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Quem vive de passado é museu e eu não quero ser um

Daily life, daily art - Pardon My Obsession
    Os museus são locais em que documentos históricos estão disponíveis para visitação. Os registros como papéis, esculturas, artefatos, pinturas, vestimentas, utensílios etc., estão preservados para garantir a lembrança de um momento, de uma época ou de um período. São fragmentos de uma história que se mantêm registrada em fatos ou acontecimentos de um dado tempo. Geralmente, frequentamos esses espaços para admirar, refletir, observar e, claro, lembrar o passado.

     Todos, conhecemos um ditado popular que fala sobre esse espaço em particular, com a seguinte frase: “quem vive de passado é museu”! Uma sentença bastante simples que quando associada a um princípio base das relações interpessoais, ganha a dimensão que pretendo analisar. Viver do passado é dedicar boa parte da vida em rememorar situações, fatos ou acontecimentos, até este momento, uma nobre atividade realizada por historiadores e outras profissões correlatas. Nós como indivíduos também temos a tendência de organizar e construir locais para depositar coisas "especiais", museus pessoais. Neles, elaboramos exposições para visitação frequente, armazenamos com o maior cuidado registros sobre aqueles que não queremos perdoar. 

Pretendo fazer um questionamento sobre os museus pessoais que construímos ao longo da vida. Não devemos viver do passado, no sentido de ficar remoendo circunstâncias e vivências que não foram do nosso agrado. Entretanto, temos a tendência em guardar rancores, mágoas e remorsos de outras pessoas. Dessa maneira, não satisfeitos com a situação, passamos a elaborar verdadeiras exposições para manter um olhar fixo nos assuntos mal resolvidos. Ao refletir sobre os museus pessoais, faço uma argumentação que envolve o perdão. 

O perdão é um princípio que nos parece muito difícil e que muitas vezes  está carregado de valorização religiosa. Pessoalmente, passei pela experiência de ter um aprendizado sobre esse princípio, inclusive, posso recordar enquanto preparo esse escrito. Algo devo admitir, não é fácil esse processo de perdoar. Nosso entendimento limitado idealiza ser mais fácil guardar as mágoas em uma sala especial em vez de resolvê-las. Meu museu pessoal possui acesso restrito, ninguém terá contato com as obras que identifico como valiosas.

  Ao escrever, comecei a ponderar sobre o quanto vivo do e no passado? Não perdoar é manter o outro em débito. Por essa razão, construímos museus pessoais, pois, desejamos continuar a alimentar rancores para com aqueles que, ao nosso olhar, nos ofenderam. Devemos começar a pensar sobre qual o tamanho do nosso museu pessoal?

Será que possuímos muitos bustos, esculturas, fotos, pinturas, objetos, palavras, expressões faciais, utensílios e documentos? O que parece impressionar, é a nossa dedicação em manter tudo muito limpo e bem polido. Outro fato interessante é pensar que o museu pessoal está crescendo continuamente. Ninguém está autorizado a entrar nele, mas o acervo sempre aumenta, necessitando sempre de um espaço mais amplo. É um depósito no qual passamos a acumular peças para lembrar o débito e justificar as mágoas. Enfeitamos os salões, os corredores e damos destaque de tempos em tempos às determinadas coleções.

Para reduzir o acervo precisamos entender que o verdadeiro devedor é quem gasta tempo construindo museus pessoais. Primeiro passo é reconhecer as próprias falhas, preciso perdoar, não algo seletivo, mas perdoar a todos com objetivo de também receber minha remissão. Dessa maneira demonstramos nosso interesse e desejo de receber o dom de perdoar. Precisamos lembrar que não podemos apenas pedir a capacidade, é preciso começar a exercer o perdão, praticá-lo constantemente. Nesse caso, destruir as paredes do nosso museu pessoal é melhor que continuar sua ampliação.

Seu contínuo exercício irá nos ensinar como resolver as situações que surgem. Teremos, assim, a capacidade de conseguir antecipar a construção de uma nova ala em nosso museu, identificando as situações. Dessa maneira, passaremos a priorizar a resolução imediata das questões, evitando que se transformem em uma nova coleção. Assim, não perderemos mais tempo na idealização de uma nova exposição.

Na maioria das vezes, a solução de conflitos envolve um primeiro passo que deve ser dado por nós mesmos. O motivo dessa instrução é para que consigamos perceber que nem sempre a pessoa que nos ofendeu faz ideia que ficamos ressentidos com uma palavra, um sorriso mal interpretado ou uma indiferença.

Uma dúvida que surge sempre quando perdoamos alguém é: o que fazer quando a pessoa se torna reincidente? Nossa consciência parece dizer que já estamos justificados, pois, o perdão já foi exercido uma vez. O processo foi muito difícil na primeira vez, significou uma vitória pessoal, assim racionalizamos que nossa parte foi feita.

