mesmo para aqueles que não acompanham futebol, como no caso de um dos autores, acabamos recebendo informações por familiares e amigos. Somos informados sobre os últimos acontecimentos no mundo da bola e o seu outro lado através deles que acompanham com maior destreza o ritmo das informações nas redes sociais.

Algo compartilhado por eles foi a descoberta em uma das redes sociais do canal FutParódias no Youtube. A criatividade da equipe que mantém o canal é extraordinária e vale o elogio. Entre as muitas paródias, uma dedica atenção às mascotes dos clubes de futebol, e serve de estímulo para escrever sobre um outro lado da bola.

A expressão mascote tem origem na língua francesa, na palavra “mascotte”. Seu significado carrega felicidade, capacidade de produzir sorte ou afastar os maus espíritos, marca de pertencimento e indica identidade coletiva. Em geral, são pessoas, animais ou coisas que são humanizadas, destacando virtudes associadas ao grupo. As mascotes são um fenômeno da imaginação, um símbolo, um ícone de referência para o coletivo, para os seus e para outros.

A figura da mascote nas equipes esportivas acontece de maneira mais sistemática nos Estados Unidos. O apelo comercial voltado para o consumo serve de incentivo para criação dos símbolos de reconhecimento e valorização, estes marcam um lugar e estampam os mais variados produtos.

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/entre-mascotes-e-totens-apenas-uma-marca/

LÁGRIMAS, SANGUE, LEITE, SUOR, SALIVA E SÊMEN: FLUIDOS DO CORPO NEGRO QUE MOVEM O MOTOR CHAMADO BRASIL

 


Resumo:

O texto apresenta reflexões oriundas de estudos sobre relações raciais e racialização desenvolvidos na última década pelo autor. O método histórico foi utilizado em uma pesquisa de caráter exploratório que identifica representações do corpo negro na sociedade brasileira. O objetivo foi perceber os fluidos produzidos por esse corpo - sangue, suor, lágrima, leite, saliva e sêmen - os quais contam a história de uma diáspora. A analogia do país como um motor será empregada para dar significado aos fluidos do corpo negro, utilizados para mover as engrenagens do desenvolvimento brasileiro. O resultado permite desvelar, a partir desses fluidos, um processo estrutural que se perpetua com o tempo, ganhando sempre novos sentidos e ressignificações. Os fluidos, portanto, expressam um lugar na hierarquia social atribuído à população negra no Brasil.

Palavras-chave: 

Corpo negro, Escravização, Fluídos, Racismo.


ACESSO EM:

https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Poiesis/article/view/12708/10317

https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Poiesis/article/view/12708



Violência no futebol: quem é o culpado? (parte I)

 



Procurar os culpados pela violência no futebol nos faz pensar sobre a participação dos próprios jogadores. O desempenho durante a partida, envolve o antes e o depois, afeta a emoção dos torcedores fora de campo, o que permite comparar o futebol como um concerto. Uma grande orquestra, os torcedores são os músicos e os jogadores estão na condição de maestros do espetáculo.

Ao lado das quatro linhas o torcedor reproduz o que vê em campo. As muitas brigas, xingamentos e ameaças entre atletas, usadas para desestabilizar o adversário, inflamam animosidades do lado de fora do gramado e que não ficam restritas ao período da partida.  

O torcedor na arquibancada acompanha seu maestro com atenção, respondendo a cada indicação da nota mais aguda ou grave, principalmente quando essa é expressa através do comportamento agressivo e ríspido contra outro companheiro de trabalho.

A importância da regência dos jogadores é reconhecida na frase: “vocês da imprensa”. Proferida para se referir aos profissionais da mídia esportiva – virou até nome de podcast esportivo[1] – e provoca uma manipulação obducta, pois, os profissionais do futebol sabem que agindo assim promovem o engajamento em suas redes sociais e deixam de assumir sua responsabilidade.

O que perguntamos de maneira repetida, é: vai acabar a violência no futebol? Presumivelmente, não! Para acabar a violência no futebol, há necessidade de a sociedade deixar de ser violenta, uma utopia. Entretanto, lutamos para fazê-la diminuir, pois, como espaço de confraternização a cólera não é condizente.

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/violencia-no-futebol-quem-e-o-culpado-parte-i/





O quanto eles sabem para nossa atualidade

 




Os pensadores Comenius (1592-1670) e Rousseau (1712-1778) são dois grandes intelectuais que dedicaram atenção à educação. As propostas idealizadas por ambos são objeto de estudo nos cursos de formação de professores e não é sem motivo que isso acontece, afinal suas reflexões permanecem atemporais, pois falam sobre a importância da educação, como realizá-la e o resultado esperado.

