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Roda de Conversa sobre o livro "Os engenheiros do caos"

 





Evento organizado e promovido pela Associação Nacional dos Sociólogos e Sociólogas ANASO.BR https://www.anasobr.org/ 


Temática: Roda de Conversa sobre o livro 'Os engenheiros do caos"

Resumo: O livro "Os Engenheiros do Caos", Guiliano Da Empoli, explora o fenômeno do populismo contemporâneo, focando em como líderes populistas como Donald Trump e Viktor Orbán exploram o descontentamento popular e a raiva para ascender ao poder. O autor, Giuliano Da Empoli, argumenta que esses líderes não são meros demagogos, mas sim estrategistas habilidosos que dominam as ferramentas da comunicação digital para construir narrativas de "verdades alternativas" e promover a desconfiança nas instituições tradicionais. A obra traça um panorama do cenário político internacional contemporâneo, analisando o surgimento de movimentos populistas na Itália, nos Estados Unidos, na França e na Hungria. Por meio de uma narrativa rica em detalhes, o autor expõe as estratégias, as personalidades e as ideias que impulsionam o populismo, buscando compreender a natureza do caos político que se instalou em diversos países.

Apresentador: Sociólogo Ricardo Antunes de Abreu.

Mediador: Sociólogo Daniel Machado da Conceição.


DISPONÍVEL EM:



Webinário "O Papel de Clubes e Escolas de Futebol na Formação de Crianças/Atletas"

 


Webinário da Linha "Clubes, Formação, Carreira e Migração Futebolistas" do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT Futebol).

Temática: "O Papel de Clubes e Escolas de Futebol na Formação de Crianças/Atletas"

Convidado: Prof. Dr. Rafael Castellani

Mediadores: 

Profª. Msc. Yokky Ywky Dantas de Oliveira (IFRN)

Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição


Disponível em:



Racismo no esporte: mesmo com racismo, tem jogo?

 


Negros e negras vêm conquistando espaços importantes no Brasil e em outros países. Podemos dizer que este é um período de grandes mudanças no contexto sócio-histórico, impactando não apenas a sociedade brasileira. Tais agentes começam a ocupar espaços que antes eram dominados por sujeitos brancos, principalmente, no mercado de trabalho, em profissões de destaque e visibilidade. Uma clara conquista da luta de homens e mulheres pretas que inconformadas com sua condição de apenas sobreviver, transgrediram o destino ao não ocupar apenas o lugar que se esperava que ocupassem.
Essa luta não tem sido simples, tampouco fácil, por se atrever a quebrar as muralhas
ocultas dos simbolismos que impactam a vida de quem tem na cor de sua pele negra uma marca de rejeição e exclusão. Especificamente, quando tratamos de discutir tal situação no país, percebemos que ainda vivemos em uma sociedade que não se considera racista e isso se torna um problema, pois, a princípio, como combateremos algo que parece não existir.

CONTINUAR LENDO EM:  https://viewer.joomag.com/contempor%C3%A2nea-contempor%C3%A2nea-11/0726781001718203660/p10?short=




Webinário "Os Dilemas na Iniciação Esportiva"

 


Webinário da Linha "Clubes, Formação, Carreira e Migração Futebolistas" do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT Futebol).

Temática: "Dilemas na Iniciação Esportiva"

Convidado: Sérgio Ricardo 

Mediadores: 

Profª. Drª. Marina de Mattos Dantas 

Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição


Assista em:



Webinário "Indústria Cultural e Esporte/Futebol" - INCT Futebol

Webinário da Linha "Mídias, Torcidas e Movimentos Antirracistas" do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT Futebol).

Temática: "Indústria Cultural e Esporte/Futebol"

Convidado: Prof. Dr. Alexandre Fernandez Vaz (UFSC)

Mediadores: 

Prof. Dr. Cristiano Mezzaroba (UFS)

Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição (INCT)





DISPONÍVEL EM:

https://www.youtube.com/watch?v=AXr4xpZRP-E&t=4033s



Nova edição da revista Contemporânea, uma quase revista, organizada pelos Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição e Prof. Dr. Alexandre Fernandez Vaz.



VINICIUS JR. E OS EMBATES DO NOSSO TEMPO: O RACISMO E O ESPORTE

    Antes de completar 24 anos, Vinicius Junior, do Real Madrid e da seleção brasileira, é hoje uma das principais vozes antirracistas que conhecemos. Alvo de seguidas agressões simbólicas por parte principalmente de torcedores adversários, o jogador profissional vem marcando gols não apenas no gramado, mas fora dele, com diversas ações que respondem, de forma contundente, a seus agressores. Igualmente, Vini Jr. vem desestabilizando o ensurdecedor silêncio que grande parte do establishment do futebol exercita frente a práticas racistas na Europa, mas também em muitos outros estádios pelo mundo afora.

    O número temático que faz a Contemporânea, a nossa quase revista, voltar a ser publicada, se compõe de textos que se dedicam ao racismo no esporte, ou, dito de outra maneira, das relações entre o primeiro e o segundo. Colaboradoras e colaboradores, com exceção de um, são vinculados a universidades federais do Brasil. O primeiro deles, Neilton de Sousa Ferreira Júnior, é de Viçosa, Minas Gerais. Ele abre os trabalhos de maneira instigante, ao reconstruir uma história do esporte olímpico para dizer de seu intrínseco caráter racista. O trabalho seguinte é resultado de uma parceria entre Beatriz de França Alves e Cristiano Mazzaroba, de
Sergipe, e Daniel Machado da Conceição, de Santa Catarina. O trio faz um breve e preciso inventário da presença do racismo no esporte – via, por exemplo, estereótipos corporais direcionados a pessoas negras –, perguntando sobre as possibilidades de sua superação.

    A terceira contribuição faz um pequeno giro para encontrar a interseccionalidade no futebol feminino em suas práticas pós cancelamento da proibição do jogo para as mulheres brasileiras. A contundência do texto é obra de Caroline Soares de Almeida, que retoma questões que vêm dos anos 1980 para pensar sobre algumas das representações sobre mulheres futebolistas, mostrando como raça, classe social, gênero e sexualidade, determinam as formas de a imprensa esportiva, dominada por homens, tratar do jogo delas.