Se não pensarmos na quantidade de vezes que devemos praticar o ato de perdoar, poderemos entender ou projetar a contínua redução do nosso acervo pessoal. Vamos parar de ter novas aquisições e passaremos a demolir paredes e a destruir as muitas peças que estavam expostas. Entretanto, um alerta nos foi dado caso tenhamos o interesse em continuar a ampliar o museu pessoal e seu acervo. Isto é, não aceitar o conselho de perdoar a todos. Acontecerá o que o Spencer W. Kimball expressou: “o rancor faz mal aos que o guardam, ele endurece, reduz e corrói”. Nessa mesma linha o escritor Augusto Cury, no livro “Pais brilhantes, professores fascinantes”, escreveu: “A rejeição de uma ideia negativa poderá nos fazer escravos dela. Rejeite uma pessoa, e ela dormirá com você, estragando seu sono. Perdoá-la fica emocionalmente mais barato”. Repetindo: "perdoar fica emocionalmente mais barato!" 

Em razão de pararmos de fazer investimentos em novos salões, em realizar reformas para dar destaque e importância aos diversos níveis de mágoas, passaremos a viver melhor. Teremos condições de voltar a frequentar lugares com liberdade, a falar com liberalidade, a servir o próximo com o coração aberto e receptivo. Devemos lembrar, todo novo projeto de construção requer investimentos, os quais trazem novas dívidas que passam a ser representadas em fundações e paredes que são erguidas como muros separando as pessoas. 

Então, quando pensarmos sobre perdoar os outros, devemos reconhecer que estamos evitando desperdício de energias físicas e emocionais. Embora seja um grande desafio, sem dúvida nenhuma, é muito mais barato perdoar e ter uma vida livre.

Devemos evitar viver do passado, especificamente, aquele que aprisionamos em museus pessoais. Precisamos aprender a demolir as salas e alas que estão carregadas de rancor, mágoa e ressentimento. Essa deve ser nossa meta em busca da excelência. As ruínas do passado devem contar uma história e não nos aferrar a elas. Nosso objetivo não deve ser construir museus pessoais cheios de aborrecimento, nossa preocupação, prioritária, deve estar voltada em deixar boas recordações. Estes sim, feitos que ficarão eternizados na mente e no coração dos outros.



O desafio de uma conciliação: o estudante-atleta e a descontinuidade na formação escolar


O propósito deste texto está em relatar os resultados obtidos na dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina. O texto foi elaborado como uma  síntese,  composto  por  fragmentos/trechos  do  texto  então  defendido  (DA  CONCEIÇÃO,  2015).  Importante  pontuar  que  todo  o  treinamento adquirido até o momento se deve em parte à formação acadêmica obtida durante a graduação, pós-graduação e à participação em atividades de pesquisa no Núcleo de Estudos Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/UFSC).

O  interesse  por  estudar  o  esporte  trouxe  a  oportunidade  de  conhecer projetos e pesquisas desenvolvidas em parceria com o Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (LABEC), localizado na área da Educação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A parceria entre os núcleos acontece dentro de uma tradição de estudos sobre o corpo, corporalidade e questões sobre o esporte. Um dos temas de grande interesse que envolve a parceria entre as duas instituições centra-se na formação esportiva de jovens atletas e sua relação direta com a escolarização. Assim, várias modalidades de prática esportiva foram ou estão sendo estudadas, ampliando as possibilidades de interpretação sobre a relação entre esporte e formação esportiva na  contemporaneidade.  Portanto,  o  estudo  aqui  apresentado  integra  um projeto amplo desenvolvido em conjunto entre o NEPESC e o LABEC sobre a temática da formação esportiva e da escolarização de jovens atletas. As pesquisas desenvolvidas têm coletado informações relevantes sobre a realidade dos jovens atletas em diversas modalidades esportivas que são pensadas à luz da sociologia, da antropologia e da educação.

CS Tennis - Intercâmbio Esportivo

Os principais resultados das pesquisas desenvolvidas pelos dois grupos atestam, primeiro, que os atletas em formação no futebol possuem escolaridade idêntica ou superior se comparada com jovens da mesma idade, no estado do Rio de Janeiro (SOARES et. al., 2011). Este dado contradiz o senso comum que afirma ser o esporte, e o futebol em específico, promotor de fracasso escolar (evasão, abandono ou repetência). Na verdade, as exigências pautadas no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990) impostas aos clubes garantem, entre outros aspectos, a matrícula escolar e a permanência do atleta na sala de aula. O questionamento que surge dessa constatação diz respeito a que tipo de escolarização o atleta está submetido, e como ele se relaciona com o saber escolar. Uma segunda constatação das pesquisas anteriormente referidas indica que os atletas despendem semelhante tempo para formação escolar e a formação esportiva. Isto é, a carga horária escolar e a carga horária de treinamentos ou competições, a primeira voltada para “formação geral” ou inserção do jovem na profissionalização para o mercado de trabalho formal e a segunda direcionada para a profissionalização no mercado de trabalho esportivo, se equiparam (ROCHA et. al., 2011). Este fato instiga a pensar como o estudante atleta se relaciona com o meio escolar, considerando tanto o contexto de progresso constante (aprovação) na escolarização, já que apresenta escolaridade média igual ou superior quando comparada com jovens não atletas da mesma idade, quanto as exigências (físicas e emocionais) de aperfeiçoamento no esporte. Em outras palavras, pode ser pensado que, no caso de jovens atletas ligados a clubes profissionais de futebol, e apesar da concomitância e concorrência com outro projeto de formação (a do esporte), a categoria fracasso escolar, que envolve situações de repetência, desistência e evasão, tende a ser quase inexistente. Aqui surge nosso questionamento e objetivo em relação à presente pesquisa: como se dá a formação escolar de jovens atletas inseridos em categorias de base de clubes profissionais de futebol? Se considerarmos esse cenário em que acontece um desinteresse progressivo na escolarização e, mesmo assim, ocorre um contínuo avanço na  escolaridade,  qual  a  relação  do  estudante  atleta  com  a  escola  e  seu saber (SOUZA et al., 2008; SOARES et al., 2009; MELO, 2010; ROCHA, 2011; SOARES, 2011; BARTHOLO, 2011; COSTA, 2012; CORREIA, 2014; BARRETO, 2012; KLEIN, 2014; DA CONCEIÇÃO, 2014)?