Suas propostas permanecem relevantes, pois, um dos maiores desafios na sociedade contemporânea é identificar, qual o processo mais eficiente para formação das novas gerações? Os modelos de ensino são variados, utilizam metodologias que prometem conduzir crianças e jovens pelo caminho que leva ao mundo adulto, isto é, um lugar que remete à aquisição de responsabilidade, compromisso, amadurecimento, dedicação e orientado pela ética do trabalho.

As instituições de ensino aparecem com o papel de extrema importância para transmissão dos valores aceitos e reconhecidos. Realizar uma formação voltada para aquisição de habilidades, competências e atitudes, que significam a internalização de uma certa socialização, não é uma atividade simples, pois, as exigências tendem a não considerar o handcap dos indivíduos.

Articular dois autores, Comenius e Rousseau, com contexto de vida e propostas, embora, distantes devido ao período histórico, permite observar possíveis pontos de divergência e de aproximação que podem ser orientados para ajudar a entender o ambiente da formação, com o cuidado de não promover o anacronismo.

Comenius e Rousseau, na atualidade, ajudam a perceber o dilema que há sobre a decisão do tipo de formação. Suas ideias estão pautadas na condição da criança em relação ao aprendizado e, consequentemente, do “homem” durante sua sociabilidade.

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http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/o-quanto-eles-sabem-para-nossa-atualidade/





Apresentação - A socialização secundária: uma conciliação entre escola e trabalho.

 Semana PIBID IFSul-rio-grandense.

Apresentação - A socialização secundária: uma conciliação entre escola e trabalho.

Obrigado professora Márcia Rostas e coordenadores do Projeto PIBID IFSul. 


Movimento Resiste, PIBID em luta!











Escola, bolinhas de papel e cidadania

 


O exercício da docência, isto é, estar em sala de aula com as novas gerações é um momento único para perceber as tensões de uma sociedade em contínua transformação. O processo de socialização secundária é papel da escola, assim como seus conteúdos e as regras de sociabilidade que deveriam culminar com o desenvolvimento de uma maior cidadania, privilegiando a razão, exaltação do ideal iluminista.

Na sociedade contemporânea pensar o papel da escola, seu propósito na transmissão dos valores e conhecimentos, é algo indiscutível e primordial. Indiscutível por ser a instituição que faz a mediação da nova geração com a sociedade, e primordial como necessidade para não perder a condição de instituição socializadora. Os vários interesses que envolvem o controle da escola (educação) e, especialmente, seu currículo, apontam para sua importância estratégica na construção do modelo de sociedade futura.

A cidadania é expressão que não apenas significa direito e reconhecimento civil, descreve também deveres para manutenção da vida coletiva. No entanto, a sociedade da liberdade, igualdade e ‘pouca’ fraternidade, enfatiza mais os direitos pessoais deturpando boa parte do processo que culmina com aquilo que se deseja combater, uma desenfreada aquisição e manutenção de privilégios.

No exercício da cidadania, sempre que pedimos um exemplo, a imagem do jogar papel no chão é uma das primeiras indicações. Na escola em alguns momentos é surpreendente, pois, a bolinha de papel é seu correlato e perceber a sujeira no chão das salas de aula significa identificar um descompasso.

Minha percepção quando encontro papel no chão, as referidas bolinhas, percebo que como educador e como instituição escolar, erramos. Uma falha que para alguns pode ser relevada, justificada na afirmação de que a sociedade sempre foi assim, uma Síndrome de Gabriela como na música “Modinha para Gabriela”, de Dorival Caymmi. Outros, alegam a irreverência da sociedade contemporânea que não estipula limites ou ainda que a desestruturação das instituições, entre elas a escola, é a causa das mazelas do mundo.

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Webinar Educação Profissional e seu importante Papel para a Retomada da Economia

 


Fundação FAT

Participe do novo ciclo de webinars da Escola Técnica FAT e entenda como o ensino técnico e profissionalizante pode alavancar a carreira de jovens e adultos, ampliando horizontes no mercado de trabalho. O primeiro tema é: “Educação Profissional e seu importante Papel para a Retomada da Economia e Aumento da Empregabilidade.”








Antivacina e alto rendimento esportivo, uma falácia sem sustentação

 



A polêmica sobre a aplicação da vacina contra COVID-19 tem gerado no mundo e, especialmente no Brasil, um debate escandaloso. A cultura da imunização vacinal em nosso país foi conquistada com muito empenho e organização. Nas primeiras horas de vida o infante é apresentado às picadas de agulhas, as quais se seguirão por meses e anos, conforme o calendário de vacinação, protegendo o organismo de vários vírus e bactérias.

Muitas crianças são protegidas e salvas das enfermidades que poderiam deixar sequelas graves, inclusive, eu, meus filhos e provavelmente você que lê este texto, também. Quando uma vacina foi esquecida ou no reaparecimento de uma doença, realizamos nova aplicação: foi assim que aprendemos e era assim que agíamos, sem nenhuma polêmica desnecessária. Ao organizarmos uma viagem dentro ou fora do país, é preciso se certificar que as vacinas estão em dia, procedimento comum como no exemplo da imunização contra febre-amarela (a depender do nosso país de destino, geralmente países tropicais).