    Um novo giro se encontra no quarto texto deste temático, que não se refere exatamente ao esporte, mas ao jogo de capoeira e suas vicissitudes como história plasmada da sociedade brasileira. Os autores e as autoras localizam formas de racismo nesse existir, assim como apostam em possibilidades, justamente pela crítica radical, de sua superação. O grupo é liderado por Christian Muleka Mwewa, do Mato Grosso do Sul, ladeado por Alex Sander da Silva, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, e por Juliani L. C. Ferreira e Aline Ortega Soloaga, também do estado do Centro-Oeste brasileiro.

Para fechar, Antonio Jorge Gonçalves Soares, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, traz algo novo para o debate, ao observar os primeiros episódios de agressão contra Vini Jr. que foram publicizados, em 2023. O autor recorre ao conceito de casta como operador analítico para a compreensão do aparente paradoxo entre a ascensão social de jogadores negros e a persistência do racismo, o que mostra, entre outros pontos, a impossibilidade de a sociedade liberal cumprir suas promessas de igualdade e meritocracia.

Autoras e autores, muito obrigado. Leitoras e leitores, que desfrutem, pensem, discordem, concordem, critiquem. Sigamos nesse debate que é dos mais importantes para as tentativas de construção de um esporte e de uma sociedade que sejam fontes de menos sofrimento.

Alexandre Fernandez Vaz
Daniel Machado da Conceição
Florianópolis, junho de 2024.




@nepesc.ufsc
 



Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência

 



Dificilmente algum(a) brasileiro(a) não se sentiu tocado diante das enchentes, inundações e grande destruição que acometeu boa parte do território gaúcho a partir de final de abril de 2024 e boa parte de todo o mês de maio. A mídia brasileira mobilizou sua estrutura e seus profissionais e fez uma ampla e, por vezes, saturada cobertura diante daquela situação em que a realidade, impactada pela resposta voraz da natureza às ações humanas, ia se apresentando por meio da chuva que não parava, da destruição que aumentava e assustava, da grande quantidade de pessoas que buscava se salvar e encontrar um abrigo para depois tratar de seguir sua vida.

Como é próprio desses momentos, de forma semelhante ao que vimos recentemente com a pandemia de Covid-19, circulam discursos que enfatizam a tomada de consciência, a solidariedade, a empatia, a união, etc. Não foi diferente com a tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul, principalmente em Porto Alegre e sua região metropolitana. E, num estado em que o futebol é parte da cultura e explicita aspectos de sua historicidade combativa, que contribui para a divisão clubística dos gaúchos na formação daquilo ao qual hoje se tornou banal se referir pelo termo “polarização” (no senso comum da política, por exemplo, embora bastante errôneo, por sinal, como se houvesse uma esquerda, que é quase centro, versus uma direita, que está bem para seu extremo), o azul, representado pelo Grêmio, e o vermelho, representado pelo Internacional, não ficam de fora dos acontecimentos e reflexões.

Com toda sua estrutura impactada e comprometida para treinamentos e jogos, as duas equipes, em estratégia inédita, no dia 21 de maio, uniram-se para divulgar uma campanha para ajudar na reconstrução dos lugares atingidos pelas enchentes, com a ação intitulada “Jogando Junto – Pela reconstrução do RS”, mobilizando atletas, dirigentes (o presidente gremista, Alberto Guerra, e o presidente colorado, Alessandro Barcellos), torcedores, empresas e a mídia de forma geral. A junção das duas instituições clubísticas gerou a criação de uma imagem, na cor roxa, resultado da mescla entre o azul gremista e o vermelho colorado. Divulgou-se que as equipes iriam ceder espaços em seus uniformes e também em suas mídias sociais para dar visibilidade a empresas que participassem de ações para a reconstrução do Estado e das pessoas afetadas. Cogitou-se, também, a possibilidade do Grêmio ceder seu centro de treinamento ao Inter, e o Inter, por sua vez, ceder o Estádio Beira Rio para jogos do Grêmio. Segundo dados do Portal Terra, na data da publicação da matéria, a estratégia já havia viabilizado o montante de R$ 28 milhões.

CONTINUAR LENDO EM: https://www.inctfutebol.com.br/post/sobre-valores-esportivos-rivalidades-e-contradi%C3%A7%C3%B5es-a-dupla-grenal-em-evid%C3%AAncia


MEZZAROBA, Cristiano. SANFELICE, Gustavo. CONCEIÇÃO, Daniel. Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência. Bate-pronto, INCTFUTEBOL, Florianópolis, V.1, n.16, 2024.   

Sobre valores esportivos, rivalidades e contradições: a dupla GRENAL em evidência

 


Dificilmente algum(a) brasileiro(a) não se sentiu tocado diante das enchentes, inundações e grande destruição que acometeu boa parte do território gaúcho a partir de final de abril de 2024 e boa parte de todo o mês de maio. A mídia brasileira mobilizou sua estrutura e seus profissionais e fez uma ampla e, por vezes, saturada cobertura diante daquela situação em que a realidade, impactada pela resposta voraz da natureza às ações humanas, ia se apresentando por meio da chuva que não parava, da destruição que aumentava e assustava, da grande quantidade de pessoas que buscava se salvar e encontrar um abrigo para depois tratar de seguir sua vida.

Como é próprio desses momentos, de forma semelhante ao que vimos recentemente com a pandemia de Covid-19, circulam discursos que enfatizam a tomada de consciência, a solidariedade, a empatia, a união, etc. Não foi diferente com a tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul, principalmente em Porto Alegre e sua região metropolitana. E, num estado em que o futebol é parte da cultura e explicita aspectos de sua historicidade combativa, que contribui para a divisão clubística dos gaúchos na formação daquilo ao qual hoje se tornou banal se referir pelo termo “polarização” (no senso comum da política, por exemplo, embora bastante errôneo, por sinal, como se houvesse uma esquerda, que é quase centro, versus uma direita, que está bem para seu extremo), o azul, representado pelo Grêmio, e o vermelho, representado pelo Internacional, não ficam de fora dos acontecimentos e reflexões.