Para entender a relação escola e atleta foram investigadas duas instituições estaduais de ensino médio regular em Florianópolis/SC, nas quais estudantes atletas de futebol estão matriculados. As escolas possuem atletas vinculados às categorias de base do Avaí Futebol Clube e do Figueirense Futebol Clube, clubes profissionais de Florianópolis (SC), que em 2015 disputam o Campeonato Brasileiro da Série A, e selecionados devido a sua representatividade no cenário do futebol catarinense e nacional. Os clubes desenvolvem a formação de atletas de alto rendimento em centros de treinamento (CT) próprios e de acordo com a Lei Pelé (BRASIL, Lei 9.615/1998) e a Nova Lei Pelé (BRASIL, Lei 12.345/2011), são qualificados como entidades formadoras. A faixa etária observada está situada entre 14 e 17 anos em atletas de futebol do sexo masculino, compreendendo as categorias Sub-15 (infantil) e Sub-17 (juvenil). Esses jovens estão na relação idade série que corresponde à matrícula no ensino médio. Este momento aparece como crucial em relação ao campo de possibilidades dos atletas, caracterizado por uma maior intensidade de treinamento que repercute, muitas vezes, na mudança do turno escolar, bem como de um maior número de viagens (SOARES et al., 2013). O turno de funcionamento das escolas selecionado para observação foi o noturno, pois nele concentra-se a maior parte dos jovens das categorias de base alojados  nos dois clubes investigados, e também representa um momento na carreira em que a formação esportiva ganha prioridade (SOARES et al., 2009; MELO, 2010; ROCHA et. al., 2011; BARTHOLO, 2011). 

Faz-se importante ressaltar que podemos categorizar os atletas como “alojados” e “não alojados”. A principal diferença entre ambos é a condição que o clube adquire como tutor dos atletas alojados enquanto esses estão sob sua responsabilidade. Os atletas alojados, geralmente migram de outras regiões fora da Grande Florianópolis, o que requer sua permanência longe da família e sob os cuidados e responsabilidade dos clubes. Os atletas não alojados são geralmente moradores da região, seja porque são naturais da grande Florianópolis com residência fixa ou então porque a família realizou a mudança para acompanhar mais de perto a formação esportiva do jovem atleta. Outra diferença entre ambos, alojados e não alojados, está na manutenção dos laços e rotinas familiares. Os “não alojados” parecem manter uma rotina de treinamento, escola e volta para o seio familiar, o qual exerce principal influência. Diferentemente, os atletas alojados se inserem no sistema de albergamento e as relações são construídas com os profissionais dos clubes e com os outros atletas, que passam a compor uma “nova família”. 

(..)

Autores:

DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado; BASSANI, Jaison José. O desafio de uma conciliação: o estudante-atleta e a descontinuidade na formação escolar. In:___. (ORG) SOARES, Antônio J. G.; CORREIA, Carlus A. J.; MELO, Leonardo B. S. de. Educação do corpo e escolarização de atletas: debates contemporâneos. RJ: 7 Letras, 2016. p. 21-50.


CONTINUAR LENDO EM:

https://www.7letras.com.br/educac-o-do-corpo-e-escolarizac-o-de-atletas-debates-contemporaneos.html



Com a bola no pé e o lápis na mão: o estudante-atleta em formação no futebol

No fim das contas, porém, o que vale mesmo é o futebol

Falar sobre futebol no Brasil nos faz destacar os chavões culturais de “país do futebol” e a “pátria de chuteiras”. As duas expressões indicam a importância da modalidade esportiva como fenômeno social que ganha reais contornos de um fato social total invadindo espaços e instituições. O futebol dimensiona sua força por meio da mídia e nos vários projetos publicitários. Além disso, é parte integrante da socialização primária em grupos familiares. Qualquer objeto esférico acaba por transmitir a informação de querer ser rolado por meio de chutes e pontapés para passar por entre dois marcos caracterizados como um gol. Tudo pode virar uma bola imaginária, que alimenta sonhos entre o jogo e o esporte que se confundem por meio da paixão e emoções que compartilham.

Este breve artigo tem como propósito sintetizar parte dos resultados obtidos em pesquisa anterior (DA CONCEIÇÃO, 2013, 2014), desenvolvida durante o ano de 2013, e que contou com apoio dos Núcleos: NEPESC (UFSC) – Núcleo de Estudo e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea; LABEC (UFRJ) – Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo; e NIGS (UFSC) – Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades.