O desenvolvimento das vacinas é um avanço da ciência e das tecnologias à ela relacionadas. O paradoxo do cientificismo é ser encarado como outra fé, mas que enfrentou sempre ceticismo que nega crer no que vê. Dúvidas e questionamentos estiveram presentes nas mais variadas descobertas, como na constatação da importância da lavagem das mãos para realização de procedimentos cirúrgicos. Resistências sempre existiram, e em sua grande maioria, em razão de desconhecimento e petulância.

Em um passado não muito distante o movimento antivacina procurava destacar a pertinência do tratamento terapêutico como alternativo, além de questionar a mercantilização da cura. Não se pode negar que o argumento possuía e possui fundamento, pois, no mundo capitalista, a cura é um negócio lucrativo. A guerra entre marcas e patentes é uma triste constatação dessa verdade. Algo do movimento antivacina ‘raiz’ diz respeito à intervenção científica como negócio e não à negação da existência de doenças, pregam uma alternativa à cura, no seu formato “mais natural”.

A ciência tem contribuído para transformação da sociedade e da humanidade, seus efeitos podem ser observados em muitas áreas e profissões, nossa maior longevidade atesta sua importância. No esporte não é diferente: podemos identificar que o desenvolvimento das muitas modalidades passa pela intervenção científica ou técnica, ações no corpo, sejam dentro ou fora dele. Poderíamos arriscar afirmar que o esporte moderno configura-se como manifestação da ciência, técnicas e tecnologias em seu formato corporal, quando o alto desempenho nos “enfeitiça” em relação às possibilidades que o corpo pode chegar.

Dentro do corpo o destaque está na nutrição, na medicina, fisiologia, nos aspectos biomecânicos e psicológicos etc., e fora dele, na educação física, ergonomia, mecânica, engenharia etc. O esporte, enquanto veículo ideológico da modernidade, representa a eficiência da técnica para superação da natureza interna ou externa, isto é, desenvolvimento científico que se manifesta explicitamente na dimensão corporal.

O corpo que serve de referência é um corpo atlético, dos atletas de alto rendimento. O professor e pesquisador Fernando Bitencourt (IFSC), no livro “O ciborgue e o futebol: corpo, biopoder e illusio no reino do quero-quero” (2020),[1] descreve como o corpo do jogador de futebol é atravessado pelas intervenções tecnocientíficas, tornando-se um ciborgue, a partir de sua experiência etnográfica acompanhando uma grande equipe da elite do futebol brasileiro.


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https://ludopedio.org.br/arquibancada/antivacina-e-alto-rendimento-esportivo-uma-falacia-sem-sustentacao/



#opentowork - FAÇA CONTATO E VAMOS CONVERSAR!

 


"A  ciência  não  é  uma  coleção  de  livros,  nem tampouco uma gesticulação. É um estilo de vida." (Alberto Guerreiro Ramos)


Possui graduação em Ciências Sociais - Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013), graduação em Ciências Sociais - Bacharelado pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2015) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2021). Atualmente é educador social e coordenador educacional no Projeto Aprendiz Faepesul da Fundação de Apoio á Educação, Pesquisa e Extensão da UNISUL.

Integra o Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/CED/UFSC), participa do Grupo Esporte e Sociedade. Atuação como Professor de Sociologia no Ensino Médio Regular e EJA, Educador Social, Tutor à Distância e Conteudista para programa de capacitação profissional. 


CURRÍCULO LATTES - PROFISSIONAL

http://lattes.cnpq.br/2349066033166809




Projeto Aprendiz FAEPESUL 2021 - compilado de imagens.






Rostos que merecem ser reconhecidos



Ler o texto “Olhos d’água” (2016) da Conceição Evaristo é mergulhar na pergunta que ela faz sobre “qual a cor dos olhos da minha mãe?” A leitura do texto em alguns momentos aflorou uma sensível familiaridade, além de permitir relembrar experiências com as mulheres negras que estavam presentes na minha infância. Outra leitura incrível foi “O quarto de despejo” (2014) da Carolina Maria de Jesus que estimula ainda mais minha reflexão iniciada no questionamento sobre a cor dos olhos, mas que acabo perguntando a mim mesmo como eram os rostos das mulheres negras na minha infância?

Fiquei impressionado que sabia alguns nomes, porém, não lembrava de seus rostos, suas feições e detalhes que as diferenciavam. O que mais causou desconforto foi identificar que suas fisionomias são como borrões. Lembrei da estatura, cores de roupas, acessórios que gostavam, os lenços nas cabeças e os cuidados com os cabelos. Também recordo que sempre foram ótimas cozinheiras. Era maravilhoso visitá-las, sempre tinham boas refeições e saborosas sobremesas. Suas casas estavam perfumadas, limpas e organizadas.