CONTINUAR LENDO EM:

https://www.inctfutebol.com.br/post/sobre-valores-esportivos-rivalidades-e-contradi%C3%A7%C3%B5es-a-dupla-grenal-em-evid%C3%AAncia


Formação acadêmica e estudos étnico-raciais: um estudo de caso com os cursos do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a urgência temática

 


ALVES, Beatriz de França; DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado; MEZZAROBA. Cristiano. Formação acadêmica e estudos étnico-raciais: um estudo de caso com os cursos do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a urgência temática. In:_. A urgência da luta antirracista nas Universidades, Institutos Federais e Cefets. Universidade e Sociedade; Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Brasília: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Ano X XXIV - Nº 74 - julho de 2024.

Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo compreender as configurações dos agentes (docentes e discentes) da licenciatura e do bacharelado do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (DEF/UFS) quanto à formação acadêmica e à discussão das relações étnico-raciais. Metodologicamente, caracterizou-se como um estudo de caso, de abordagem qualitativa, em que a princípio realizamos a análise documental dos Projetos Políticos Pedagógicos dos dois cursos do DEF/UFS (não sendo encontrada em nenhum deles menção direta à tematização étnico-racial) e, em seguida, utilizamos formulários online para coletar dados dos agentes da licenciatura e do bacharelado. Conclusivamente, identificamos a ausência do tema nos documentos institucionais. Os respondentes, tanto discentes como docentes, reconhecem a importância da temática, embora essa relação seja mais bem observada na licenciatura do que no bacharelado. Ações que objetivam uma formação acadêmica que colabore com a luta antirracista são pontuais e dependem do interesse docente ou da demanda discente.

Palavras-chave: Formação acadêmica. Estudos étnico-raciais. Racismo. Educação antirracista. Educação Física.


DISPONÍVEL EM: https://issuu.com/andessn/docs/revista_us-74_digital_2_




A arte sobre o futebol e sua possibilidade para revelação do drama social


Resumo: Nas ciências sociais, a escola inglesa de antropologia desenvolveu estudos que observaram a performance, descrevendo comportamentos e ações que retratam a vida social, um olhar especial para o ritual. Ao destacar o ritual, a dramatização do social passa a ser um conceito importante para analisar os grupos humanos.  No Brasil, o antropólogo Roberto DaMatta com o arcabouço teórico de Victor Turner fez análises sobre eventos diversos que descrevem o drama social. Entre esses eventos estão a parada militar, o carnaval, os festejos religiosos e o futebol. Para discutir a importância do trabalho do antropólogo Roberto DaMatta, a proposta do texto é realizar a análise descritiva de duas obras fílmicas sobre o futebol brasileiro, os filmes: Boleiros I – era uma vez o futebol (1998); e, Boleiros II – vencedores e vencidos (2006), do diretor Ugo Giorgetti. Ao analisar os dois filmes indicados, percebemos a partir de conceitos e categorias elencadas por DaMatta que a dramaturgia, como arte, ao propor reproduzir o social, escancara os dramas de uma sociedade que guarda valores aristocráticos de um passado recente.

Palavras-chave: Boleiros. Drama social. Futebol. Ritual.

DISPONÍVEL EM: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/n23p179


 

Resenha: Em Angola Tem? No Brasil também!

 




DA CONCEIÇÃO, Daniel Machado da. Spoiler - Em Angola tem? No Brasil também!  Revista Its Teens, Florianópolis, nº 23, Editora Notícias do Dia, 2024. p. 7.

Disponível em: https://issuu.com/revistaits00/docs/revista_its_teens_-_floripa_-_maio_-_issuu

O que o futebol tem a dizer sobre o aquecimento global?

 




Desde o final de abril temos sido bombardeados por imagens alarmantes das cheias no Rio Grande do Sul. Hoje, o estado se encontra em situação de calamidade, com quase todas as cidades comprometidas. O país inteiro mostra-se solidário a fim de levar auxílio a moradores das regiões atingidas. Pode-se afirmar que se trata de uma tragédia sem precedentes na história do país, não somente pela proporção territorial, mas também pelo colapso das estruturas que sustentam o abastecimento de alimentos, água e energia elétrica, além da segurança pública dos municípios e da rede de transportes viários, portuários e aeroportuários. A situação está longe de se normalizar devido às características hidrográficas e da continuidade de chuvas no estado gaúcho. 

O colapso também atingiu o futebol. Cenas como as vistas na Arena do Grêmio e no Estádio Beira-Rio, que ganhou projeção internacional, assombram porque simboliza a fragilidade que nós, enquanto humanidade, estamos submetidos diante do aquecimento global. Os clubes de futebol no Rio Grande do Sul estão com jogos suspensos, sem datas para realização das partidas, afetando parte dos campeonatos Brasileiro séries A, C e D; Libertadores da América; e, da Sul-Americana. A impossibilidade de manter os jogos em função da falta de espaço para treinar, da dificuldade de mobilidade e da interdição de estádios são fatores que impactam os times gaúchos. 

CONTINUAR LENDO EM: https://www.inctfutebol.com.br/post/o-que-o-futebol-tem-a-dizer-sobre-o-aquecimento-global



Webinário " Arbitragem de Futebol e Racismo no Brasil"

 


Webinário da Linha Mídias, Torcidas e Movimentos Antirracistas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT). 

Temática: "Arbitragem de Futebol e Racismo no Brasil"

Convidado: Prof. Márcio Chagas (Ex-árbitro de futebol) 

Mediadores:

 Prof. Dr. Daniel Machado da Conceição (NEPESC/UFSC)

Prof. Dr. Cristiano Mezzaroba (UFS)


DISPONÍVEL EM:




DISPONÍVEL EM:

https://www.youtube.com/watch?v=CKKf4UdMEu4&t=16s

ou

https://www.youtube.com/watch?v=s7-FZ3gItOc&t=2s




O Esporte em Seu Conteúdo Racista: Discursos Legitimadores Sobre a Presença e a Ausência de Pessoas Negras

Resumo:

No ano de 2020, a final feminina do torneio United States Open foi disputada pelas atletas Naomi Osaka (Japão) e Victoria Azarenka (Belarus). Foi uma partida cheia de variações e digna de duas atletas finalistas. Enquanto assistíamos à partida, a fala de um familiar chamou a atenção ao perceber que a atleta japonesa possui a cútis negra. O comentário era que a atleta Osaka seria a esportista mais completa, pois, teria a força física da população negra e a inteligência da asiática.