O objeto da pesquisa esteve centrado no “estudante-atleta”, uma expressão que designa duas atividades, uma de aluno/estudante e outra de atleta. Esta condição é aceita por aqueles que dedicam parte de sua juventude para serem formados como atletas de futebol nas categorias de base de clubes reconhecidos como entidades formadoras. Os jovens atletas, em conjunto com seus familiares, investem tempo, recursos financeiros e relações pessoais na busca de um horizonte de mobilidade social e ascensão econômica. A profissionalização no futebol passa a representar, para famílias, uma carreira de sucesso, e, que, consequentemente, despreza o processo de escolarização, pois parece não depender dele para se obter os melhores postos de trabalho dentro do mercado da bola.

O estudante-atleta ganha importância por exercer as duas atividades de maneira concomitante. Tal desenvolvimento não parece ser particularidade dos atletas, tendo em vista que outros jovens trabalhadores formais e informais também compartilham de situações semelhantes quanto ao tempo dedicado à escola. A diferença do estudante-atleta para o estudante-trabalhador está no fato de a legislação não contemplar a primeira atividade como formação para o mercado de trabalho formal. A formação atlética não é encarada pela legislação como formação profissional, consequentemente, limites para treinamento e outras disposições não são estipuladas, ou melhor, não recebem as mesmas garantias quando contempladas pela consolidação das leis trabalhistas, o que deixa os clubes bastante à vontade para priorizar seus interesses.

O jovem estudante-atleta se encontra na intersecção entre dois mundos – um da escola e outro do clube. Estando nesta posição, o jovem atleta necessita realizar escolhas sobre seu futuro profissional. Dois caminhos se apresentam: um por meio do esporte e outro por meio do capital cultural objetivado dos títulos e certificados acadêmicos. O interesse inicial da pesquisa procurou entender como acontece a formação do jogador de futebol e qual a relação construída com a escola. A pesquisa teve como objetivo perceber as nuances presentes na relação clube e escola, bem como identificar como a formação no futebol dilui o interesse pela escolarização. Esse interesse foi melhor analisado na pesquisa de Mestrado intitulada O estudante-atleta: desafios de uma conciliação (DA CONCEIÇÃO, 2015), na qual foi possível perceber que as inúmeras viagens, a rotina de treinamentos e os valores culturais presentes no grupo (comunidade de prática) promovem uma descontinuidade na maneira do estudante-atleta criar seu envolvimento e relação com o saber e com o espaço escolar.

(...)

Autores:

DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado; BASSANI, Jaison J.; GROSSI, Miriam Pillar. Com a bola no pé e o lápis na mão: o estudante-atleta em formação no futebol. In:___. (ORG) WELTER, Tânia; GROSSI, Miriam; GRAUPE, Mareli E. Antropologia, gênero e educação em Santa Catariana. Florianópolis: Mulheres, 2017. p. 117-137.

CONTINUAR LENDO EM: 

https://nigs.ufsc.br/files/2017/09/Livro-Antropologia-genero-e-educacao-vers%C3%A3o-digital.pdf

Desenhos Escolares para Colorir - Tema Volta as Aulas, Estudar, Escola etc... - Desenhos Para Colorir

O estudante-atleta: desafios de uma conciliação

Iniciados terminam 1ª volta da 2ª fase na terceira posição

Resumo: A presente dissertação é parte integrante de um projeto de investigação mais amplo, envolvendo o Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq) e o Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (UFRJ/CNPq), o qual tem investigado o processo de formação de atletas no esporte e a concomitância com o processo de escolarização. A questão específica que procuramos investigar no âmbito desse campo de pesquisa em construção diz respeito ao modo como jovens atletas de futebol, com idades entre 14 e 17 anos, integrantes das categorias de base do Avaí Futebol Clube e do Figueirense Futebol Clube, compreendem e se relacionam com a formação e o espaço escolar ao realizarem sua inserção profissional no futebol de maneira simultânea ao período de escolarização. Esse problema de pesquisa emerge da constatação de que, durante a juventude, os atletas devem dar conta de dois projetos de carreira: um no esporte, que exige uma vida ascética e regrada e intensa rotina de treinamento físico, técnico e de competições na busca pela profissionalização; e outro nos bancos escolares, que exige também dedicação, mas com graus variados e com exigências distintas, para obter a certificação escolar. Para entender a relação escola e atleta, realizamos uma investigação etnográfica em duas escolas públicas de Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Florianópolis, que possuem parcerias com o Avaí e o Figueirense para atendimento das demandas de escolarização dos atletas alojados nas dependências dos clubes. Ambas as escolas estão localizadas em bairros urbanos da cidade de Florianópolis, na parte insular e continental, próximas às instalações dos clubes de futebol acima referidos. O turno de funcionamento selecionado para observação foi o noturno, pois nele concentra-se a maior parte dos jovens das categorias de base alojados nos dois clubes investigados, e também porque representa a possibilidade para viabilizar as duas atividades, treino e escola, já que, durante o dia, os jovens realizam atividades de formação esportiva. Por meio de observações registradas em diário de campo, acompanhamos parte da rotina escolar de estudantes-atletas de 14 a 17 anos do sexo masculino, compreendendo as categorias sub-15 (infantil) e sub-17 (juvenil). Também foram realizadas entrevistas e conversas informais com gestores das escolas, funcionários do Avaí e do Figueirense (assistentes sociais, psicólogo e pedagogo) responsáveis pelos jovens alojados no clube e pela mediação entre as escolas e a comissão técnica das equipes, bem como com os jovens atletas que frequentavam o Ensino Médio nas instituições escolares pesquisadas. As observações e entrevistas constituem as fontes primárias desta investigação, mas também nos valemos de um instrumento secundário: um questionário aplicado com estudantes-atletas e estudantes não atletas da segunda escola investigada, para perceber relações, efeitos do comportamento e atitudes dos estudantes em relação à sala de aula. Nossos resultados indicam que a escolarização é uma escolha que no meio do futebol ainda não se enquadra como exigência para formação de um excelente atleta. Percebemos que atletas e trabalhadores encaram a escola como obrigação, no entanto, com sentidos diferentes: o primeiro grupo vê a escolaridade como uma imposição para permanecer no processo de formação esportiva, enquanto o segundo grupo encara-a como uma disposição, isto é, uma responsabilidade pessoal que faz a mediação entre o presente e o futuro. Os atletas, em razão de sua rotina de treinamento e viagens, além de sua socialização profissional, vivenciam uma descontinuidade em sua relação com a escola, com professores e com o conteúdo oferecido. A escola, por sua vez, com base naquilo que chamamos como “categorias de acusação”, como “desinteressados”, “descompromissados”, “bagunceiros” ou “alheios à escola”, tende a flexibilizar e compensar suas ações com estes jovens por não desejar atrapalhar ou dificultar ainda suas carreiras. O único ponto de inflexão da escola contra os atletas é o número exagerado de faltas, cujo excesso pode provocar a repetência.