Uma tia, em especial, minha madrinha de acordo com a tradição religiosa seguida por boa parte da família, sempre tinha uma flor de Jasmim em um copo ou um pequeno vaso em cima da mesa de sua casa. Ela era impregnada pelo doce perfume de Jasmim e hoje, toda vez que sinto o cheiro dessa flor, sou transportado para o apartamento dela no bairro Pestano em Pelotas/RS.

Certo, essa parece ser uma boa memória, mas qual o rosto das mulheres negras em minha infância? Sei que muitas ficavam em casa, dedicando seu tempo à família. Outras eram empregadas domésticas, faxineiras e tinham professoras com parentesco um pouco mais distantes, sem maiores contatos ou grande influência em minha vida.

Ao constatar essa realidade, penso sobre o que impede de lembrar seus rostos, fazendo ver apenas vultos familiares. Percebo, a partir do livro “Homens Invisíveis” (2004) do Fernando Braga da Costa, que as pessoas que realizam atividades subalternas são invisibilizadas ou, simplesmente, não são percebidas. A mesma percepção relaciono com minhas “tias”: mulheres negras e também os homens negros, que sofreram com a invisibilidade de suas atividades laborais e subalternas.

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Tese: Estudante-trabalhador e a socialização profissional: contradições da Lei do Jovem Aprendiz na região da Grande Florianópolis/SC 

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do título de Doutor em Educação. 

Orientador: Prof. Alexandre Fernandez Vaz, Dr. 


RESUMO

 A pesquisa pretendeu compreender a contradição inerente à condição do estudante-­trabalhador – mais especificamente, o jovem trabalhador em regime de contrato especial com base na Lei 10.097/2000, conhecida como a Lei da Aprendizagem. As contradições intrínsecas ao objeto se apresentam como uma problemática que deve ser identificada e analisada, pois, se por um lado, a autonomia adquirida pelo jovem em seu meio social amplia seu campo de possibilidades e a reorganização de seu projeto de vida, por outro, sua entrada antecipada no mundo adulto acelera a reprodução do novo modelo capitalista, que tem como base não mais a produção e, sim, o consumo. Os dados foram produzidos a partir das discussões presentes no Fórum de Aprendizagem  Catarinense  e  da  aplicação  de  669  questionários  preenchidos  por  jovens aprendizes  vinculados  a  entidades  qualificadoras  na  grande  Florianópolis  que  aceitaram participar da pesquisa (num total de 11 entidades). Como resultado, podemos dizer que a Lei cumpre com seus propósitos, seja com relação à possibilidade de oportunizar aos jovens uma experiência  profissional,  incentivar  a  escolarização,  gerar  renda  e  garantir  condições  de trabalho  adequadas,  seja,  ainda,  antecipando  a  adultização,  incluindo­-os na  sociedade  de consumo e formando-os para o novo cenário do mundo do trabalho. Independente disso, as contradições presentes nesse processo indicam que a Lei possui importância como dispositivo capaz de movimentar as relações e tensionar as relações entre juventude, formação profissional e trabalho.  

Palavras-chave: Escolarização; Formação; Jovem Aprendiz; Qualificação; Trabalho. 


DISPONÍVEL EM: 

https://drive.google.com/file/d/1VbgjFQ1BgsG2fPSsWF94_jmSsJaXCW2Y/view?usp=sharing








O vácuo que a pandemia está deixando nas categorias de base

 


Uma das características do fenômeno esportivo é a busca pela quantificação ou contagem de escores, que difere da ludicidade presente no jogo e reiniciada continuamente. No esporte a perspectiva é avançar, os registros das marcas, dos recordes, dos resultados, dos títulos e do próprio tempo para sua realização. A quantificação dos resultados conta a história de diversas modalidades e dos seus heróis, os campeões.

No futebol, por exemplo, uma partida é realizada em 90 minutos, mais o tempo extra de acréscimos indicados pela arbitragem. A percepção do tempo está relacionada com o tipo de interação, já foi dito que em uma partida morna ou ruim, o tempo não passa. Em outras, o embate é tão empolgante que o tempo voa. Semelhança encontramos quando nosso time está perdendo, os minutos são como segundos e a relação se inverte quando estamos vencendo e sendo pressionados pelo adversário, os minutos se arrastam em lentidão. Quem não vivenciou tal relação com o relógio durante uma partida, com um gol redentor nos acréscimos, não saberá o que estamos dizendo.