Em uma única frase o racismo foi externado de maneira naturalizada. Não se trata de julgar a pessoa querida, que apenas reproduziu ideias que se tornaram hegemônicas e que buscam determinar o lugar de indivíduos na sociedade, ideias que, mesmo aparentemente positivas, podem, dentro de um contexto específico, significar uma postura preconceituosa. A partir desse episódio surgiu um questionamento: o quanto tais ideias impactam na formação e carreira esportiva? A raça ou etnia pode orientar as ações na formação de atletas? Isso pode facilitar ou são impeditivos para escolha de determinada modalidade esportiva? Um tema que enfatizamos ser pertinente para compreensão do fenômeno esportivo e as relações que pessoas, atletas, desenvolvem com sua corporalidade e seu potencial voltado para o alto rendimento.





https://cev.org.br/biblioteca/racismo-e-esporte-no-brasil-um-panorama-critico-e-propositivo/


CONTINUAR LENDO EM:

https://play.google.com/books/reader?id=dVC6EAAAQBAJ&pg=GBS.PT88&hl=pt

RACISMO NO FUTEBOL: ABRE-SE UMA AGENDA DE PESQUISAS

 


Livro: Futebol & seus contextos. Ailton Fernando S. de Oliveira, Marcelo de Castro Haiachi (organizadores). 1. ed., Florianópolis: Tribo da Ilha, 2023. 

Texto nosso, artigo: RACISMO NO FUTEBOL: ABRE-SE UMA AGENDA DE PESQUISAS; Autores: Beatriz de França Alves, Cristiano Mezzaroba e Daniel Machado da Conceição (p. 138).


Resumo:

Tem sido recorrente e vem aparecendo com bastante regularidade nos mais diversos veículos midiáticos os casos de racismo no Brasil (e também no mundo). São situações discriminatórias que ocorrem nos mais diversos espaços institucionais e sociais. E quando focamos nosso olhar ao universo do campo esportivo, o racismo também é um fenômeno que se evidencia, nas mais variadas modalidades, principalmente no futebol. Assim, neste ensaio, refletimos sobre a temática, propondo uma agenda de pesquisas envolvendo racismo e futebol: (a) racismo, futebol e mídia; (b) futebol, gênero e racismo; (c) produção acadêmica da Educação Física envolvendo racismo e futebol; (d) abordagens metodológicas envolvendo racismo e futebol; (e) racismo, futebol e as Humanidades. Com essa agenda de pesquisas, intencionamos contribuir quanto ao enfrentamento que o contemporâneo nos impõe em relação às compreensões do fenômeno do racismo nos mais variados contextos sociais, principalmente àqueles/as que compõem o campo educativo e formativo, permitindo identificar, conhecer, reconhecer, analisar e pautar discussões amplas que confrontam atitudes racistas nos mais variados espaços sociais e institucionais. 

Palavras-chave: racismo; futebol; agenda de pesquisas.


Disponível em:

https://cev.org.br/media/biblioteca/DTP_FutebolSeusContextos_Digital_compressed.pdf





Seminário e XVII Seminário de Diversidade Étnico-Racial - Dia 2

Seminário e XVII Seminário de Diversidade Étnico-Racial - Saberes e Conhecimentos Diversos: Práticas Pedagógicas da RME de Florianópolis.

Participação:

- 1º fala = 03:11:40 até 03:31:41; - 2º fala = 05:04:20 até 05:30:00;





Educação em pauta: Nosso racismo ordinário e a luta pela igualdade - com Dr. Daniel Machado da Conceição

 



Encontro com um grande amigo da Escola Técnica FAT, o Prof. Dr. Daniel Machado que falará conosco sobre: Nosso racismo ordinário e a luta pela igualdade.


I Seminário Interno INCT - Reunião da noite

É com alegria que celebramos as quase 130 inscrições no I Seminário Interno do INCT Estudos do Futebol Brasileiro. Nosso Seminário aconteceu no dia 05/10, quinta-feira, em duas sessões: das 14h às 16h e das 18h às 20h.


DISPONÍVEL EM:

Segunda sessão, das 18 às 20h.






Toda vez que o adulto balança

 



Pesquisar e atuar com o esporte na perspectiva da formação é uma oportunidade de aprender, questionar e propor transformações. O esporte educação carrega a aura do amadorismo, significando o ideal olímpico exaltado pelas inúmeras instituições do campo esportivo.

A iniciação esportiva é o momento da apresentação de uma modalidade, sendo o primeiro passo para o desenvolvimento da técnica e habilidade. Por sua vez, a prática institucionalizada em clubes e escolinhas de futebol acaba por elevar o caráter de seriedade da formação.

No caso do futebol, essas instituições começam muito cedo a observar e selecionar as novas promessas de craques da bola. O mercado do futebol estabelece níveis de oportunidades, isto é, os clubes de futebol profissional de maior prestígio da Série A do campeonato brasileiro, são referências na excelência, logo melhores opções para ampliar a chance de ser observado por empresários. Também não podemos esquecer que os jovens atletas, mesmo na iniciação, estão sendo selecionados para viagens internacionais com períodos de testes nos principais clubes de futebol da Europa.

Muito jovens brasileiros e suas famílias estão cada vez mais cedo realizado o percurso intercontinental em busca do sonho da profissionalização e do sucesso financeiro. Esse é um movimento não só de brasileiros, mas crianças do sul global, estão sendo arregimentadas para processos de iniciação e posterior formação na Europa. Assim, cada vez mais cedo os clubes europeus usam como estratégia para fugir da responsabilidade de ter que repassar certa porcentagem financeira ao clube formador nos momentos de venda e transferência quando profissional, além de reduzir drasticamente o investimento em um atleta no final de formação ou já profissionalizado.

CONTINUAR LENDO EM:

https://ludopedio.org.br/arquibancada/toda-vez-que-o-adulto-balanca/


Uma canção que expressa o nosso racismo ordinário

 



Nas últimas Copas do Mundo de Futebol masculino, 2018 e 2022, o canto “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” deixou de ser a principal canção que embala a torcida brasileira nos estádios de futebol.