Palavras-chave: Futebol; Formação esportiva; Escolarização; Estudante-atleta.


Autor:

DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado. O estudante-atleta: desafios de uma conciliação. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, SC, 2015.


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https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/158781/337032.pdf?sequence=1&isAllowed=y

ArtStation - Classroom (visual novel BG), Duy Tung

Estudante-Atleta: caminhos e descaminhos no futebol - entre o vestiário e o banco escolar.

Sports Plays an important role in a student's life. Parents must understand the benefits of sports for students. Academic benefits of sports for students

Resumo: O presente trabalho dá sequência ao projeto de estudo mais amplo com jovens atletas realizado pelo Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (LABEC/UFRJ) em conjunto com pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/UFSC). A temática abordada visa ampliar os dados sobre formação esportiva e escolarização de jovens atletas de futebol em um clube de Santa Catarina. O sonho da profissionalização no futebol se objetiva em um projeto familiar, envolvendo meninos que dedicam grande parte de sua juventude na superação de “dois alambrados”, o das categorias de base e o do profissionalismo. O primeiro simboliza a entrada no Esporte Futebol, pois um alambrado separa os jovens do gostar de brincar de bola e do jogar bola. A entrada na categoria de base de um clube de futebol profissional dá início ao treinamento rotineiro objetivando o alto rendimento. Este fato em muitos casos determina separação familiar, distanciamento da escola e um ascetismo esportivo. O segundo alambrado significa a realização do sonho, com a passagem da base para o grupo profissional. A busca pelo esporte como profissão passa pelo desejo de ascensão e mobilidade social e a alta demanda de jovens que querem ingressar nesta carreira mostra que os interesses são construídos culturalmente e todo esforço é voltado para oportunidades não muito concretas, em um mercado de trabalho bastante restrito. Com base nesse cenário, o primeiro questionamento que instiga o trabalho é entender o porquê da escolha pelo futebol? Em seguida, como é pertencer a uma categoria de base no futebol? E, consequentemente, perceber como o interesse pela escola se dilui durante a formação esportiva? O campo de pesquisa selecionado foi a categoria de base do Avaí Futebol Clube da cidade de Florianópolis/SC. O recorte etário analisado foram as categorias sub-15 e sub-17. A Escola Estadual Básica Ildefonso Linhares também foi observada, pois atende 60 jovens atletas do clube, matriculados no Ensino Fundamental e Médio. As observações foram realizadas durante o ano de 2013, com várias visitas ao clube para assistir aos treinamentos, conversar com profissionais, realizar entrevistas, andar pelas dependências, sentando em locais de circulação, ouvindo conversas e observando inscrições corporais. Para melhor captar o pensamento dos personagens, foram realizadas entrevistas com o Psicólogo, a Assistente Social, o Supervisor das Categorias de Base e quatro atletas entre 16 e 17 anos. Estes atores são fontes de informações preciosas para entender a atmosfera do futebol no clube e os desafios pertinentes à formação. A maneira pensada para argumentar sobre as três perguntas que instigam o trabalho foi dividi-lo em cinco partes. A primeira indica a metodologia utilizada e a inserção do pesquisador no campo. A segunda parte tem o tema relacionando com a singularidade da modalidade no país e sua representação que atrai o interesse de inúmeros jovens. Nesta parte, as categorias que norteiam o trabalho são expostas como o Jogo Futebol e o Esporte Futebol, assim como a descrição do significado do alambrado e de como essa categoria passa a ser representativa na trajetória dos jovens atletas. A terceira parte trata do estudo da arte e sua contribuição para análise e interpretação do campo. Na quarta parte, é feita a descrição das observações realizadas, corroborando com as entrevistas. A última parte traz as conclusões finais esboçando as apreensões sobre o tema.

Palavras-chave: Categoria de base; Escolarização; Formação; Futebol; Treinamento. 