O tempo cronológico (Khronos), limitado aos 90 e poucos minutos serve para descrever o embate, o entretenimento. O ato do espetáculo precisa somar também o tempo dedicado aos preparativos para a partida e sua posterior repercussão. Atletas, torcedores, apoio logístico, segurança, equipe médica, ambulância, policiamento, secretaria do clube e os veículos de imprensa, fazem esse tempo acontecer e em muitas oportunidades eternizam lances, derrotas e vitórias.

Para o espetáculo acontecer diversos tempos são necessários, é outro lado da bola, exemplo da formação de atletas. Um tempo contado em horas e anos de dedicação, mais precisamente pela idade dos atletas que pertencem às categorias de base (sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, sub-20 e sub-23).

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/o-vacuo-que-a-pandemia-esta-deixando-nas-categorias-de-base/


Astros são corpos celestes também no universo do futebol

 



O atleta

Na sociedade a pessoa de destaque é reconhecida como eminente, um verdadeiro astro. Na astronomia um astro é identificado como corpo celeste, exemplo dos planetas, cometas, estrelas e satélites. A interação entre os corpos celestes envolve a força gravitacional ou de atração, e pode manter um sistema em órbita, caso do nosso sistema solar. Se pensarmos nas interações presentes no futebol, talvez possamos perceber certa similitude dos nossos eminentes astros e outros corpos celestes.

Orbitando o jogador de futebol há elementos como: (1) a família; (2) a estrutura do clube com seu quadro profissional que inclui: dirigentes e técnicos que percebem o potencial atlético e de investimento, pois, a lógica capitalista permeia a relação desde sua aprovação em uma categoria de base; (3) empresários, caçadores de talentos que investem na possibilidade de gerenciar a carreira dos jovens atletas, transformando a atividade lúdica em trabalho remunerado com vínculos contratuais; (4) as grandes empresas patrocinadoras que desejam vincular sua marca aos “heróis” modernos, estimulando o consumo de seus produtos; (5) a mídia que promove e ganha com o debate, atingindo a massa de espectadores ávidos por informações e (6) os torcedores, os quais mobilizam o clubismo.

Não apenas estes seis elementos, corpos celestes, orbitam o jogador, poderíamos enumerar outros ou mesmo desdobrar os já citados. Nessa breve observação os seis são suficientes para observarmos a força gravitacional que exercem sobre o jogador de futebol. O que devemos perceber é a variedade de relações presentes no sujeito atleta e na prática esportiva por ele desenvolvida.

A medida que a estrutura capitalista e produtivista é incorporada ao futebol, a mudança de sentido de um amadorismo para o profissionalismo, o capital social amplia-se engendrando novas relações com empresários, patrocinadores, mídia e torcedores. Estes elementos acabam por conduzir o atleta, impactando sua tomada de decisão, a chamada pressão externa ao campo que é muito discutida, mas pouco analisada fora dos debates acalorados e especulativos.

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/astros-sao-corpos-celestes-tambem-no-universo-do-futebol/



A cabeça insustentável feita sustentável



A trajetória da hominização começa a partir da relação do homem com o meio ambiente, o momento em que o mesmo se identifica em posição oposta a natureza, externa. Suas necessidades imediatas passam pelo sentido de segurança e de sobrevivência em busca de “conforto”. Podemos entender o conforto como a necessidade voltada para o combate do frio, umidade etc. O desenvolvimento da capacidade de enfrentar a natureza e seus desafios passa do combate direto para o processo de transformação da natureza. Em uma história linear e progressista se identificam vínculos com a natureza pelo temor ao desconhecido, logo os mitos e deuses tomam forma dos elementos e das mais diversas manifestações.

As eras passam e a relação que o homem desenvolve com a natureza externa a ele intensifica-se com momentos de maior dependência em períodos de escassez. Momentos estes que estavam ligados a própria sazonalidade do meio ambiente. Edgar Morin nos faz pensar que o sentido de global só aparece no final do século XV com as grandes navegações e explorações. Momento de novas descobertas que marcam a superação da natureza, pois o homem circula por espaços antes não imaginados. O próprio conceito de terra como uma esfera, um globo, é transformada neste período histórico, os últimos temores sobre a natureza se esvaem e o homem torna-se soberano de si mesmo e, principalmente, da terra como um todo. "Eis, portanto os começos do que chamamos Tempos Modernos, e que deveria    chamar-se era planetária. A era planetária começa com a descoberta de que a terra não é senão um planeta e com a entrada em comunicação das diversas partes desse planeta" (MORIN, 2002, p. 21).

Essa nova situação colocou em contato civilizações e povos diversos, culturas que desenvolveram de maneira singular uma relação com o ambiente. Novos conhecimentos são apreendidos e servem de trampolim para outros mais. O cerne da nova ciência é a possibilidade de ampliar os saberes e de controlar a natureza, ou no mínimo reproduzi-la.