A nova música deixou de falar do povo e passou a reconhecer os protagonistas das conquistas nos mundiais de futebol masculino. Tal reconhecimento merece destaque ao apontar o perfil socioeconômico dos torcedores que frequentam essa competição, uma classe afortunada acostumada com os privilégios da branquitude e seu desprezo pelas classes populares.

Entretanto, os privilegiados cantam, dançam e enaltecem jogadores pretos. O trecho da música diz que: “em 58 foi Pelé; 62 foi o Mané; 70 o Esquadrão; 94 Romário e 2002 Fenômeno.” Atletas pretos e pardos, reconhecidos pelo protagonismo de seus feitos futebolísticos, parecendo não questionar a cor da sua pele. Quando contextualizamos o cenário social brasileiro, esse fato é relevante, em razão dos vários discursos legitimadores do racismo expressos em variadas ações discriminatórias.

O mito da democracia racial, um racismo assimilacionista, justifica essa aceitação dos atletas pretos e pardos. No entanto, precisamos destacar que a nova canção é a expressão do racismo ordinário vivenciado no país.

Racismo ordinário, como adjetivo, é assim identificado por fazer parte da ordem do dia, um processo repetitivo, corriqueiro, habitual, regular, que está presente em todos os momentos, naturalizado como algo normal e sem questionamentos. No sentido figurado, é obsceno, mau-caráter e indecente. O racismo se faz ordinário por meio de práticas legitimadas em narrativas históricas, científicas, sociais, culturais, religiosas e políticas, que continuam a dar conformidade às relações pessoais e interpessoais na sociedade brasileira.

CONTINUAR LENDO:

https://ludopedio.org.br/arquibancada/uma-cancao-que-expressa-o-nosso-racismo-ordinario/

A magia da bola em uma noite de iniciação



Meu filho começou a participar de um projeto de iniciação ao futebol e nossa noite de segunda-feira, agora, é de treinamento. O primeiro dia foi agitado, ou melhor, cheio de ansiedade até o horário marcado, e eu acompanhei seu nervosismo.

Tudo que ele sabe aprendeu com o pai no quintal de casa (meus amigos irão contestar o nível do aprendizado), jogando com colegas na escola, assistindo televisão e até no videogame, observando jogadas e depois procurando imitar.

Ir até o local do treino, envolveu muito medo e receio, sentimentos normais relacionados ao início de uma nova atividade. Sair de casa para jogar bola exigiu, deixar o videogame de lado e pegar a chuteira, meião, calção e camisa, como se diz no Rio Grande do Sul, vestir o fardamento.

Ao entrar no campo, o temor desapareceu, encontrou alguns amigos da sala de aula e, além disso, a bola é encantada, isto é, possui um poder mágico para promover a interação entre estranhos. As diferenças econômica, racial e de idade, desaparecem, enquanto outras começam a ser destacadas e essas estão relacionadas a familiaridade com a bola, condição física, técnica e tática, que mesmo na iniciação esportiva é comum ser reconhecida como “visão de jogo.”

Em nosso caso, a atividade é desinteressada, é uma atividade física para uma criança sedentária. Quando comparo nossas infâncias, a minha teve a rua como um grande playgrand a ser explorado. As brincadeiras e jogos diversos envolviam práticas corporais. Sem contar os espaços que ocupávamos, qualquer terreno baldio em condições mínimas para receber as marcações e traves, quando não praças e outros locais públicos, serviam de campo para imaginação, logo, contribuía para um maior desenvolvimento motor.

Atualmente, as crianças estão restritas ao acesso a quadras fechadas e privadas. Essas, por sua vez, são em sua maioria quadras de grama sintética, piso ou areia. Não são mais de terrão ou gramados irregulares cheios de buracos, poeira e lama. O famoso “morrinho artilheiro” deixou de fazer parte do jargão do futebol infantil. Não posso negar que ainda há gramados ruins mesmo no cenário profissional, mas o morrinho perdeu sua posição, principalmente, na iniciação.

CONTINUAR LENDO EM: 

https://ludopedio.org.br/arquibancada/a-magia-da-bola-em-uma-noite-de-iniciacao/

Vídeo Institucional INCT Estudos de Futebol Brasileiro

 



O Instituto Nacional Ciência e Tecnológica de Estudos de Futebol Brasileiro foi aprovado pela Chamada n° 58/2022, e tem como objetivo principal ser um suporte para uma rede nacional interdisciplinar de pesquisadores, estudiosos e profissionais do futebol brasileiro. O seu Comitê Gestor tem como coordenadora a Profa. Dra. Carmen Rial (UFSC), sendo a Profa. Mariane da Silva Pisani (UFPI) a vice-coordenadora. O Prof. Dr. Luiz Carlos Rigo (UFPEL) e a Profa. Dra. Caroline Soares de Almeida (UFPE) são coordenadores da Coordenação Executiva.

O INCT Estudos de Futebol, possui 4 linhas:

(1) Futebol de mulheres, indígena e LGBTQIA+, coordenação: Wagner Xavier Camargo (UNICAMP) e Caroline Soares de Almeida (UFPE); 

(2) Futebol comunitário e de várzea, coordenação: Mauro Myskiw (UFRGS) e Luis Carlos Rigo (UFPEL), 

(3) Mídias, torcidas e movimentos antirracistas no futebol, coordenação: Antônio Jorge Soares (UFRJ) e Cristiano Mezzaroba (UFES); e, 

(4) Produção e carreiras de futebolistas, coordenação: Silvio Ricardo da Silva (UFOP) e Daniel Machado da Conceição (SME – Florianópolis).

https://www.instagram.com/inctfutebol/




O que representa a Lei da Aprendizagem?

 



A Revolução Industrial transformou a sociedade moderna, impactando principalmente nas relações com o trabalho. Nesse novo cenário social, jovens e crianças trabalhavam em fábricas e indústrias, sem qualquer tipo de proteção, fazendo surgir um tripé de reivindicações pautado na jornada, tempo de escola e condições de trabalho. Sendo incentivo para o debate a respeito desse contingente populacional.

Esse tripé de reivindicações, durante os séculos XIX e XX, orientou discussões sobre o trabalho infantojuvenil, mobilizando o interesse das empresas, famílias e instituições governamentais. À medida que novas áreas do conhecimento se consolidavam, entre elas: pedagogia, psicologia, administração, ergonomia, sociologia e mesmo o direito, com o desenvolvimento das varas da infância, juventude e trabalho etc., acrescentam novas perspectivas e reforçam argumentos.