Autor:

Da Conceição, Daniel Machado. Estudante-atleta: caminhos e descaminhos no futebol - entre o vestiário e o banco escolar. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Graduação em Ciências Sociais.. - Florianópolis, SC, 2014.

CONTINUAR LENDO EM: 

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/126716/Daniel%20da%20concei%c3%a7%c3%a3o%20TCC.pdf?sequence=1&isAllowed=y

O estudante-atleta: desafios de uma conciliação. O presente texto é resultado da dissertação de mestrado apresentada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina. O projeto integra a linha de pesquisa Sociologia e História da Educação e conta com a participação dos núcleos de pesquisa: Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contempornea (UFSC/CNPq) e o Laboratório de Pesquisas em Educação do Corpo (UFRJ/CNPq), os quais tem investigado o...


O educar que se repele: um estudo sobre escolarização e profissionalização futebolística em Florianópolis.

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Resumo: O esporte, durante o século XIX, é admitido ao processo de escolarização como sinônimo de educação. Seu propósito é favorecer a formação dos jovens. Observamos que durante os séculos XIX e XX há um movimento de aproximação entre a escola e o esporte. Mediante o processo de racionalização e de fragmentação do conhecimento, cada vez mais essas duas esferas se consolidam como independentes. O artigo convida a refletir sobre a relação entre a escolarização e a profissionalização esportiva, na medida em que uma pode interferir na outra. A pesquisa tem como foco o olhar dos gestores de uma escola pública estadual no município de Florianópolis. Escola que mantém parceria com um clube de futebol profissional e atende 56 estudantes-atletas. A pesquisa permite entender como ocorre a intermediação entre a escola e o clube quanto à escolarização e ao aprendizado do estudante-atleta. Para coleta dos dados foram realizadas visitas às instituições envolvidas e análise do conteúdo das entrevistas a dois profissionais gestores da escola e a um profissional do clube de futebol. A proposta é discutir como duas instituições que professam a profissionalização se relacionam na formação do estudante-atleta. Escolarização e formação esportiva, opostos que se amparavam em prol de um bem maior, agora como polos iguais se repelem, ou melhor, repelem a educação. Essa hipótese no trabalho pode ser identificada na estrutura de mercado em que as instituições estão inseridas. No entanto, junto aos profissionais que atuam com o estudante-atleta, a essência de uma educação plena parece permanecer como objetivo central.

Palavras-chave: Escolarização; Profissionalização; Futebol; Estudante-atleta; Formação.


Autor:

Da Conceição, Daniel Machado. O educar que se repele: um estudo sobre escolarização e profissionalização futebolística em Florianópolis. Trabalho de Conclusão de Licenciatura (graduação), Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Graduação em Ciências Sociais. - Florianópolis, SC, 2013.


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https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/105114/TCL%20DA%20CONCEI%c3%87%c3%83O%20_vers%c3%a3o%20LIMPA%20270713_.pdf?sequence=1&isAllowed=y


Escolinha+de+Futebol+em+Diadema

Entre “lava-pés” e “lava-mãos”: valores, hierarquias e poder aristocrático nas baladas elitizadas

Milionário brasileiro compra champagne e manda garçom lavar seus pés
Resumo: No carnaval de 2018, a postagem de um vídeo repercutiu nas redes sociais no Brasil. Ele mostrava a figura de um milionário, assíduo frequentador dos famosos beach clubs em Florianópolis/SC, que adquirira garrafas de champanhe da marca Veuve Clicquot Brut e utilizava seu conteúdo para lavar os pés sujos de areia da praia. Ao propor um comentário sobre o vídeo, o texto pretende desvelar parte das relações que são produzidas no espaço das baladas e que representam um manto aristocrático que encobre interesses e privilégios de uma classe que se reconhece como “nobre”. No esforço para elaborar a interpretação proposta, as expressões “lava-pés” e “lava-mãos” são articuladas para uma melhor apresentação dos argumentos. Ambas as ações presentes nas baladas – “lava-pés” e “lava-mãos” – são promotoras dos valores aristocráticos presentes na sociedade brasileira. A primeira tem sentido de obrigação para a elite do dinheiro e a segunda de servilismo voluntário na atitude dos serviçais.

Palavras-chave: Baladas; Hierarquia; Distinção; Status; Classes Sociais.

Autores:
DA CONCEIÇÃO, Daniel machado da; VAZ, Alexandre Fernandez. Entre “lava-pés” e “lava-mãos”: valores, hierarquias e poder aristocrático nas baladas elitizadas. Campos, V.20, N.1, 2019.

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“Estar” segurança de festa: uma etnografia sobre o processo de aprendizagem dos agentes de segurança das principais casas noturnas de Florianópolis

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Resumo: O trabalho apresenta parte da etnografia realizada entre os anos de 2009 a 2013, enquanto desempenhava o papel de agente de segurança ao participar de festas noturnas na cidade de Florianópolis/SC. O objetivo consiste em relatar parte da experiência do pesquisador durante o processo de formação como agente de segurança, que envolve a passagem de novato a veterano. O trabalho prevê um olhar sobre o profissional de segurança, a experiência pessoal em primeiro plano, a luz do conceito de comunidade de prática descrita por Jean Lave & Etienne Wenger (1991). A pergunta que se propõe a responder é: como acontece a aprendizagem dos agentes de segurança para atuação em eventos noturnos? 