As novas necessidades de uma população global se alteram e criam-se expectativas e interesses, as relações de produção que outrora eram voltadas para subsistência ganham magnitudes, já não se produz para si, é necessário produzir para muitos outros. A ciência contínua seus avanços e descobertas, com base no conceito de que “nada se cria tudo se transforma” são introduzidos e a necessidade de conhecer a especificidade é o eixo central. A natureza externa passa a ser um produto a ser trabalhado para “beneficio” de todos. O desencantamento do mundo (Weber) e o esclarecimento (Adorno) são conceitos que ilustram a relação que o homem acaba por desenvolver com a natureza, os últimos resquícios dos mitos são substituídos pela ciência que assume seu lugar através do conhecimento e reconhecimento que adquire sobre os fenômenos da natureza e sua transformação. "Assim, os desenvolvimentos disciplinares das ciências não só trouxeram as vantagens da divisão do trabalho, mas também os inconvenientes da superespecialização, do confinamento e do despedaçamento do saber. Não só produziram o conhecimento e a elucidação, mas também a ignorância e a cegueira" (MORIN, 2003, p. 15).

O homem ao colocar a ciência como norteadora de sua vida definiu um risco a sua própria existência. A transformação da matéria-prima fornecida pela natureza para transformação em produtos para consumo, acarreta mudanças no meio ambiente. Alterações de curso de rios, elevação de vales, achatamento de montanhas e desmatamento são efeitos visíveis, além de inúmeros recursos extraídos e não são visíveis, mas afetam a vida e a sociedade moderna. A migração do campo para cidade faz com que cresça a aglomeração nos centros urbanos, possibilita a ampliação de monoculturas que se estendem por grandes extensões de terra mudando a paisagem em várias regiões. Anteriormente, as pessoas tinham a possibilidade no campo ou em áreas mais afastadas dos centros urbanos de trabalharem para própria subsistência, atualmente, tudo que é consumido deve vir de origem industrial, isto é, transformado.

A ciência como legitimadora do certo e errado articula com órgãos burocráticos e de controle, no caso a vigilância sanitária, descontinuando até mesmo pequenas criações para subsistência. A alegação é o risco à saúde pública devido a parasitas, mas a fiscalização sobre a extração grotesca junto à natureza e que põe em perigo a existência da humanidade não recebe o mesmo peso no conceito de saúde pública.

O estatuto que determinadas especialidades adquiriram no desenrolar dos anos justifica tais atitudes em algumas áreas, porém, acabam por esquecer outras. A ciência, ou melhor, o conhecimento também agora é produto vendável e de alto valor, ser expert em algo supostamente assegura uma vida de conforto. Interessante que acabamos voltando para o instante em que o homem em busca de conforto e segurança se retira da natureza primeira e parte em busca de dominá-la.

O questionamento a ser feito está na relação homem e natureza pautada pelo domínio e uso do primeiro sobre a segunda. A maneira que a humanidade constrói seu conhecimento não faz com que perceba sua dependência do planeta que a acolhe. É necessária uma mudança no ensino, a maneira de pensar a educação não deve ser pautada apenas na necessidade de especialistas, deve ser pensada na formação diletante e holística dos indivíduos.

Um grande intelectual contemporâneo Edgar Morin, evoca o desafio atual da globalidade como um desafio da complexidade, devemos entender que quanto mais planetários se tornam os problemas, mais inseparáveis da humanidade eles se tornam. A capacidade intelectual (ciência) sendo incapaz de perceber o contexto e a complexidade planetária tende a tornar-se irresponsável. Portanto, a cultura humanística busca libertar o que há de melhor no sujeito, seus sonhos, aspirações, preocupações e solidariedade, a cultura cientifica separa e fragmenta as partes isolando-as em caixas de conhecimento. Em contrapartida, amplia as possibilidades humanas, mas, infelizmente, acaba por não refletir sobre o destino humano. Sua ênfase está na frase: “A reforma do ensino deve levar a reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar a reforma do ensino” (MORIN, 2003, p. 20). Isto representa uma cabeça bem-feita e não uma cabeça bem-cheia, tal possibilidade traz a capacidade de melhor organizar os conhecimentos, não apenas isolando com o intuito de acumular, seu objetivo é a ampliação de horizontes por meio do qual o sujeito percebe o alcance de suas mãos, ou melhor, suas ações. Pois, cada ação reflete no todo, mesmo que a ação possa parecer isolada.

Pensar os desafios para educação do futuro, tendo por base o pensamento do Edgar Morin, nos faz refletir que um percurso longo está à espera para ser percorrido. No processo de secularização a educação desenvolve-se com um projeto racionalista e, atualmente, possui seu foco na formação tecnicista. O conhecimento torna-se especializado e consequentemente o reconhecimento também está atrelado ao mesmo, pois, os sujeitos buscam dentro do que entendemos como sociedade, a ascensão por meio da aquisição de uma formação para exercer e viver sua vida cotidiana.