Os estudos promoveram de maneira contundente impactos que definem uma inversão na hierarquia entre o tempo de trabalho e o de escolarização. Bem como, os efeitos na constituição, formação e desenvolvimento físico corporal infantojuvenil quando exposto a condições insalubres e perigosas no ambiente laboral. As novas informações influenciaram na organização de uma estrutura legal que visa garantir o desenvolvimento físico, emocional e psicológico dos infantes.

Durante a última década do século XX, órgãos internacionais intensificaram a necessidade de elaboração de propostas conjuntas para o cenário que a humanidade estava prestes a enfrentar. No final dos anos 1990, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um desafio, em conjunto com todos os países-membros, que ficou conhecido como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Seu propósito era articular ações que permitissem ter como resultado um mundo melhor para a geração atual e futura.

CONTINUAR LENDO EM:

https://blogabre.com.br/2023/07/24/o-que-representa-a-lei-da-aprendizagem/

Cultura do narcisismo e a degradação do Esporte em Christopher Lasch

 


O segundo encontro do LECÈF recebe os professores Alexandre Vaz e Daniel Machado para uma conversa sobre a obra "Cultura do Narcisismo", do historiador e crítico social estadunidense, Christopher Lasch.

Apresentação: Neilton de Sousa Ferreira Júnior

Alexandre Vaz é Doutor pela Leibniz Universität Hannover, Alemanha; Professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde atua no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e lidera o Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea; editor dos Cadernos de Formação RBCE e da Poled - Revista de Políticas Educativas. Pesquisador CNPq 1C.

Daniel Machado é Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Ciências Sociais - Licenciatura e Bacharelado pela UFSC. Articulista na coluna "No outro lado da bola" no Portal Ludopédio. Pesquisador associado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (NEPESC/UFSC), participa do Grupo Esporte e Sociedade. Pesquisador na Associação Brasileira sobre Dupla Carreira (ABDC). Membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos de Futebol Brasileiro (INCT), coordena com o Prof. Dr. Sílvio Ricardo da Silva (UFMG) a linha Produção e Carreira de Futebolistas.




Entre vira-latas e heróis, o racismo no futebol brasileiro

 



Introdução

Nas duas últimas Copas do Mundo de futebol Masculino, 2018 e 2022, o canto “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.” deixou de ser a principal canção que embala a torcida brasileira nos estádios de futebol. O sentimento e a expressão dos torcedores podem ter mudado devido ao processo político e social vivenciado no país recentemente, que talvez tenha influenciado a superação do paradoxo, orgulho e amor, cantados na mesma frase para afirmar pertencimento.

A canção que substituiu e está sendo exaltada pela torcida brasileira nos estádios da Copa do Mundo deixou de falar do povo e passou a reconhecer os protagonistas das conquistas nos   mundiais   de   futebol.   Tal   reconhecimento   merece   destaque   ao   apontar   o   perfil socioeconômico dos torcedores que frequentam a Copa do Mundo, uma classe afortunada, acostumada com os privilégios da branquitude e seu desprezo pelas classes populares. 

No entanto, os privilegiados cantam, dançam e enaltecem, jogadores pretos. O trecho da música diz que: “em 58 foi Pelé; 62 foi o Mané; 70 o Esquadrão; 94 Romário e 2002 Fenômeno.” Atletas pretos e pardos, com protagonismo reconhecido sem considerar ou desconsiderar sua cor, isto é, o racismo ordinário vivenciado no país, parece se fazer presente. Conforme Santos (1984, p. 41), “nosso preconceito racial, zelosamente guardado, vem à tona, quase sempre, num momento de competição. (O futebol é um caso mais típico de ‘momento de competição’).”

O racismo ordinário como adjetivo é assim identificado por fazer parte da ordem do dia, um processo repetitivo, corriqueiro, habitual, regular que está presente em todos os momentos, naturalizado como algo normal e sem questionamentos, pois, como nação, nosso sentimento antirracista está ainda em construção. No sentido figurado, é obsceno, mau-caráter e indecente. O racismo se faz ordinário por meio de práticas legitimadas em narrativas históricas, científicas, sociais, culturais, religiosas e políticas, que continuam a dar conformidade às relações pessoais e interpessoais na sociedade brasileira.

Os heróis de hoje, cantados em alto brado nos estádios de futebol, são representantes da brasilidade que deu certo nos gramados da bola.  Mas, nem sempre foi assim, a trajetória da inserção de pessoas pretas na modalidade exigiu resiliência, insistência e resistência. “O futebol aportou por aqui elitista e racista, cheio de nove-horas e de não me toques, prática proibida para pretos, mulatos e brancos pobres.  

Durou décadas até chegar ao povo e engrandecer-se” (MILAN,  2014, p.  139). Durante o século XX, nas primeiras décadas, os pretos estavam excluídos do futebol, o ideal do amadorismo destaca a prática desinteressada, viver do esporte era sua corrupção.

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Apresentação Dossiê “Racismos: Corpos, políticas, cidades, poderes e dominações em tempos de ódios” (2023)

 


Organizadores:
Daniel Machado da Conceição
Hélen Rejane Silva Maciel Diogo
Jefferson Virgílio


É com muito prazer que apresentamos o dossiê  com os textos componentes deste número da revista Captura Críptica. O dossiê conta com um total de vinte e três publicações, entre artigos científicos, resenhas, uma entrevista, uma tradução e uma carta, além de uma lista de verbetes que consideramos saudável para fomentar discussões e ações futuras. O dossiê foi organizado principalmente entre um trabalho coletivo de seis mãos, mas não seria possível sem as dezenas de pareceristas, autores e autoras, além da enorme disponibilidade de Leonardo Teixeira, editor-chefe da revista, que sempre ao longo de trocas de mensagens, pedidos de parecer e atualizações sobre os andamentos dos encaminhamentos nos auxiliou para tornar o trabalho concluído. A edição conta ainda com produções do artista Afrokalípticoque nos brinda com algumas de suas artes na capa da edição e ao longo do dossiê.