Palavras-chave: agente de segurança; aprendizagem situada; comunidade de prática; balada.

Autor:
DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. “Estar” segurança de festa: uma etnografia sobre o processo de aprendizagem dos agentes de segurança das principais casas noturnas de Florianópolis. Revista de @ntropologia da UFSCar, 8 (2), jul./dez. 2016.

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Uma tese para tessitura da tese

Resumo: Elaborado na sinuosidade de um percurso entre idas e vindas com uma sucessão de encontros e desencontros, perdas e ganhos, alegrias e tristezas, etc. Um amontoado de experiências que passam a definir o sujeito por meio da singularidade de seu itinerário. Planos e metas foram elaborados e desejados para percorrer quatro anos que significam no seu final uma objetivação retratada em um documento que indicará um status adquirido. O propósito dessas palavras começa a ser descrito como um ponto de discussão ou reflexão. O novo ciclo remete a um período de pesquisa, produção de dados e a escrita de uma tese. Portanto, o pesquisador constrói uma vida, que também é tecida pelas “Parcas acadêmicas”, que alimentam o tear com inúmeras linhas de socialização, de aplicação de técnicas, de metodologias, de leituras, de frequentação e treinamento. A produção de uma tese é mais uma oportunidade para encontrar a si mesmo em meio às agruras de um mundo tumultuado e racionalizado no tempo linear. Contemplar e aproveitar mais o tempo cíclico facilitará a compreensão de que a tessitura é a verdadeira tese da vida.


Palavras-chave: Itinerário formativo; Pós-graduação; Tese; Tessitura;


Autor:

DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado. Uma tese para tessitura da tese. Tessituras, Pelotas, v. 6, n. 1, , jan./jun. 2018. p. 139-147.


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https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/tessituras/article/view/13739/9038 



How to weave a log cabin scarf – Fibrehut Limited


Happy Feet e a Marcha dos Pinguins como promotores de Educação Ambiental e sua representação de cultura e natureza

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Resumo: A educação ambiental pode ser entendida como uma das formas de conscientizar as novas gerações da população global a conviver com outros organismos e animais para além de visualizar apenas ao que lhe é semelhante. O trabalho tem como tema a educação ambiental percebida a partir de seu desenvolvimento em dois filmes: a animação "Happy Feet - O Pinguim" (2005) e o documentário "A Marcha dos Pinguins" (2004), ambos apresentam uma população de animais exposta ao ambiente inóspito do continente Antártico. Os filmes transitam entre o identificar-se com o humano e o guardar as características de não-humano. O desafio passa a ser identificar a maneira de sua utilização como ferramenta de educação ambiental, na efetiva reordenação das práticas culturais do animal simbólico.

Palavras-chave: educação ambiental; humano; naturalismo; perspectivismo.

Autor:

DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado. Happy Feet e a Marcha dos Pinguins como promotores de Educação Ambiental e sua representação de cultura e natureza. Tessituras, Pelotas, v. 2, n. 1, jan./jun. 2014. p. 181-194.

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https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/tessituras/article/view/2918/3247 

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Aprender o ofício acadêmico: impressões etnográficas sobre espaços de formação profissional no Ensino Superior

Learn about the Examination for Japanese University Admission (EJU)
Resumo: Neste  ensaio  etnográfico  discorremos  quanto  ao  processo  complexo  de  aprendizagem  do ofício  acadêmico,  a  partir  de  uma  exemplificação  com  uma  observação  etnográfica,  em  que operou-se  o  exercício  de  estranhar  o  familiar  para  compreender  e  refletir  sobre  os  modos como  ocorrem  os  processos de  interação,  socialização  e  aprendizagem  da  profissionalidade docente  no  interior  da  instituição  acadêmica  com  suas  rotinas,  eventos,  processualidades, ritualidades  etc.,  entendendo-a  como  uma  comunidade  de  prática.  Observar  o  familiar  e refletir  sobre  nossos  próprios  processos  de  inserção  acadêmica  e  profissional  nos  permite perceber  que  há  instâncias  de  aprendizado  que  não  se  restringem  ao  espaço  da  sala  de  aula, embora  este  mesmo  se  configure  como  espaço  primordial  na  formação  docente,  e,  assim, valorizar  e  dar  importância  aos  inúmeros  eventos  e  atividades  acadêmicas  que  compõem  o cenário  formativo  dos  professores,  considerando  que  as  “trocas”  são  reconhecidas  como aprendizagem situada periférica a qualquer campo profissional.

Palavras-chave: Etnografia;  Formação  profissional;  Habitus;  Métier;  Ofício  acadêmico; Ensino.

Autores:
DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado; MEZZAROBA, Cristiano. Aprender o ofício acadêmico: impressões etnográficas sobre espaços de formação profissional no Ensino Superior. Research, Society and Development, v. 9, n.8, e132985555, 2020. 

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Aluno, Alumni, Alumnus

“Os herdeiros”: questões sobre o campo esportivo

O filósofo francês Pierre Bourdieu (1930-2002) é considerado um dos intelectuais mais influentes do século XX. Suas contribuições mais relevantes foram...