No entanto, a proposta do autor é alertar para fragmentação do conhecimento e a falta de percepção da complexidade das interações que o sujeito realiza. Mais do que ser um sujeito único no sentido de sua individualidade ele é peça de um todo e é transpassado pelo todo. Suas ações são integradas e integrantes de uma complexidade maior do que a observada pelo sujeito. Este é o desafio da educação do futuro despertar os sujeitos para compreenderem mais do que podem ver com seus próprios olhos e do lugar onde se encontram.

    Ao procurarmos fazer com que as várias disciplinas se relacionem de maneira interdisciplinar como um modelo ideal para a resolução dos problemas, arriscamos acabar por não perceber que continuamos assumindo a divisão das disciplinas e que apenas queremos colocá-las em diálogo. Devemos questionar o próprio modelo de ciência que resulta em especialistas/experts, pois “descobrimos, porém, que a ciência também pode produzir ignorância, pois o conhecimento fecha-se na especialização” (MORIN, 2002, p. 10). Pensar a complexidade é identificar o conhecimento e não os conhecimentos. A cabeça bem feita não é fomentada em terra arrasada! A cabeça bem feita se desenvolve concomitante à natureza, respeitando seus limites e potencialidades. Isto é, necessitamos ainda durante nossa formação aprender a ter outra relação com a natureza. Uma brincadeira simples de criança mostra nossa ação atual, exemplo a construção de castelos de areia que logo depois são destruí-los, é a manifestação de como nos comportamos frente a natureza, nós criamos, destruímos e criamos de novo. Neste processo cristalizamos a relação de domínio e a imagem de que o recurso simplesmente volta a estar à disposição sempre que queremos e de maneira inesgotável.

           Necessitamos aceitar a proposta de Morin e reformular nossa relação com a natureza e o nosso conhecimento. A cabeça bem feita é uma construção nova ou um religar, um retornar. Precisamos retroceder ao momento que nos separamos da natureza, quando conscientemente decidimos transformar ela em coisa. Existe a necessidade de entender que somos parte da natureza tanto quanto os minerais, animais e vegetais. Devemos absorver tal entendimento em tenra idade e não deixar que se consolide através de categorias nas quais não fazemos parte, pelo simples fato de termos a razão como diferencial. A racionalidade nos trouxe até aqui, mas ao persistimos em seu extremo, dando ênfase à racionalização das nossas atitudes e ações, portanto, será ainda mais insustentável nosso conhecimento em busca de conforto.

Referências:

MORIN, Edgar. Terra-Pátria. Porto Alegre. Porto Alegre: Sulina, 2002.

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. RJ: Bertrand Brasil, 2003.







 

O uso dos equipamentos e o papel do operador

 


Por Daniel Machado da Conceição


O texto faz parte do conteúdo de capacitação profissional de jovens aprendizes, tema Uso e cuidado com os equipamentos.

A estrutura de nossas empresas estão atualmente pensadas para que os equipamentos possibilitem e tenham um melhor desempenho. Porém, algumas vezes as normas não são respeitadas e sempre pequenas adaptações são realizadas. Isto pode ser observado em locais nos quais equipamentos acabam sendo instalados sem seguir as normas técnicas específicas ou sem a estrutura adequada para seu funcionamento. Tal fato ocorre por falta de fiação (comprimento dos cabos), distância para fontes de energia elétrica e locais pouco ventilados provocam aquecimentos de componentes eletrônicos. Devemos estar atentos para ambientes com temperaturas excessivas, com excesso de pó ou de umidade, principalmente, a umidade decorrente da proximidade com o mar. Gambiarras não devem ser toleradas. Muitas causas de acidentes no ambiente de trabalho são provenientes de adaptações em equipamentos ou o uso inadequado para determinada atividade. Pequenas correções e ajustes nas adequações seguindo as normas de instalação e manutenção podem prolongar a vida útil de máquinas e equipamentos.

Devemos sempre ter cuidado com a energia elétrica. Fios desencapados devem ser rapidamente sinalizados para que as correções sejam providenciadas. Interruptores e tomadas também devem funcionar adequadamente sem o chamado “mau contato”. O desgaste de peças pode provocar curto-circuito ou sobrecarga de energia nos equipamentos levando-os a queima de fusíveis, peças elétricas e/ou circuitos internos. Em locais onde a rede elétrica sofre com quedas ou variações de tensão, mesmo que mínimas, devem ser utilizados filtros de linha que evitam a queima do equipamento principal. Assim, como o uso de estabilizadores que como o próprio nome indica, estabilizam as variações/alternâncias elétricas proporcionando maior segurança para os equipamentos conectados a ele. Uma terceira forma de proteção e de extrema segurança é o nobreak. Esse equipamento garante não só a proteção quanto a estabilidade da rede elétrica como também serve de bateria permitindo a continuidade das operações mesmo com a queda de energia. O nobreak, que literalmente podemos traduzir para a expressão “não pára” ou “sem intervalo” é garantia que o sistema não perca as informações com uma queda repentina de energia elétrica. O que pode gerar transtornos para os clientes e mesmo para você como colaborador responsável pelo atendimento que, infelizmente, foi interrompido subitamente.