Antes de apresentar, muito resumidamente, cada um dos materiais que compõem este número, pensamos em introduzir aos leitores e às leitoras sobre a escolha da temática e sobre o título deste dossiê. 

Compreendemos que no cenário nacional, desde muito antes da nossa constituição, e infelizmente, quase cinco décadas após a sua promulgação, em praticamente toda a história das invasões de corpos terceiros no atual território brasileiro o racismo foi incluído como projeto que inviabilize o país como uma nação próspera. 

Quando as primeiras armadas chegaram nas Américas, já tendo legitimidade externa para usurpar territórios - e corpos - terceiros, o racismo aqui se instalou sob os auspícios da igreja católica e das grandes monarquias e economias do globo.  Esta particular forma de contato, destrutivo e explorador, trouxe ao longo de mais de cinco séculos relevantes danos para todo o corpo autóctone que aqui se encontrava e para todos aqueles e aquelas que em algum grau são descendentes naturais destes e que lutam para sobreviver até os dias de hoje. O direito esteve presente em praticamente todos os atos que legitimam os atos de extermínio, de exploração e de roubo que foram realizados em nosso país desde então. 

Um outro conjunto de corpos, pretos, foram levados  à  diáspora pelo mecanismo da exploração comercial de corpos terceiros, popularmente conhecida como escravidão. Ainda que a disciplina histórica alardeie pouco mais de três séculos como o período de existência da escravidão negra em terras brasileiras, sabemos que há registos que se mantém até a atualidade, não curiosamente também projetados contra corpos de pessoas pretas. Na atualidade, inclusive, as novas formas de escravidão podem assumir facetas menos escancaradas, como o célebre quartinho de dormir da empregada, o caseiro do sítio ou mesmo a exploração de menores de idade para o turismo sexual nas regiões norte e nordeste do país. Novamente, o direito esteve presente, legitimando, cada um dos momentos históricos em que diferentes formas de discriminação de corpos negros se manifestaram no território nacional.

Estes dois conjuntos de corpos não estão sozinhos, mesmo na atualidade. Sabemos de situações análogas contra outras populações etnicamente marcadas, como as populações ciganas, o grande conglomerado populacional que o IBGE insiste em chamar de pardos, assim como mais recentemente os imigrantes que buscaram refúgio neste país vindo de países como a Venezuela, o Haiti, entre inúmeros outros países, notadamente dos continentes do sul do mundo: América Latina, Ásia e África. Curiosamente não temos uma grande leva de imigrantes da região norte, com exceção talvez de oriundos da Ucrânia, com conhecidos episódios de racismo, classismo e sexismo provocados por um parlamentar nacional no além-mar.

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Vinícius Júnior, o racismo entre bode expiatório e antropofagia


Interessante refletir sobre o racismo e suas inúmeras maneiras de aparição. No Brasil, o racismo estrutural se faz ordinário, afetando relações pessoais e interpessoais. No esporte sua evidência está marcada na figura do bode expiatório, atletas que participaram da Copa do Mundo de Futebol e foram culpados pelo fracasso. O mais conhecido deles é o goleiro Barbosa, outros também fazem parte desse grupo, em sua maioria atletas pretos.

A justificativa aponta para uma fraqueza pessoal, seja ela física, emocional, intelectual ou técnica, podem estar separadas ou todas juntas diagnosticando a incompetência, não só profissional, mas também pessoal do atleta. As ofensas racistas são a externalização de um ato de expurgo idealizado como necessário para que o ocorrido não volte acontecer. Culpar alguém aplaca a frustração que o pecado da derrota promoveu.

A relação racista e racializada está no fato de geralmente serem os atletas negros escolhidos como bode expiatório. Sua vida, pessoal e profissional, é alçada ao cenário principal para justificar o injustificável, mas que ameniza a dor coletiva ao direcionar o sofrimento sacrificial a outro.

No entanto, a relação racismo e bode expiatório parece fácil conjugar, o desafio está quando atletas bem-sucedidos pessoal e profissionalmente, são xingados e bestializados pelos torcedores, entre eles no cenário internacional temos Romelu Lukaku, Mario Balotelli e, atualmente, o principal alvo da barbárie civilizatória é Vini Júnior. 

Jogadores alegres, diferenciados em campo e que se posicionam frente às injustiça. São homens pretos de sucesso, com uma trajetória de mobilidade social possibilitada pelo esporte. Especialmente, Vini Júnior, que está no Real Madrid, clube de maior prestígio internacional, mantém uma rotina regrada demonstrando muito profissionalismo, dedica atenção na busca pela excelência e fora dos holofotes das arenas esportivas não figura nas páginas sociais ou de fofocas. Sempre é arriscado usar a expressão, mas o Vinícius é um “bom moço.”

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https://ludopedio.org.br/arquibancada/vinicius-junior-o-racismo-entre-bode-expiatorio-e-antropofagia/

A RESPONSABILIDADE DO ESTADO NO COMBATE AO RACISMO ESTRUTURAL



HOJE será dia de conversarmos sobre um assunto muito atual, o racismo estrutural e seus danos à sociedade.

Receberemos em nosso canal, Daniel da Conceição, Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), linha de pesquisa Sociologia e História da Educação. Graduação em Ciências Sociais - Licenciatura e Bacharelado pela UFSC.


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A falta de utopias dá espaço para uma pessoa MÁ e um CACO

 


Uma coisa tenho que concordar com as pessoas, o mundo está muito chato. Está difícil manter amizades, frequentar alguns espaços, comprar mercadorias e serviços sem questionar a índole dos indivíduos e das organizações. As relações não estão apenas líquidas como evaporaram em meio ao avanço de ideologias excludentes, nefastas e mortíferas. Isso acontece porque o fascismo da extrema-direita voltou a ganhar espaço, seus adeptos disseminam ignorância que infecta a sociedade com ódio e rancor.

Um discurso raso que não agrega e apenas excluiu, passou a ocupar o lugar das antigas utopias. Contrário aos sonhos de uma terra prometida, o atrativo do discurso fascista está no fato de ser concreto e direto, isto é, eu sou bom, o outro é mau. Eu sou “bem-nascido” no meu país e o outro é estrangeiro. Eu sou superior, o outro por sua vez é inferior e nem deveria existir.