Resumo: Neste ensaio, refletimos sobre o campo esportivo e analisamos possibilidades reflexivas em torno desta temática em relação à obra “Os herdeiros” de Bourdieu e Passeron (2014). Questionamos se no esporte podemos considerar a existência de “herdeiros”, conforme a mesma lógica da “herança invisível” entre os “herdeiros da cultura”. Pela via da frequentação e da cultura valor, visualizamos no esporte uma perspectiva de elemento de capital cultural, em que, no campo esportivo, os “herdeiros” são formados, via reprodução social, sob a lógica da distinção social por meio da corporalidade. Se aos “herdeiros da cultura” há a troca quase que por osmose de capital cultural, aos “herdeiros do esporte”, aqueles que pelo seu capital físico-corporal projetam sua possibilidade de ascensão social pela profissionalização esportiva, há uma forma restrita (e perversa) para alcançar tais postos de trabalho.

Palavras-chave: Campo esportivo; Educação Física; Herdeiros; Pierre Bourdieu.

Autores:
MEZZAROBA, Cristiano; DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. “Os herdeiros”: questões sobre o campo esportivo. Revista Linhas. Florianópolis, v. 15, n. 29, jul./dez. 2014. p. 317-340. 

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“Marretadas repetitivas”: a continuidade e a remodelação de valores sociais em três casas noturnas de Florianópolis

Sonhos com festas: o que eles querem dizer?

RESUMO: Os turistas que viajam para participar dos eventos noturnos em Florianópolis consolidam a marca elitista de determinados bairros e dos frequentadores de três casas noturnas. Partindo da análise das baladas frequentadas por um público seleto que inclui empresários, atletas, atores/atrizes, cantores (as), modelos e políticos, descritos como “Vips”, a proposta do trabalho é de base etnográfica por meio da observação participante realizada durante o período entre os anos de 2010 e 2011. O objetivo primeiro é retratar as baladas e perceber o que fica marcado como continuidade ou reafirmação de valores, bem como identificar o que está no movimento contrário e que se caracteriza como ruptura dos padrões socialmente aceitos, que durante a dinâmica dos eventos proporcionam e favorecem a socialização dos indivíduos. 

Palavras-chave: Baladas; Música eletrônica; Status; Prestígio; Casas noturnas. 

Autor;
DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. “Marretadas repetitivas”: a continuidade e a remodelação de valores sociais em três casas noturnas de Florianópolis. Mosaico Social - Revista do Curso de Ciências Sociais da UFSC. Ano VI, n. 06 – 2012. p. 300-316.

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O Estado em um de seus semblantes, a nação esportiva


Dirigentes de futebol se unem, após veto do governo de SC à retomada

Resumo: Com o desenvolvimento proveniente das descobertas no século XV e o salto com a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, a necessidade de pertencimento e a constituição do Estado-Nação passa a ser tema central. O jogo, apropriado pela elite, ganha utilidade e também regras e regulamentos, torna-se mais racional, e esta mudança o promove ao status de esporte como atualmente convencionamos falar. Se no primeiro momento estava relacionado a festividades e era tido como jogo, logo é atacado pelo Estado em vista da manutenção da ordem, tornando-se um projeto da elite de iniciativa social privada. O esporte, ao avançar pelas classes sociais, não é mais inibido pelo Estado, mas recebe o incentivo deste, sendo inclusive veículo de iniciativas de reconhecimento e de sentimentos nacionais. A proposta deste trabalho, caracterizado como um ensaio, é observar os motivos que favoreceram a utilização do esporte para fomentar o fortalecimento e reconhecimento do Estado. A abordagem, assim, se concentra na sua utilização como veículo ideológico de controle social e fomentador de nacionalismo. 

Palavras-chave: Esporte. Estado. Estado-Nação. Nacionalismo. Política.

Autor:
DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. O Estado em um de seus semblantes, a nação esportiva. Mosaico Social - Revista do Curso de Ciências Sociais da UFSC. Ano XII, n. 07, 2014.

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RN POLITICA EM DIA: CBF LANÇA GUIA MÉDICO PARA ORIENTAR RETORNO DO FUT...

O corpo exercitado, veículo de ideologias e símbolo da sexualidade: observação das práticas corporais em duas academias de ginástica de Florianópolis

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RESUMO: A construção do corpo sempre foi culturalmente ditada por estratégias e objetivos de controle da vida e da própria natureza humana. Procuramos no trabalho identificar como são construídos os corpos em duas academias de ginástica de Florianópolis próximas a Universidade Federal de Santa Catarina. Buscamos perceber a influencia da mídia, as representações sujeito–corpo e as relações sociais produzidas pela estética corporal. O corpo sendo entendido como instrumento de ideologias e de construção de identidade, tem seu foco central na relação esporte–saúde. O trabalho possibilita a compreensão dos significados atribuídos ao exercício físico, por meio da observação em local restrito organizado para tais práticas. 

Palavras chave: Corpo; Estética; Academia ginástica; Atividade física; Esporte. 

Autores:
DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da.; SOARES, Marcos Aurélio. O corpo exercitado, veículo de ideologias e símbolo da sexualidade: observação das práticas corporais em duas academias de ginástica de Florianópolis. Mosaico Social - Revista do Curso de Ciências Sociais da UFSC. Ano VI, n. 06 – 2012. P. 319-336. 

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Kelsey Montague Art