Tenha cuidado no momento da limpeza para não utilizar panos encharcados com água, álcool ou outro produto de limpeza. Lembre-se de utilizar panos úmidos, com objetivo de limpar a parte externa dos equipamentos, sem comprometer peças ou componentes que podem ter uma oxidação acelerada em razão de líquido no seu interior (mesmo que ele evapore em seguida).

Não esqueça, “ninguém nasceu sabendo”. Hoje já virou um bordão ou chavão popular e essa verdade simples é muito importante e pode evitar que você realize algum procedimento equivocado com os equipamentos. Se não sabe como proceder, pergunte! Pedir ajuda não é nada ruim. Os sábios pedem ajuda, pois são humildes o suficiente para buscar conhecimento ou informações, portanto, sede sábios! Cuidar dos equipamentos e instrumentos no ambiente de trabalho é parte de nossas atribuições como colaboradores. Precisamos ter consciência que os equipamentos auxiliam nosso trabalho, agilizam, proporcionam proteção e segurança.

Conhecer os equipamentos e seu funcionamento evita inconvenientes. Receber treinamento é uma obrigação da empresa, mas nosso papel de colaboradores comprometidos é o de não se contentar apenas com instruções orais. Precisamos aprender o pleno funcionamento dos instrumentos para reduzir o tempo perdido em tarefas ou procedimentos desnecessários. Identifique se existem sinais de mau funcionamento, mau contato de componentes, fiação aparente e desencapada. Além disso, organize os materiais que serão necessários para estar ao seu alcance sem atrapalhar o desenrolar das atividades. Mantenha o local limpo e conserve os equipamentos para que sua vida útil atinja o esperado.

Não esqueça de aprender sempre. Lembre-se que a tecnologia se renova ou inova com grande facilidade e os novos equipamentos são menores e cada vez mais sensíveis. Assim, aprenda a trabalhar com cuidado, pois parte do seu reconhecimento profissional está pautado na sua responsabilidade e cuidado sobre o que está nas suas mãos.




O debate social e político no ritmo das redes sociais

 



A saturação de informações é uma nova realidade que tende a influenciar como encaramos as esferas social e política, que ganham aceleração no ritmo das redes sociais. Em meados dos anos 2000, redes sociais como Orkut e Facebook surgem agregando a possibilidade de novos vínculos, permitindo a formação de um espaço no ambiente virtual que aproxima pessoas, não estando mais limitadas pela distância ou barreiras fronteiriças.

O Orkut foi a rede social que deu início ao processo. Nela se publicavam fotografias (imagens) e breves comentários, muito semelhante aos fóruns de discussão. O Facebook, por sua vez, explorava outras ferramentas virtuais como o reconhecido “curtir” e, rapidamente, se popularizou. 

Em 2010 e 2014, o Facebook foi uma arena virtual na qual o debate social e, principalmente, político encontrou um campo fértil. As postagens nos perfis virtuais foram somadas a grupos ou comunidades de interesse. Empresas e veículos de comunicação começaram a produzir material para ser publicado e compartilhado nesse ambiente. Temas ligados à política ganharam magnitude e uma arena de disputa. No entanto, não podemos esquecer que em 2010 o acesso à internet não estava disseminado e se restringia a um grupo populacional mais abastado, muito diferente da realidade nas eleições majoritárias em 2014 e 2018. 

Em 2014, a popularização do acesso à internet através dos dispositivos móveis como smartphones viabilizou o alcance das redes sociais como um dos principais veículos para o debate público. Muitas das manifestações populares como Não é só 20 centavos, megaeventos, corrupção e impeachment, foram potencializadas ao utilizar esses aplicativos, uma imagem de protagonismo dos usuários que inocentemente no ambiente virtual não percebiam a influência da mídia tradicional orientando os temas e pautas. 

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http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/o-debate-social-e-politico-no-ritmo-das-redes-sociais/

Live sobre Dilema(s) para a formação do estudante-atleta no Brasil



ACESSO EM:

https://www.youtube.com/watch?v=vYcM6iLjeS4&ab_channel=dcbrasil
 

Associação Brasileira sobre Dupla Carreira.

Duplacarreirabrasil

A organização do III Seminário Internacional sobre Dupla Carreira convida para uma conversa a respeito dos dilema(s) para a formação do estudante-atleta no Brasil.

Mais informações em:

https://www.dcbrasil.org/

https://www.instagram.com/duplacarreirabrasil/