Os xingamentos e as agressões físicas são manifestações da violência, expressão da chatice que inebria a sociedade. No passado as chamadas piadinhas e brincadeiras eram corriqueiras pelo desconhecimento do que era considerado uma ofensa. Com a maior civilidade e sensibilidade sobre as palavras, tais expressões e comportamentos tornam o mundo chato, pois, continuamos ouvindo adjetivações que indicam a repetição de erros, com o agravante de sabermos suas consequências.

O mundo está chato, porque as pessoas ficaram chatas, sem utopias e sem desejo de participar de uma coletividade. Parece que a frase: jamais fomos modernos; faz muito sentido. Essa chatice significa que perdemos nossos sonhos, dando espaço para exaltação da pessoa MÁ e um CACO. Que mundo maçante em que a ignorância é valorizada, a agressão é comemorada, a ameaça significa coragem, impunidade é dom divino, e, hipocrisia passou a ser moralidade. Realmente, a sociedade está chata!

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http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/a-falta-de-utopias-da-espaco-para-uma-pessoa-ma-e-um-caco/


A Importância da Educação Profissional - Fundação FAT


Cursos técnicos: fazer ou não fazer? Por onde começar? Participe do webinar da Escola Técnica FAT e entenda como o ensino técnico profissional pode ajudá-lo a alavancar sua carreira.

Professores Daniel Nascimento e Daniel Machado da Conceição.





CBN MARINGÁ/PR - ENTREVISTA DANIEL MACHADO CONCEIÇÃO (05/01/2023) - #NOARNACBN

 


Entrevista com Daniel Machado Conceição - coordenador Educacional no Projeto Jovem Aprendiz ABRE, cientista social e pesquisador.




Pinóquio do novo século: a socialização profissional necessária à transformação da “marionete” em “menino de verdade”

 


Palavras-chave: Ética de Trabalho, Jovem Aprendiz, Mercado de Trabalho, Processo Civilizador, Socialização Profissional.

Resumo

A sociedade industrial utilizou inúmeros dispositivos para criar um mundo novo. Um dos instrumentos utilizado como veículo para propagar a nova ideologia foram as histórias e contos infantis. Ao refletir sobre sua importância na formação de um imaginário que professa a idealização de um caráter formador de ações e atitudes. A proposta do ensaio procura articular reflexões da Sociologia do Trabalho e da Sociologia das Profissões, elaborando uma analogia com o livro “As aventuras de Pinóquio” do autor Carlo Collodi (2014). A pergunta que norteia o ensaio propõe discutir: o que é necessário para que o jovem deixe de ser reconhecido como “marionete” e seja aceito como “menino de verdade”? No processo de socialização profissional, o jovem aprendiz deve incorporar os valores aceitos pelo mercado de trabalho. Valores estes que passam por uma ética pelo trabalho e recebem destaque como características potenciais de sua empregabilidade. As aventuras do boneco de madeira e a relação com vários personagens permite identificar ações formativas que são valorizadas e devem ser externalizadas durante o itinerário formativo na aprendizagem.

DISPONÍVEL EM: https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/37806






DOSSIÊ - JUVENTUDES E CAMPO DE POSSIBILIDADES: UMA APRESENTAÇÃO

 


Palavras-chave: Juvetude, Campos de Possibilidade.

Resumo: Apresentação Dossiê Juventude e Campo de Possibilidades.


DISPONÍVEL EM: https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/39810






O acúmulo de uma herança invisível – resenha do livro Os herdeiros, de Bourdieu e Passeron (2014)

 


A  palavra  herdeiro,  no  Código  Civil  brasileiro,  possibilita  identificar  dois  tipos  ou espécies:  herdeiros  legítimos  e  testamentários.  Do  latim, hereditarius significa  que  a  pessoa recebe  algo  ou  é  alvo  do  efeito  de  uma  determinada  situação,  ou  seja,  é  aquele  que  sucede alguém que morreu, recebendo seus bens. A herança também pode significar o aprendizado de uma  tradição,  arte  ou  ciência, proporcionando  a continuidade do  que  foi  transmitido para  as gerações que se seguem. 

O livro Os herdeiros(2014) destaca essa relação e apresenta as categorias incipientes que consolidariam os futuros trabalhos do sociólogo Pierre Bourdieu. Nesta obra em parceria com Jean-Claude Passeron, os termos campo, habitus, dominação masculina, poder simbólico e reprodução ainda não se constituem como categorias, mas eles são facilmente observados na maneira com que os autores descrevem os dados e no desvelamento do objeto de estudo. Escrito em 1964, o livro é anterior às obras A reprodução(1970), Homo academicus (1984) e A nobreza de Estado(1989), este último ainda não traduzido para o português. 

A obra está dividida em três capítulos: “A escolha dos eleitos”; “Jogos sérios e jogos de seriedade”; “Aprendizes ou aprendizes de feiticeiro?”, todos os títulos muito apropriados. Também  encontramos  uma  conclusão  e  apêndices  com  os  gráficos  e  tabelas  dos  dados empíricos retirados de um conjunto de enquetes realizadas nos quadros do Centro de Sociologia Europeia. Na recente tradução para o português, feita por Ione Valle, consta ainda uma breve apresentação da obra.

Os autores dialogam com Karl Marx ao utilizar o conceito de dominação como forma relacional  no  jogo  das  disposições  sociais  de  classes,  e  ao  acionar  a  categoria capital. O sociólogo Émile Durkheim, por sua vez, auxilia os autores a pensarem na perspectiva crítica a ilusão   irrealista   de   toda   reforma   educacional   construída   sobre   bases,   exclusivamente, psicológicas,  além  de  questionar  o  ideal  de  homogeneidade,  o  qual  a  escola  seria  capaz  de produzir. Já Max Weber contribui com a descrição do tipo ideal de estudante, apresentado no capítulo três, e com as questões do poder carismático na relação entre professor e aluno. 

O objetivo dos autores foi desvelar as relações presentes no sistema de ensino francês. O  livro  se  constituiu  como  um  relatório  de  pesquisa  e  expõe  em  suas  linhas  resultados  que apresentam  como  o  estudante  de  classe  mais  favorecida  constrói  sua  trajetória  escolar  de maneira mais fácil que o estudante de classe menos favorecida.

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